Lavínia Fadel
Querendo muito conversar, fui até o quarto da Aurora e entrei. Virando-me, a avistei ficar de pé imediatamente e empurrar a gaveta da cômoda com o próprio quadril.
— Estou atrapalhando? _Pergunto. — Eu posso voltar outra hora.
Ela olhou para a cômoda, avaliando e passou a mão sobre, recolhendo um lenço de pressa.
— Eu estava limpando. _Ela dobrou o pequeno lenço duas vezes e eu vislumbrei ele sujo de sangue. Faço careta e ela percebe. — Meu batom vermelho quebrou e sujou tudo. _Explicou e descansou o lenço sobre a cômoda. — Mas venha. Você precisa de alguma coisa?
Nego e cruzo os braços.
— Vim conversar com você. _Eu e a Aurora nos dávamos muito bem, talvez por ser apenas um ano mais velha que eu e sermos as mais novas do bordel, era fácil conversar com ela e ela mostrava sempre solícita a me ajudar. Ela já estava na casa quando eu cheguei e foi a primeira a me estender a mão e ter paciência para me ensinar tudo sobre esse meio da prostituição.
— Sobre o que? _Quis saber.
Eu respiro fundo.
— Estranho que uma de nós tenha morrido. Quem seria capaz de uma atrocidade dessas? _Faço careta e sento-me na cama.
— Aquela vagabunda vivia pegando no seu pé, deveria saltitar por ela está morta.
— Não consigo sentir algum alívio.
— Acho que te fizeram um favor.
Nego. A mulher tinha família... como não devem está?
— Não diga bobagem, Aurora.
— Por que estamos falando dessa infeliz? Você não veio aqui pra isso, veio? _Ela raspou as mãos no pijama e veio sentar também na sua cama. — Como foi ontem?
Eu a encaro.
— Péssimo. Se aquele homem não estivesse machucado ele teria me matado. O cara é um louco. _Digo escandalizada com tudo que rolou ontem. — O cara cheirou cocaína em minha perna. Que horror!
Sem contar que meteu a porra de uma faca na minha buceta e me fez gozar.
Que homem maluco...
É realmente um psicopata!
E o negócio lá de necrofilia, será verdade?
Como o cara poderia comer um cadáver ainda quente?
Isso é doença.
— Estou sentindo uma energia meio dark aqui. _Ela comentou e eu franzio o cenho, inundada de repulsa.
— Sem mentira, o cara é muito estranho.
— E não é desses que você gosta? _Ela perguntou rindo.
— Deus me livre! Eu tenho é medo daquele doente. Ele é esquisito, me olha como se eu fosse um nada. Ontem senti como se ele fosse me matar de verdade.
— Mas não matou. _A Aurora lembra e sorria atoa. — Ele é muito gostoso. Tem um olhar sexy e um caminhado tão atraente. Até eu, Lavínia, ia implorar para que aquele homem me matasse macetando.
Estou pasma.
— Você é bizarra. _A dou um tapa e fico de pé para sair do quarto e ir tomar café. Deu de conversa por hoje.
— Você é tão burra por não aproveitar aquele homem.
Desfiz o sorriso.
— Eu nunca vou aproveitar nada com aquele indigente desprezível e canalha. _Declarei odiosa.
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A MERETRIZ - Predestinada a morte
RomanceDARK ROMANCE Lavínia foi raptada do seu país para se prostituir na Suiça, mas seria capaz de fugir da morte? Seu algoz está à espreita. Resta saber se vai mata-la, ou corrompe-la. Pois ele se ver como o demônio sugador de almas.