A MERETRIZ - Predestinada a morte

31° CAPÍTULO

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Lavínia Fadel

A primeira coisa que pensei quando o Ângelo Fontana invadiu meu quarto sem camisa com o seu olhar morto de fome, foi que ele veio cobrar a droga da massagem relaxante que esse infeliz me fez em seu escritório. Com ele, nada é de graça.

Se bem que eu devo ter o atiçado ao pegar com firmeza no seu pau sobre a calça e narrar o que eu faria com ele se aquela merda de bituca de cigarro fosse apagada no bico do meu seio. E acreditem... o Ângelo seria capaz disso e muito mais.

O Ângelo simplesmente trancou a porta do meu quarto com nós dois dentro e está me olhando muito esquisito, como alguém que está definitivamente incompreendido.

Eu desentendo, pois não fiz nada de errado. Só disse que queria toca-lo.

Por fim, ele balançou a cabeça e negou, mantendo a distância que estabeleci ao estender as mãos, minha intenção era somente toca-lo... só isso... por que ele não pode ao menos tentar?

— Esquece. _Retraiu. — Vou voltar para o meu quarto. Boa noite. _Dito isso, um tanto incomodado, mas com a voz branda, ele me deu as costas.

E eu vislumbrei pela primeira vez aquele estrago feio e horrendo em suas costas, eu senti um negócio ruim no peito, não sei explicar, mas doeu ver aquela droga. Até então eu só havia visto as cicatrizes do seu abdômen, pois as vezes em que ele transou comigo ele ficou sempre sobre mim e quando ficou de pé para tirar a roupa saiu de frente, não virou em nenhum momento, eu lembro por que eu não seria louca de esquecer um detalhe das melhores transas da minha vida, acho que ele não queria que eu enxergasse aquilo. Os cortes em seu abdômen parecem menos horroroso por ser mais antigo que os das costas e o tempo ter cuidado para amenizar a estética visualmente, já os das costas até o presente momento era uma incógnita para mim e agora é um baque forte está diante disso.

Ele era um garotinho... 7 anos, mas novo que o Faruk...

Faço careta e por um segundo respiro fundo, precisando de coragem para ver aquilo enquanto ele camanhava.

Meu Deus! É horrível.

O Ângelo era um homem alto e forte, era composto por ombros largos e costas bem desenhada e definida; o que era resultado do quanto ele era dedicado em manter seu porte físico indestrutível e invejável. Era linda até a curvinha de meia lua que fazia entre o fim das suas costas e o relevo do seu bumbum. O corpo do Ângelo era divino mesmo com aquele tantos cortes amontoados em cima um do outro. Era nítido que foram cortes perfurantes com objetos pontiagudos, especificamente aqueles nas costas sendo feito pela lâmina de uma faca, era impossível negar isso. O mais triste de tudo é que ninguém poderia ao certo contar quantos cortes haviam ali, eram muitos... As costas dele já cicatrizada não tinha um mísero centímetro que não tivesse cortes.

Ele dificilmente mostrava aquelas cicatrizes, sempre estava com camisas e vestido todo elegante.

— Por que você não permitiu que dessem pontos? _Pergunto antes que ele abrisse a porta e saísse.

Ele virou-se.

— Com pontos ou não isso não mudaria o fato dele ter me destruído.

Sentindo sua dor na voz nociva, respirei com força e engoli a vontade que eu tinha de chorar por ver a demolição que um pai foi capaz de submeter o próprio filho. Eu não consigo nem imaginar no Ângelo, uma criança, sendo mutilado vivo por quem devia protege-lo e cuida-lo.

— Fica. _Peço decidida. Ele ainda segurava na maçaneta da porta quando me olhou. Eu fecho os olhos por um momento. — Eu não sou ninguém para pedir que confie a mim o seu trauma e que me deixe toca-lo. _O olhei constrangida por pedir demais a alguém que poderia me matar a qualquer momento e foi pago para isso. Eu sou uma imbecil. — Me desculpa. _Sussurro.