NaruHina: A cabana

Me chamo Naruto

A mesa posta enchia os olhos de Naruto, principalmente pelo bolo de canela que lembrava muito os que sua mãe fazia, Hinata o fitava séria enquanto servia o café nas xícaras.

- Que bom que as peças te serviram.

- Ficaram ótimas, você tem um bom olho.

- Acho que sim, senta pode se servir.

- Obrigado.

Hinata observava atentamente o jovem homem diante de si, seu rosto não era nada comum pois era um homem bonito que com certeza chamava atenção, se estava mesmo sendo procurado seria difícil passar despercebido pois tinha traços marcantes desde seu maxilar quadrado aos intensos olhos azuis, sem contar os fios dourados assanhados em sua cabeça.

Ela estava decidida, depois do café o levaria até a estação de Konoha ele iria ficar por sua própria conta, afinal como boa cristã ela ja tinha feito sua parte.

- Ta me olhando esquisito moça.

- Desculpa, olha eu não sei como dizer isso sem parecer grosseira mas você precisa ir.

- Tudo bem eu não esperava passar férias aqui.

O loiro se levantou deixando o café pela metade, ela estava certa ja tinha feito demais e não tinha obrigação de aturar ele ali.

- Antes de ir preciso que veja isso.

- Onde achou essa foto Hina?

- Dois caras estiveram aqui procurando por você, disseram que eram policiais mas por algum motivo eu tenho minhas dúvidas.

- Como eles eram?

- Um cara grisalho de estatura mediana e outro moreno alto e forte de cabelos longos e olhos verdes intensos. Mas não se preocupe eu não disse nada sobre você.

- Obrigado Hina, você salvou minha vida pela segunda vez. Esses caras não são da polícia só querem me matar a qualquer custo.

- Me disseram pra ter cuidado com você, porque você cometeu um assassinato.

- Mentira! Eu não fiz nada aí!

Naruto se exaltou a tal ponto que sentiu seu abdômen trincar a costura em sua pele foi aberta, Hinata imediatamente o deitou no sofá, pegou o material de sutura e refez os pontos.

- Me desculpe por isso.

- Tudo bem Blue.

- Naruto, me chamo Naruto Uzumaki.

Ambos se olharam com certa cumplicidade, os dois estranhos começavam a construir laços de confiança sem nem perceber.

...

- Diz pra mim que é mentira padrinho, o meu pai não pode estar morto!

- Sinto muito filho, não sabe como eu queria tirar essa dor do seu peito Sasuke.

Danzou abraçava Sasuke Uchiha o seu afilhado com carinho tentando conforta-lo da dor te ter visto o corpo de seu pai ensanguentado sobre a mesa de seu escritório, a blusa do rapaz ainda estava manchada do carmesim, ambos ainda estavam no necrotério aguardando a papelada para preparar o funeral.

- Acharam ele padrinho? Aquele maldito?

- Acredite eu vou mover céus e terra até encontrar aquele assassino, a polícia já está cuidando de tudo.

- Eu quero ele destruído padrinho, quero Naruto Uzumaki morto!

A dor de Sasuke era duplamente dolorida, agonizante, não podia acreditar que seu melhor amigo tinha sido capaz daquilo, Naruto não só cuspiu no prato que comeu como havia matado seu bem feitor, o único que deu a ele a chance de ser alguém na vida.

Mas isso não iria ficar assim, se alguma vez ele amou Naruto como um irmão agora o odiava na mesma proporção, moveria céus e terras, iria até o inferno se precisasse mas ele se vingaria do assassino de seu pai Fukaku Uchiha.

...

- E foi assim que eu vim parar aqui, não sei o que fazer Hina estou completamente perdido, desesperado.

Hinata gentilmente segurava a mão do rapaz lhe dando apoio, ele correspondeu pousando a outra mão sobre a dela.

- Eu tenho que dar um jeito de achar meu amigo Sasuke e contar a verdade pra ele.

- Acho melhor esperar mais um pouco Naruto, eu acredito em tudo que você me contou e não sei, acho que se você ousar voltar agora não vai sobreviver.

- Então o que vou fazer?

- Talvez eu tenha enlouquecido de vez mas você pode continuar aqui ao menos até esse ferimento curar totalmente. Eu tenho uma cama extra lá no sótão é limpo e arejado você pode se esconder lá se quiser.

- Está falando sério?

- Claro que sim eu já me meti na encrenca mesmo mentindo pra queles caras não é? E também odeio injustiça.

- Não sabe o quanto sou grato Hina.

- Deixa disso e a propósito me chamo Hinata Hyuuga.

- Lindo nome.

- Obrigado, bom vai terminar seu café eu vou até o mercado comprar umas coisas posso demorar. Vou levar a chave por tanto se alguém bater na porta não atenda de forma alguma.

- Tudo bem, escuta que lugar é esse afinal?

- É um vilarejo afastado de Tokio você está em Konoha.

Viu a linda morena vestir sua touca, pegar uma bolsa grande e cruzar a porta, ele sorriu quando minutos depois ouviu o motor de um carro ligar, foi até a janela e viu a baixinha dirigindo a grande picape vermelha e bem enferrujada, seja como for aquela mulher era mesmo diferente de tudo que ele ja tinha conhecido.

...

- Por que veio aqui Shikamaru?

- Como por que? Eu vim te ver Sasuke te apoiar nós somos primos e amigos esqueceu?

- Não preciso de você aqui, pode cair fora.

- Como?

- Acha que não ouvi Nara? Você cheio de argumentos defendendo o assassino do meu pai!

- Calma ai cara, estamos falando do Naruto o nosso Naruto. Eu o conheço muito bem ele seria incapaz de...

- De matar meu pai? O homem que sempre ajudou e estendeu a mão pra quele filho da puta? Escuta bem oque vou te dizer, qualquer um que ficar do lado daquele desgraçado vai ser meu inimigo entendeu?

- Quer saber, eu vou relevar essa porra porque sei que você está cheio de dor e com razão e sim eu vou estar do seu lado te apoiando mesmo que você não queira.

- Sai daqui eu quero ficar sozinho.

Shikamaru saiu do quarto do amigo totalmente tenso, não conseguia acreditar em nada daquilo seu tio assassinado e ainda por cima por um de seus melhores amigos.

Algo ali simplesmente não encaixava e nem fazia sentido, Naruto era um cara formidável, doce, humilde, incapaz de fazer mal a quem quer que fosse muito menos ao Fukaku que ele tinha como seu pai.

Por mais que as provas gritassem sua culpa em seu âmago Shikamaru duvidava de tudo aquilo e infelizmente a fuga do loiro só complicou ainda mais a situação, ele faria de tudo pra encontrar seu amigo e ouvir oque ele tinha a dizer sobre toda essa loucura.

...