16° CAPÍTULO

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Ângelo Fontana



— Senhor Fontana, bom vê-lo novamente, sente-se, por favor. _A infeliz da cafetina gesticulou para que eu sentasse na poltrona a frente da sua mesa. — Devo chamar a Lavínia?

Espero ela sentar-se e tomo assento, abrindo dois botões da minha camisa.

— Não. Eu não vim vê-la. _Respondo honesto.

Seu olhar se surpreende.

— Ela deu algum trabalho na sua casa ontem? _Perguntou e eu sabia que queria só uma brecha para puni-la.

Nego.

— Não. Ela foi uma boa garota.

A velha riu.

— Percebeu como ela mudou nos últimos meses? Chegou aqui toda tímida e assustada, hoje se tornou a mais bem falada e procurada da casa. A Lavínia virou um diamante nesse bordel. Todos querem dormir com a viúva negra e tirar seu véu. _A miserável falava com tanto orgulho que me dava nojo. Essa velha não perde por esperar.

Limpo a garganta.

— É sobre isso que vim conversar com você. _Digo e procuro manter a calma para não colocar a perder meus planos hoje nesse lugar.

— Pode falar. _Incentivou, ficando de pé e indo se servir com whisky e trazendo-me um copo.

Eu aceito.

— Eu não quero mais que exista viúva negra e nem caralho de véu. _Bebo o whisky e bato o copo na mesa.

A cafetina tornou a sentar-se em seu trono de puta ultrapassada e se deu ao desplante de desentender.

— Quer que mudemos o nome fantasia dela?

— Não. Eu quero que tire a foto dela do site. Não quero a Lavínia se prostituindo com mais nenhum outro homem.

— Eu sinto muito. Mas não posso fazer isso. A Lavínia é a que mais lucra, sem ela no catálogo eu perco, a casa perde e ela consequentemente também perde. _Negou insolente.

Fico de pé, dando a volta na mesa e me encostando ali, agachando meus ombros e segurando no braço da poltrona onde essa desgraçada está.

— Eu acho que você não está me entendendo. Você, a casa e principalmente ela, nenhuma vai perder nada. _Explico.

— Se ela não se vende, não tem faturamento.

— Eu quero a viúva negra exclusiva para mim. Eu vou pagar o que for, com tanto que ela não faça mais programa com nenhum homem, somente comigo.

O olhos da cafetina brilhou cifrão.

— Agora eu entendi. _Ela riu. — Sabe que a Lavínia vale muito? É uma puta cara.

— Grana não é o problema. _Soltei sua cadeira e voltei para sentar na poltrona. — Eu pago o que for, eu só não quero ela se prostituindo com mais ninguém.

— Só se prostituindo com você? _Eu assinto, impassível e querendo matar essa velha desgraçada. A Margaret respirou fundo e olhou-me, ficando de pé e estendendo a mão. — Negócio fechado.

—Me ouça bem, eu vou saber se você não cumprir o acordo.

— Se você está disposto a pagar o for, não tem motivos para que ela não seja exclusivamente para o seu prazer.

Satisfeito com o que ouço, levanto-me e aperto com firmeza sua mão.

Enquanto eu não encontrava o garoto, eu precisava manter a Lavínia longe da mira de todos.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora