Ângelo Fontana— Senhor Fontana, bom vê-lo novamente, sente-se, por favor. _A infeliz da cafetina gesticulou para que eu sentasse na poltrona a frente da sua mesa. — Devo chamar a Lavínia?
Espero ela sentar-se e tomo assento, abrindo dois botões da minha camisa.
— Não. Eu não vim vê-la. _Respondo honesto.
Seu olhar se surpreende.
— Ela deu algum trabalho na sua casa ontem? _Perguntou e eu sabia que queria só uma brecha para puni-la.
Nego.
— Não. Ela foi uma boa garota.
A velha riu.
— Percebeu como ela mudou nos últimos meses? Chegou aqui toda tímida e assustada, hoje se tornou a mais bem falada e procurada da casa. A Lavínia virou um diamante nesse bordel. Todos querem dormir com a viúva negra e tirar seu véu. _A miserável falava com tanto orgulho que me dava nojo. Essa velha não perde por esperar.
Limpo a garganta.
— É sobre isso que vim conversar com você. _Digo e procuro manter a calma para não colocar a perder meus planos hoje nesse lugar.
— Pode falar. _Incentivou, ficando de pé e indo se servir com whisky e trazendo-me um copo.
Eu aceito.
— Eu não quero mais que exista viúva negra e nem caralho de véu. _Bebo o whisky e bato o copo na mesa.
A cafetina tornou a sentar-se em seu trono de puta ultrapassada e se deu ao desplante de desentender.
— Quer que mudemos o nome fantasia dela?
— Não. Eu quero que tire a foto dela do site. Não quero a Lavínia se prostituindo com mais nenhum outro homem.
— Eu sinto muito. Mas não posso fazer isso. A Lavínia é a que mais lucra, sem ela no catálogo eu perco, a casa perde e ela consequentemente também perde. _Negou insolente.
Fico de pé, dando a volta na mesa e me encostando ali, agachando meus ombros e segurando no braço da poltrona onde essa desgraçada está.
— Eu acho que você não está me entendendo. Você, a casa e principalmente ela, nenhuma vai perder nada. _Explico.
— Se ela não se vende, não tem faturamento.
— Eu quero a viúva negra exclusiva para mim. Eu vou pagar o que for, com tanto que ela não faça mais programa com nenhum homem, somente comigo.
O olhos da cafetina brilhou cifrão.
— Agora eu entendi. _Ela riu. — Sabe que a Lavínia vale muito? É uma puta cara.
— Grana não é o problema. _Soltei sua cadeira e voltei para sentar na poltrona. — Eu pago o que for, eu só não quero ela se prostituindo com mais ninguém.
— Só se prostituindo com você? _Eu assinto, impassível e querendo matar essa velha desgraçada. A Margaret respirou fundo e olhou-me, ficando de pé e estendendo a mão. — Negócio fechado.
—Me ouça bem, eu vou saber se você não cumprir o acordo.
— Se você está disposto a pagar o for, não tem motivos para que ela não seja exclusivamente para o seu prazer.
Satisfeito com o que ouço, levanto-me e aperto com firmeza sua mão.
Enquanto eu não encontrava o garoto, eu precisava manter a Lavínia longe da mira de todos.
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A MERETRIZ - Predestinada a morte
RomanceDARK ROMANCE Lavínia foi raptada do seu país para se prostituir na Suiça, mas seria capaz de fugir da morte? Seu algoz está à espreita. Resta saber se vai mata-la, ou corrompe-la. Pois ele se ver como o demônio sugador de almas.