5° CAPÍTULO

6.7K 455 44
                                    

Lavínia Fadel


— Como foi ontem? _A Aurora estava sentada na minha cama de solteiro quando eu mal acordei.

Eu bocejo, sentando-me e abrindo os braços para me espreguiçar.

— Normal. _Minto e saio da cama, calçando minha sandália e seguindo ao banheiro para fazer xixi e tomar um banho.

A Autora entra no banheiro e fechava a privada e sentava sobre, olhando-me curiosa.

— Normal como, Lavínia? Pelo amor de Deus!

— O que você quer que eu diga? _Não acordei de bom humor e estou com dor de cabeça. Essa noite eu não dormi nada, só me lembro de chorar.

— Quero saber se ao menos aproveitou como eu mandei que fizesse.

— Eu tentei. _Digo, fechando os olhos e permitindo que a água morna lavasse meu corpo já que não tenho mais alma. Viver nessas condições não faz com que eu tenha uma.

— Foi bom para você?

Abro os olhos e encaro a pequena janela do banheiro, pensativa.

Eles não usaram todo o horário e mal entraram em mim. Isso se caracterizava como algo bom, fui poupada da violência e da obrigação de aguentar três homens por uma noite inteira.

— Foi. _Revelo e esfrego meus cabelos, ensaboando.

— Eu vi dois homens saindo frustrados do quarto onde você estava. _Ela diz e agora entendo o por que dela está tão interessada em saber sobre ontem.

— O terceiro quis ficar sozinho comigo. _Minto, pois não foi bem isso o que aconteceu. Ele queria me sondar.

— O terceiro era um moreno elegante alto, olhar assassino, mandíbula cerrada o tempo todo, corpo forte e cabelos bem penteados?

Com tudo, eu a olhei.

— Você o viu? _Quero saber.

— Eu estava escondida e eu o vi saindo do escritório da Margaret. Ele parecia muito puto e olhava os punhos. Quando ele partiu, eu fui ao escritório e a velha estava desmaiada, sangrando pelo nariz e boca. _Revelou.

Meu coração disparou, batento forte. O tremor me abraçou mais que a água morna do chuveiro.

O meu irmão.

A velha vai se vingar no meu irmão.

Amedrontada, desliguei o resisto, me enrolei numa toalha e fui escovar os dentes, saindo desesperada do banheiro para me trocar.

Por que ele foi bater nela?

O que ele acha que está fazendo?

Trêmula, vesti um vestido qualquer e tentei pentear meus cabelos.

Não entendo o por que dele me fazer tantas perguntas essa noite. O que minha verdadeira história interessava a um homem tão perverso como ele?

Como eu poderia contar a verdade sabendo que meu irmãozinho está sobre o poder da velha desse lugar?

Como eu diria que me prostituia por que eu não tinha saída?

Como diria que me raptaram do meu país e me trouxeram para um bordel na Suíça?

Como eu confiaria a minha história a alguém que fez atrocidades comigo?

Era como mudar apenas de dono, ou ter dois me explorando. Por que aquele homem também não é flor que se cheire.

Ele andava armado...

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora