Ângelo Fontana
O aroma do café forte foi completamente satisfatório ao trazer a xícara até meus lábios, tomei um gole do líquido esfumaçado, desfrutando e foi fácil indentificar o sabor do grão em todo meu paladar. O aroma de caramelização do grão em algum dos seus processos ainda podia-se sentir tão presente. Pouso a xícara na mesa, percebendo, eu e meu ato involuntário de apreciar e degustar tudo.
Apesar de não demonstrar por que aprendi a me controlar diante das pessoas do meu convívio, eu estava sim preocupado, me vejo inquieto, dormindo mal, com pensamentos obsessivos, alucinações, numa tensão muscular desgraçada que a única coisa capaz de me manter em alerta é a droga da cafeína. Perdi as contas de quantas vezes já sorvei a bebida quente nessa manhã calorenta.
Me sinto desgraçadamente perdido em meio a um lamaçal de sofrimento deprimente, algo que eu tento escapar a toda maneira e sempre volta de forma abrupta e sobrenatural para me afundar na lama. O motivo por trás dos meus cortes voltou, estava viva, aproximou e mais uma vez me olhou com desejo, eu me senti o menino de 7 anos novamente. Parece que eu estou literalmente fadado ao tormento, a um martírio sem fim com essas escórias. Me sinto angustiado por está escravizado, encadeado em algemas de ferro. Ela chegou perto, não me tocou, mas era expressa a sua fome doentia pelo meu corpo, a ânsia sedenta no seu olhar me causou nojo e repulsa. Eu tinha aversão aquela desalmada. Como é possível que essa filha da puta esteja viva?
O que fiz com a Lavínia depois de ver essa infeliz me matava, mas lembrar de tudo me causou um ataque de pânico. Foi manifestado em meu ser uma carência excessiva por marcar o cheiro e a pele da Lavínia em meu corpo, e tirar aquela merda que eu estava sentindo me corroer. Por estar escravizado, eu escravizava quem amo... Diabos! Isso é um delírio insano.
Eu vou acabar matando a mulher que eu amo se continuar alucinando. Eu preciso dá um jeito nisso o quanto antes. Não posso condenar a Lavínia ao jugo e submissão do fardo que carrego. O estorvo era meu. De algum jeito eu teria que dizimar aquela enferma da terra.
— Finalmente um sol na Suiça. Eu já não estava aguentando tanto frio. _O matador 2 comentou ao tomar assento sobre a mesa e recolher um pão da bandeija. Eu agradeço internamente, assim saio dos meus devaneios.
— Ótimo dia para ficarmos a tarde toda na piscina. _O matador 27 deu a idéia.
Meu olhar observador passeava entre todos na mesa do café da manhã, e de repente, meu celular vibra avisando que chegou mensagem. Pego e viro a tela, desbloqueando.
MSG - 08h:45
"A mamãe voltou do mundo dos mortos cheia de fome, querido."
Respiro fundo, buscando sustentar a calma e abolindo o descontrole. Meu corpo retesa, e desvio a atenção para todos, desconsiderando o afronte dessa infeliz, mantendo-me quieto e imperturbável. Mas é inevitável as perguntas que irradiam com violência. Como essa miserável conseguiu a porra do meu número de celular privado? Poucas pessoas tem esse acesso, é restrito. Quem deu meu número pra essa desgraçada?
Subitamente meu celular vibra em minha mão mais uma vez. Eu giro, visualizando a merda da mensagem.
"Vou ter que mandar quantas mensagens até você responder a mamãe?"
Não foi segundos e chegou outra.
"Você fugiu como se não fosse eu a mulher que te fez homem. Ingrato."
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A MERETRIZ - Predestinada a morte
RomanceDARK ROMANCE Lavínia foi raptada do seu país para se prostituir na Suiça, mas seria capaz de fugir da morte? Seu algoz está à espreita. Resta saber se vai mata-la, ou corrompe-la. Pois ele se ver como o demônio sugador de almas.