26° CAPÍTULO

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O WATTPAD NÃO NOTIFICOU O CAP 25, QUEM NÃO LEU VOLTE E LEIA

AGORA VAMOS AO CAPÍTULO 26😏🔥

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Suíça - Zurique

Ângelo Fontana

Ela não se atentou quando saiu do banheiro usando uma camisola vermelha de seda, por isso não me viu sentado no seu quarto.

Pela penumbra do quarto iluminado apenas pela luz amena do abajur ligado ao lado da cabeceira da cama, observei muito quieto, sem acarrear qualquer reação audível, a Lavínia dando a volta na cama que ela dormia e sentando-se, retirando as sandalias ao sacudir devagar os pés no tapete felpudo, e arrastar com muita sensualidade a liguinha que prendia seus cabelos claros; brilhantes pela luz, num rabo de cavalo no alto da cabeça.

Por fim, de cabelos soltos, ela puxou os lençóis e estava prestes a desligar o abajur e se aconchegar dentro das cobertas, quando me contemplou sentado e sem camisa, na poltrona do seu quarto, ao lado da janela aberta, com o vento soprando as cortinas em meu rosto.

— Meu Deus! _Se espantou, tocando sobre o peito. — Você quer me matar do coração, Ângelo? _Ficou agoniada e eu pude enxergar sua sobrancelha juntando em confusão por me ver ali no seu quarto.

— Não se assusta, comigo. Por favor. _É tudo o que peço e respiro fundo, impulsionando meus ombros para desencostar do encosto da poltrona e eu poder firmar os antebraços acima das minhas pernas e encarar o chão.

— Está tudo bem? _Ela perguntou e eu escutei seus passos curtos e medonhos aproximando. De repente, ela foi atrevida e se agachou a minha frente, segurando minhas mãos com algum medo oculto. — O que você tem? _Cochichou.

Lentamente, segui o meu olhar para adentrar e sucumbir nos dela tão lindos. Olhar de corujinha...

— Eu estou despedaçado, Lavínia. _Confidencio em um chiado quase nulo.

O olhar dela me estudou inteiro.

— Pegaram você de novo? Te machucaram? _Com receio ela tocava meus braços, ombros e pescoço. — Você parece inteiro.

— É só a casca. Eu estou morto já fazem anos. _Comento, sentindo a maldita dor da impotência corroer meu corpo inteiro. E essa porra dói pra caralho.

— Para que um homem como você morra precisa que antes aconteça muita guerra violenta de sangue no mundo. _Sussurrou e tocou meu rosto com uma mão, fincando o olhar dentro dos meus. — Seu olhar está tão humano hoje... tem tanta dor presente. Eu não sei o que aconteceu com você, mas olha para mim e veja, o amanhã chega e tudo fica bem. Você também vai ficar bem.

Meus olhos ardem e não demora para que as lágrimas escorram. De imediato, eu as aplaco, secando-as.

— Vai ficar bem mesmo, Lavínia? Por que sinceramente, eu estou perdendo todas as minhas esperanças. _Digo aflito e meu peito dói, me sinto sufocado e perdido, sem saída aparente, perdendo forças e se esgotando com todas as probabilidades de ter tamanha felicidade, hoje me sinto um verdadeiro miserável por pensar que um homem como eu poderia ter tal sorte naquilo que tanto implora aos céus. Eu daria tudo o que eu tenho... tudo...

Beijo o pulso da sua mão em meu rosto e acabo deitando minha testa na sua, suspirando seu cheiro delicioso e fechando os meus olhos para esquecer um minuto de tudo.

— Você chegou faz tempo? _Perguntou baixinho e eu neguei, balançando a cabeça, no ato nossas testas se esfregava e eu sentia sua ternura. Eu só havia deixado minha mala no meu quarto e vim direto vê-la, eu precisava ser embevecido por sua imagem real e não mais pelo visor do meu celular como estava sendo alimentado por todo esses dias enquanto estava fora. Se encolhendo, percebi a Lavínia respirar e soltar o ar com força em meu nariz, e abrimos os olhos juntos. Linda.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora