27° CAPÍTULO

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Lavínia Fadel



Ao empurrar as janelas, fechei os olhos e respirei profundamente, me sentindo leve como uma pluma.

O dia estava perfeito, um tempo extremamente gostoso e ameno. Não estava um calor desagradável e tão pouco um frio de congelar. Era uma temperatura boa, um céu incrível, o sol tão brilhoso que era capaz de ver sua moldura através dos raios de sol.

Evito pensar que me sinto assim devido a noite espantosa e assombrosa que tive com o sádico do Angelo, mesmo sabendo que aquilo foi extremamente formidável para o meu corpo acordar para a vida. Era um choque e tanto vivenciar aquilo com ele. Acho que estou me tornando uma masoquista. Por que o Ângelo é excepcionalmente agressivo na cama, ele não precisa exclusivamente me bater para que eu veja isso. O desgraçado vai até o seu limite e vai com força.

Abro os olhos no sol e me impressiono por conseguir olha-lo por tanto tempo sem que meus olhos arda.

Será que estou ficando perdidamente louca por dizer que gosto do modo como o Ângelo transa?

É estranho tentar me convencer de que antes dele já tive noites melhores naquele maldito bordel, mas os caras eram tão fracos e sem intensidade nenhuma no ato que acaba colocando o Ângelo em outro patamar, um bem elevado eu diria. Acho que no fundo eu não nasci para dominar, e sim ser dominada.

Uma maluquice, eu sei.

Deixando a janela aberta, viro-me, caminho até a cama bagunçada e indo arruma-la, ignorando o local onde eu fiquei aberta pra ele me arrasar, ignorando flashes dele chupando a minha buceta como se eu tivesse o melhor sabor do mundo.

Eu não vi quando ele saiu do quarto, o desgraçado me esperou dormir para fugir. Ele fez certo, certamente acordariamos quebrando a cara um do outro ao invés de quebrar a cama... a gente não se suporta, e é uma lástima.

O bizarro disso tudo é que gosto até da dorzinha que sinto no outro dia após uma noite surrel e quente com aquele infeliz. É bom sentir que ele fica em mim até o outro dia.

— Irmã? Posso entrar? _Era o Faruk batendo na porta.

Sorrio largo, saindo dos devaneios pecaminosos. Eu preciso está lúcida.

Claro! Entra.

O Faruk entrou de pijama com um sorriso enorme no rosto redondo e veio correndo pular na cama e me abraçar, derrubando-nos no colchão fofo.

Eu devolvo o abraço com força e mordo as bochechas desse pirralhinho, que logo logo estará um rapazinho.

— Meu Deus! Quanto abraço. _Zombo, o fazendo cócegas nas axilas, amando o som da sua gargalhada e vê-lo se encolhendo, implorando para que eu parasse. — O que veio fazer aqui, seu atentado? _Semicerro os olhos, desconfiada.

— Vim contar que sonhei com você pilotando uma moto. _Revelou.

Eu me afasto, interessada no sonho. Eu sempre tive vontade de pilotar uma motocicleta, tenho a sensação que entrega muito mais liberdade, adrenalina e velocidade que qualquer carro conversível.

Sentada na cama confortável, cruzo as pernas, segurando e massageando meus pés.

— Conta do sonho. _Peço muito curiosa.

O Faruk ria empolgado.

— Você havia passado numa missão secreta num galpão cheio de bombas, tinha muitos caras armados te perseguindo e você conseguia fugir com o pergaminho com o mapa do tesouro que havia roubado nesse galpão... _Sorrio largo com ele narrando a ação e gesticulando atoa, entusiasmado. — Ai você colocava o pergaminho no peito, escondendo-o e vendo uma moto bem grande na cor roxa, você subiu em cima no automático, girava a chave e acelerava saindo em alta velocidade por uma estrada plana. Os caras armados começavam a atirar e você curva a moto de um lado para o outro de tal forma que a moto quase deitava no chão... e os tiros passando por cima da sua cabeça assim. _Ele imitava o modo como os tiros passava por mim.

A MERETRIZ - Predestinada a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora