Ângelo Fontana
— Ela faz tudo sem exceção.
— Tudo?
— Tudo! Exatamente tudo. Qualquer fantasia que o senhor desejar.De repente, minha conversa com a desgraçada da cafenita invadiu a porra da minha cabeça e torturava-me.
Se a moça acaba de dizer que eu fui o seu primeiro cliente fica claro que a velha mentiu para mim.
Encarei a moça com horror, mas horror de mim mesmo, do que eu fiz com ela naquele dia.
Eu acreditei na velha e a estuprei.
Possuído e infeliz, olhei para a moça nua na cama, ela estava cabisbaixa, sentada, encolhida, amedrontada e chorando muito baixo, com medo de me provocar uma súbita raiva e eu ser rude e impiedoso com ela, como já fiz um dia.
Minha cabeça dói e eu preciso olhar para outro ponto que não seja ela. Estou furioso e meus lábios separados sinto que tremem de ódio, me encontro como um cão raivoso tentando se controlar.
Eu bati nela.
Mordi.
Marquei seu corpo.
Entrei nele o quanto eu quis.
Eu a xinguei e a ameacei.
Eu fui um monstro.
Mais uma vez tornei a olhar para ela tão murchinha. Parecia um animalzinho indefezo. O que eu fiz?
Nervoso, pulo da cama e quase cambaleio ao caminhar. Se eu fui o seu primeiro cliente é nítido que ela não sabia fazer muita coisa, a cafetina mentiu para mim e assim pode lucrar uma fortuna com ela, como deve está fazendo o tempo todo e todos os dias. Como fez hoje a entregando nas mãos de três homens.
Com tudo, virei-me e a avaliei.
É só parar e perceber o que acabou de acontecer nesse quarto. Ela nunca havia estado com dois homens e ficou apavorada quando eu me atrevi a invadi-la também.
— Você era virgem? _Questiono. Nesse momento eu não acredito mais nem no lixo do pai dela que me pagou para encontra-la. Devagar, ela ergueu o rosto. — Você não sangrou, mas algumas mulheres não sangram. Preciso saber se você era virgem.
— Não.
Ouvir sua resposta não me deixa mais aliviado. Eu a estuprei.
— Eu fiz muita coisa com você naquele dia. Tudo que eu fiz com você, você nunca fez antes? _Ela negou e eu a assisti puxar o lençol para se cobrir.
Puta que pariu!
A velha maldita me fez acreditar que ela fazia de tudo.
O que droga eu fiz? E que droga eu estava prestes a fazer de novo?
— Se o senhor estivesse me ajudado a relaxar, eu acho que eu conseguiria ficar com os três. _Ela falou e limpava os olhos. Estou espantado com tanta merda. — Por que o senhor está assim? _Me olhou triste.
— Por que eu cometi um erro terrível com você.
Ela riu sem querer e alisava o próprio braço.
— Não cometeu. O senhor pagou por àquilo. Assim como pagou por hoje. O senhor esqueceu o que eu sou? Eu apenas sirvo vocês nesse lugar. Sirvo quem paga mais. _Sua voz suou tão cheia de dor.
Nego, a dando as costas e parando, olhando para trás e voltando para a cama, não me importando com a minha nudez.
— Quem é você? _Pergunto de joelhos, segurando o seu rosto e com o olhar fixo nos seus de cor âmbar.
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A MERETRIZ - Predestinada a morte
RomanceDARK ROMANCE Lavínia foi raptada do seu país para se prostituir na Suiça, mas seria capaz de fugir da morte? Seu algoz está à espreita. Resta saber se vai mata-la, ou corrompe-la. Pois ele se ver como o demônio sugador de almas.