Ainda Existe Amor Em Nós? MyM

Capítulo 103

Isabella, em meio à correria matinal, percorria apressadamente os corredores do colégio, com livros e cadernos firmemente agarrados. Seus passos rápidos ecoavam, indicando a urgência em alcançar a sala de aula. O som dos sapatos batendo no piso frio competia com o burburinho característico de alunos em movimento.

O relógio, implacável, marcava a passagem do tempo, e Isabella sabia que não podia se atrasar novamente. No entanto, ao virar um corredor, deu de frente com Cézar, o inspetor de alunos, figura imponente conhecida por seu olhar severo.

Cézar: Atrasada de novo, Colucci?

Isabella: Perdão, Cézar. Estava estudando para o provão de química e perdi a noção do tempo. Prometo que vou me organizar melhor.

Cézar: Estudo é importante, mas não se esqueça das responsabilidades. Se precisar de ajuda para estudar, estou aqui.

Cézar, o inspetor de alunos, era um homem imponente. Com seus trinta anos, destacava-se pela beleza morena e uma estatura que impunha respeito. Sua presença forte e atlética muitas vezes contrastava com a delicadeza exigida em seu papel de fiscalizador.

Os olhos escuros de Cézar eram como sentinelas atentas, analisando cada movimento dos estudantes. Seu uniforme, impecável como era de se esperar, realçava a figura esculpida pelos anos de disciplina e dedicação à função.

Enquanto mantinha a ordem nos corredores do colégio, seu olhar sério escondia uma sabedoria que ia além das aparências. Embora sua tarefa fosse garantir a disciplina, Cézar também se preocupava com o desenvolvimento e o bem-estar dos alunos.

Esse homem de presença marcante era uma figura respeitada por muitos, e sua imagem se tornava parte integral do cotidiano escolar.

Isabella: Obrigada, Cézar, mas acho que vou conseguir dar conta sozinha.

Cézar: Certo, mas lembre-se, não estarei sempre disposto a fechar os olhos para os atrasos. Se cuida.

Isabella: Entendi, obrigada pela compreensão, Cézar.

Cézar: Essa vida de estudante não é fácil, né?

Isabella: Realmente, são muitas coisas para conciliar.

Cézar: Mas é importante não deixar as coisas escaparem do controle. Às vezes, um pouco de organização pode fazer maravilhas.

Isabella: Eu sei, Cézar. Vou tentar melhorar, prometo.

Cézar: Isso aí. E se precisar de qualquer coisa, estou por aqui.

Isabella: Valeu, Cézar. Vou me esforçar mais.

Cézar, o inspetor de alunos, era conhecido por sua postura firme e profissional. No entanto, quando se tratava de Isabella, algo mudava dentro dele. Era como se uma chama silenciosa ardesse, alimentada por gestos dela, sorrisos e a maneira como ela enfrentava desafios. Mesmo tentando manter a objetividade, seu coração pulsava de forma diferente quando ela estava por perto.

A rotina escolar se tornava uma mistura de dever profissional e uma conexão sutil que ele não conseguia ignorar. Por trás da expressão séria, havia um homem que nutria sentimentos além do que as formalidades permitiam. Ele se pegava pensando nela quando não deveria, e o simples som da risada dela ecoava em sua mente.

Cézar lutava consigo mesmo, debatendo a ética de seus sentimentos. O dilema entre a posição de inspetor e a atração pessoal se tornava um cabo de guerra em seu interior. Era uma dança delicada entre a responsabilidade profissional e a vulnerabilidade emocional.

Enquanto orientava os alunos nos corredores, uma parte dele ansiava por um motivo para conversar com Isabella, não apenas como inspetor, mas como alguém que queria conhecê-la mais profundamente. Seus olhos encontravam os dela de forma inadvertida, e em cada encontro, o coração de Cézar ecoava um ritmo que desafiava a lógica da hierarquia escolar.