23° CAPÍTULO

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Lavínia Fadel

Na manhã do dia seguinte, eu acordei muito mal, meu corpo inteiro doía, até as iris dos meus olhos. Ao sentar na cama com cuidado, acabei tocando meu ventre que parecia ter sido espancado, e foi, e fiz careta, tossindo e constatando que eu havia amanhecido pior do que gripada.

A chuva... eu fiquei horas na chuva com aquele homem...

Balancei a cabeça envergonhada pelo meu comportamento degenerado, depravado e devasso, lembrando de todo o absurdo que fizemos, sentindo minhas bochechas queimarem de ódio por eu não ter aguentado me segurar e cedido a ele, reparando agora no meu corpo todo o sinal daquela verdadeira maluquice. Num cemitério... eu transei com o Ângelo sobre um túmulo dentro de um cemitério e numa tempestade de dar medo...

Eu fiquei realmente louca.

Com uma sensação horrível de frio e um mal-estar no corpo, afastei as cobertas e tentei ter forças para ficar de pé. Na primeira tentativa, cai sentada por sentir muita dor no interior das coxas quando meus pés firmaram no chão, já na segunda eu fui fracamente forte e consegui dar os primeiros passos com a mão em meu ventre até chegar no banheiro.

— Esse infeliz fudeu literalmente comigo. _Digo com fúria e percebo minha voz ficando muito rouca, e que logo eu não teria voz nenhuma.

Retirei o meu pijama e fui tomar uma ducha quente, eu me vi tendo muitos calafrios, pois a água parecia ter pedras de gelos e eu morria de frio.

Muito fraca, espalmei as mãos na parede e comecei a tossir, arrepiando-me inteiramente de frio, tendo uma tremedeira desgraçada.

Eu preciso de remédios e cama o dia todo.

Ao tomar meu banho naquele maldito tormendo de dor e tossido, escovei meus dentes e sai do banheiro para me trocar. Foi esse o momento em que agradeci por ter chego ontem de madrugada e ensopada e encontrado o Faruk dormindo no quarto que o Ângelo deu pra ele, pois eu precisava dormir sozinha no meu, eu estava ardendo, com dor e parecia que um trator havia passado por cima do meu corpo. Eu só não contava comigo acordando doente.

A dor entre minhas pernas é o suficiente para que eu sinta uma raiva absurda desse infeliz em cada célula do meu corpo. É óbvio que ele fez de propósito. O que adianta pedir pra ir de vagar? O cara parece que esquece que tem um monstro no meio das pernas...

Sinceramente, todos os homens que já trepei naquele bordel, nenhum tinha um pau daquela magnitude. E pensar que a louca da Aurora só gostava dos cavalos, me deixa horrorizada.

Acabo sorrindo do meu estado de calamidade. Cara, uma simples foda com o Ângelo quase me levou para uma cova.

Eu sabia que algo tão gostoso com aquele miserável me daria dor de cabeça. Só não imaginei que fosse fraqueza, resfriado, gripe e dor no interior.

Que porra!

Assim que terminei de vestir um novo pijama, a governanta da mansão entrou no quarto.

— Desculpa. Eu não sabia que a senhorita ainda estava no quarto. _A senhora uniformizada e de cabelos loiros se desesperava por ter entrado no quarto. — Eu só queria colocar o quarto em ordem.

— Tudo bem. _Digo com dor na garganta e penteio meus cabelos. — Eu não vou sair do quarto hoje.

— A senhora está com uma voz meia rouca. Está doente?

— Infelizmente. Tomei um banho de chuva nessa noite.

— Vou mandar prepararem um chá para a senhora, verá que logo ficará novinha em folha.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora