17° CAPÍTULO

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Lavínia Fadel



Dias haviam se passado desde a minha visitinha nada discreta a mansão daquele cachorro filho da puta. E por incrível que possa ser, me sinto muito bem, obrigada. Acho que minha demonstração de afeto nada apreciável o afastou de mim, tem três dias que não saio do quarto, e ele não veio aqui requisitar meus serviços exclusivos, e eu penso que isso é uma maravilha, pois estou recuperando meu sono de princesa.

É inacreditável que aquele homem está empenhado mesmo em ferrar a minha vida. Como se não bastasse o odiar profundamente por ser um miserável sem clemência, agora terei que conviver com a idéia de que ele usou do seu poder para me ter exclusiva para ele.

Ele se ferrou, por que eu não vou trepar de jeito nenhum com esse doente psicopata. Sabe Deus onde ele já entrou com aquele pau maldito...

Por que ele é perdidamente louco, um sem juízo! Um condenado com uma farta degradação imoral. Não deve ter um crime horrendo e imperdoável que esse cara já não tenha cometido. Ele é a personificação do irremissivel... das trevas.

Eu não suporto saber que ele pode tudo. Que exista seres humanos como ele...

***

Algo como se fosse penugem caminhava pelas minhas pernas, fazendo-me cócegas e eu virei para o outro lado da cama, sorrindo pela sensação arrepiante e então as cócegas passaram a deslizar por minha barriga e eu abri os olhos de pressa, sentando-me de uma vez na cama, vendo uma aranha cair entre as minhas pernas.

— Porra! _Eu xingo, assustada e uma mão masculina recolhe a aranha do meio das minhas pernas. Com tudo, olhei para cima, o rosto do infeliz estava finalmente impecável, sem cortes e eu desacreditei que ele veio das profundezas do inferno me perturbar.

— Ela se assustou. _O Ângelo Fontana, o terror das minhas piores noites estava no meu quarto no bordel, de madrugada acordando-me com uma aranha certamente venenosa.

Pulo da cama, indo ligar a luz do teto, já que eu dormia apenas com a luz do abajur acesa.

— Se você não sair daqui eu vou gritar.

Como se o que eu dissesse fosse totalmente irrelevante, ele sentou-se na minha cama e deixou a aranha sobre meus lençóis, passeando a vontade, na minha cama...

Eu vou surtar...

— Pelo visto sua raiva ainda não passou. _Ele começou a tortura, seu olhar escuro encontrou os meus. Desesperada, corri até a porta, tentei abrir e não consegui. Estava fechada. — Eu tranquei. A chave está no meu bolso. Se quiser, vai ter que se ajoelhar para mim e tentar pegar.

Rapidamente, viro-me e me encosto na porta. Meu sangue ferve nas veias. Tem uma aranha na minha cama e ela caminhou sobre o meu corpo... meu Deus...

Meus olhos ardem e eu tento procurar uma escapatória, uma janela para se jogar e morrer, mas não tem. Esse quarto foi feito exatamente para não ter saída.

— O que você quer, seu maluco de merda? _Gritei histérica.

— Vim beber um pouco do seu medo. _Vi ele mostrar a porra da sua grandesa e domínio sobre mim quando se atreveu a caminhar em minha direção, tocando o meu queixo e o virando para que eu o encostasse na droga da porta, o espremendo. Eu aperto os meus olhos forçadamente, sentindo a boca dele vir para a minha orelha. — Você sabe, é seu medo que me mantém vivo. _Sussurrou.

Eu arrumo forças e o empurro.

— Veio me bater por eu ter quebrado sua casa?

— Eu deveria, você foi muito perspicaz. _Ele riu de lado e seu olhar voluptuoso deslizou pela minha camisola transparente.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora