30° CAPÍTULO

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Ângelo Fontana

Eu estava descrente em pé no meu escritório, encostado na mesa, tragando meu cigarro e encarando a maluca sentada na poltrona e retirando a droga dos saltos.

— Precisamos mandar a governanta passar ordens para que limpem o escritório, o sangue daquele idiota sujou esse tapete persa e uma vez eu assisti um leilão e um tapete desse mesmo modelo foi recorde ao ser leiloado por quase 34 milhões de dólares. _Falou despreocupada e jogou os saltos para o lado. Por fim, arrumou os cabelos claros ondulados para trás, o enrolando e elevou o olhar, ao cruzar as pernas num jeans de lavagem escura que me impedia de ver suas coxas alvas. — Você está muito quieto. Não indagou absolutamente nada desde que me requisitou aqui.

Sopro a fumaça, e bato as cinzas do cigarro no cinzeiro.

— Confesso que estou abismado com sua frieza. Também foi sublime sua desenvoltura ao amarrar o cara para ganhar tempo. _Estou ferindo meu orgulho para admitir essa porra. Assistir a Lavínia desesperadamente tentando liberar o arsenal para se defender do mal desacordado foi instigante, com uma pitada de tensão inigualável. — Não achei que daria conta. Estou realmente impressionado.

Ela balançou a perna, e meu olhar mirou seu pézinho de tamanho 35 tremendo propositalmente.

— Vocês me assustaram. Se eu soubesse que iriam me testar para saber se eu tinha psicológico para matar, eu teria me preparado. _Comentou e eu vi sua raiva no olhar.

— Foi bom pega-la de surpresa.

— Sim. Já vi que você adora me pegar de surpresa. _Revirou os olhos, em pura ironia. Impaciente, ela se colocou de pé e foi até a mesa de bebidas e eu a assisti minuciosamente servir dois copos em formato de cristal com um bom conhaque 1777. Descalça e caminhando sobre a pontas dos pés ele veio até mim, me estendeu um copo e encostou na mesa, ficando ao meu lado. — E se eu não conseguisse escapar? _Perguntou em tom baixo.

Observo a bebida na minha mesma mão que tem o cigarro entre os dedos.

— Eles acreditaram que você não teria capacidade para mata-lo. _Confesso. Eu podia ainda escutar os três matadores comendo meu juízo na chamada de vídeo, enquanto a Lavínia estava trancada dentro daquele cômodo com um miserável.

— E você? Também pensou o mesmo.

Direciono o copo até meus lábios e sorvo a bebida.

— Eu não me dou ao trabalho de ser tão burro. _A encaro com firmeza. Por reflexo, ela também bebeu o conhaque e fez careta. Sorrio.

— Fico lisonjeada com a confiança depositada em mim. _Debochou e mudou a atenção do meu rosto, focando em algum ponto na parede.

— Seus ouvidos não doem? _Pergunto curioso. A menina usou uma das piores armas que temos e sem proteção nenhuma.

— A AK não faz tanto barulho, o negócio dela é só fazer estrago.

Fico curioso.

— Como conhece aquela arma?

— Filmes de ação. Eu assistia escondida do meu pai. _Revelou e eu a vi ficar cabisbaixa e visualizar a bebida em mãos. — É a arma que mais tem a minha admiração. _Me olhou nos olhos. — Qual é a dessa coleira no meu pescoço? _Tocou o pescoço.

É a minha vez de sentar na poltrona a sua frente e relaxar os ombros, separando as pernas e pousando o copo acima da perna.

— Tem um dispositivo e que ativa outros dipositivos. _Revelo e traguei novamente meu cigarro.

A Lavínia acariciava a coleira.

— Como soube que eu me ligaria que a chava era a coleira?

— Por que não tem um minuto da sua vida em que você me esqueça.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora