36° CAPÍTULO

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CONTÉM CONTEÚDO AINDA VISTO COMO TABU NA SOCIEDADE🔥🔥🔥




Lavínia Fadel

Obviamente que não fiquei ali para bajular o Ângelo Fontana igual todos os súditos estavam fazendo, eu peguei uma taça de champanhe da bandeja do garçom que circulava por perto e dei as costas ao salão, saindo do ambiente bem decorado com muitos homens e fui vagar sozinha pela sede, conhecendo as instalações.

A sala onde funcionava a espionagem das vítimas de todos os matadores hoje presentes estava fechada, mas isso não me desanimou de forma alguma, continuei caminhando e cheguei na sala de controle de segurança, estava escura quando empurrei a porta de aço e entrando, vi o matador 27 ali parado de pé e observando as imagens, especificamente o visor que transmitia o salão de festa onde o Ângelo Fontana estava falando com todo o seu batalhão de subordinados.

Eu encosto a porta e sigo até o matador 27, de pé em frente as imagens de segurança e com as mãos no bolso da calça social. Fico ao seu lado.

— É surpreendente como ele toma conta de qualquer ambiente que entra. _Comentou, admirado e sem retirar os olhos fixos do Ângelo. Eu também olho para o visor focado no Ângelo e vê-lo movimentando aqueles lábios convidativos, enquanto todos ao seu redor estavam quase subjugados de tão perplexo por ser simplesmente o chefe de todos o dando atenção, isso me fez arrepiar inteiramente. Ver poder exalando, enaltecimento e consideração, tudo isso nos olhos de quem o olhava com brilho de estupefação, era delicioso de se contemplar as escondidas. Aquilo era extremamente sexy, sensual e me deixava sim em estado lânguido, sem forças, numa condição física de até mesmo fraqueza.

— Ele reconhece que faz um trabalho bem feito. _Essas palavras escapam da minha boca e sorrindo, sem tirar o olhar das imagens e do conjunto lindíssimo que o Ângelo usava e que combinava apenas comigo, será que foi de caso pensado a cor vermelha sangue? Eu trago a bebida com teor de álcool elevado até meus lábios e saboreio o adocicado do champanhe, sentindo no meu paladar um sabor complexo do espumante, com gostinho delicado de frutas secas e frescas, e no fim, ao engolir a bebida, uma acidez equilibrada ficando no céu da boca e que me instiga a beber mais e mais.

O matador 27 virou-se para mim e trouxe sua taça para brindar na minha, aliciando-me a olha-lo nos olhos.

— Não tem como competir com esse cara. _Ele comentou e eu estranhei, vendo-o beber toda a sua bebida.

— E por qual motivo você iria querer competir com o Ângelo? _Questiono, descansando minha taça na mesa de controle que manuseava as imagens nos visores. Torno a olha-lo com cutiosidade.

— Não é óbvio? _Ele deu mais um passo e estava tão perto do meu corpo que seu cheiro impregnava em minhas narinas e novamente me fez lembrar do maldito bordel. Perfume Cartier... a marca famosa dos empresários.

— Eu quero ouvir de você. _Digo.

— Eu estou encantado por você, Lavínia. Idealizado você desde que a vi a primeira vez que chegou na mansão. _Seu olhar correu pelo meu rosto sorrateiramente e se instalou em minha boca, que secava por ouvi-lo falar essas coisas e me causar um certo espantamento.

— Não faz isso com você, por favor! _Peço, vendo-o tocar os dedos em minha cintura.

— Por que é ele, sempre será o Ângelo Fontana. _Concluiu sozinho, tocando com a outra mão a coleira em meu pescoço. Eu respiro fundo, tendo-o tão perto e se atrevendo a tanto. — Na corrida de gato e rato entre vocês dois, você permitiu que ele a alcançasse, que ele a colocasse na coleira.

— Você não entenderia nunca o que eu e o seu chefe temos. _Me desvencilho do seu toque em minha cintura e pescoço. Ele me encara com tristeza e abatido. — Nem eu mesma entendo, 27. Ele chegou me salvando de um monte de coisas... e agora está me salvando de mim mesma.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora