A MERETRIZ - Predestinada a morte

41° CAPÍTULO

Ângelo Fontana

O whisky Cardhu Single Malt 12 anos, um malte suave, límpido e fresco, com nuances de carvalho e sendo apreciado com duas pedras de gelo no copo, deixou um leve amargor em meu paladar ao tomar toda a bebida alcoólica de uma vez, estou na sacada do meu quarto e apesar de está puto da vida o alívio foi inegável quando vejo que a Lavínia retornou para a mansão, ela saia do meu carro com os meus seguranças a escoltando e tudo indicava que nenhum iria morrer hoje, a corujinha parecia bem. Com os antebraços sobre o parapeito de vidro, e o copo vazio na mão, eu a observava segurar no tecido do seu vestido de cor bonita e caminhava de pressa pela entrada da mansão, os cabelos ondulados faziam um pequeno movimento suave contra o vento e seu rosto ficava totalmente visível.

Meu coração bateu forte, acelerando como se fosse um carro esportivo numa competição de racha.

— Cadelinha linda do inferno! _Sussurro para mim mesmo, evitando sorrir enquanto a visualizo caminhar as pressas e entrar na mansão.

Impulsiono meus ombros para trás e desencosto do parapeito onde estava apoiado, virando-me e entrando no meu quarto, definitivamente em paz por ela ter chego a salvo. De repente, quando estou servindo meu copo d'água e limpando meu paladar, meu celular vibra indicando alguma mensagem que acabará de chegar, penso em ignorar e entrar no banho antes de dormir, mas descanso o copo no móvel, meus calcanhares viram-se e estou rumando até meu aparelho, desbloqueando a tela e abrindo a mensagem. Meus olhos semicerram ao passar os olhos logo na primeira linha. É uma mensagem de texto da Aurora.

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"O sócio da boate chegou hoje cedo, não consegui entrar em contato com você por que o infeliz me colocou para dançar na área vip. Descobri que a cafetina está desaparecida e ele está assumindo o bordel. Acho que seria bom também você saber que ele mudou o sistema de segurança da casa, instalou uns aparelhos estranhos de última geração e tem uns homens esquisitos que andam com ele e não falam nossa língua. Ele conversou comigo sobre a Lavínia e ele sabe que o último trabalho dela foi sendo exclusiva de um homem. Ele não sabe que esse homem é você por que quando você a resgatou levou os cadernos e derrubou todas as listas dos clientes onde você estava listado, e as imagens de segurança onde você seria identificado, apagando o nome da Lavínia da casa e deixando como se ela nunca tivesse trabalhado aqui. Não sei o que ele planeja, mas ele ficou muito irado por não ter imagens suas. A Lavínia compareceu aqui essa noite e ela o enfrentou, acredito que a Lavínia não foi raptada do seu país por acaso, acho que alguém a entregou para a prostituição, pois o infeliz dormiu comigo e recebeu uma ligação muito suspeita, tenho certeza que se referia a ela quando disse que IRIA TRAZE-LA DE VOLTA. Vou apagar essa mensagens e seu número, não quero levantar suspeitas. Entro em contato com qualquer outra informação sobre isso."
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Com a mensagem aberta e sem esboçar nenhuma reação, apesar de está me corroendo por dentro por algo que eu já suspeitava e ter sido alertado na mensagem pela Aurora, por que eu também penso nesse caralho de que a Lavínia foi entregue a prostituição, me contenho e saio do meu quarto, batendo na porta do quarto da Lavínia e entrando.

— Sai daqui. _Ela gritou feroz e eu a ignoro completamente, fechando a porta e seguindo até a cama onde ela está sentada, de pernas cruzadas e tentando desfazer o nó do vestido em sua nuca.

— Leia. _A estendo meu celular para que ela veja a mensagem, se estamos do mesmo lado nos negócios eu preciso que ela esteja ciente de tudo. — Eu te ajudo com isso. _Ofereço ajuda com o bendito nó do seu vestido para que ela leia a mensagem. A Lavínia não relutou e ficou de lado na cama, recolhendo receosa meu celular e lendo para si mentalmente. Com cuidado, jogo seus cabelos sedosos e macios para o lado e ela abaixa a cabeça, permitindo que eu vislumbre sua nuca com alguns pelinhos loiros nascendo abaixo da coleira. Por fim, desfaço a amarração do seu vestido.