Fortes emoções no capítulo anterior. Seguimos para uma reta final. Beijos e falem comigo. 🤍
Um choro compulsivo tomava conta de mim, eu me sentia tão cansada que não conseguia o conter, na verdade eu não queria parar de chorar, eu queria chorar até parar de doer.
Uma corrente elétrica tomou conta do meu corpo, me fazendo dar atenção a aquilo, talvez eu esteja tão louca que tenha sentido o toque dela de volta, ou talvez ela tenha sim apertado minha mão.
Olhei Valentina, suas pálpebras tremiam, e mais uma vez, senti sua mão, olhei de imediato, e agora Valentina apertou minha mão.
- Ah meu Deus, Valen, eu tô aqui, acorda!
Ela abriu os olhos com dificuldade, parecia difícil fazer isso e ela logo fechou, tentou mais uma vez, me olhou, rolou os olhos em volta, e logo fechou.
- amor eu tô aqui com você, você tá bem, só tenta manter os olhos abertos.
Ela não tentou outra vez, pelo contrário, apertou seus olhos e também apertou minha mão com mais força, e em fração de segundos, um choro compulsivo tomou conta de Valentina.
- eu não consegui Lu, eu não consegui,
- meu amor calma, o que você não conseguiu?
- eu não consegui, eu tentei, eu quis muito mas eu não consegui.
Entrei em desespero, mas eu não poderia travar agora, eu não queira soltar Valentina, nunca mais, mas eu precisava.
Ela começou a se debater na cama, batia as mãos e até o braço imobilizado, sua feição agora emitia raiva, raiva essa que eu desconhecia o motivo.
- VALEN NÃO FAZ ISSO!
Corri em desespero até a porta, gritei a enfermeira plantonista, disse que Valentina tinha acordado e que estava delirando e tendo uma crise de choro.
Em questão de segundos todos adentraram o quarto, me pediram pra ficar fora, e eu obedeci. Em 40 minutos depois, a enfermeira e o médico dela saíram do quarto.
- Luiza?
- como ela tá?
- a sua esposa está bem, acreditamos que a crise de choro e o pico de raiva, tenha sido pelo estresse e trauma no momento do ocorrido, pela avaliação que fiz agora descarto a possibilidade de danos cerebrais, mas, como não podemos deixar nada passar, e pelo episódio ocorrido agora, irei pedir alguns exames, assim como acompanhamento psicológico.
- quais exames?
- tomografia e eletroencefalograma, não se preocupe, acredito fielmente que ela esteja bem, mas assim iremos nos tranquilizar por completo, e não são exames invasivos.
- existe a possibilidade disso se repetir?
- olha, não sabemos ainda o que aconteceu a ela de fato, foi um trauma, mas não sabemos a profundidade, não podemos descartar a hipótese, inclusive pela profissão que ela exerce também, dou minha palavra em cuidar com excelência da área neurológica, assim como todos os médicos daqui, mas a sua função também é muito importante, você é a esposa dela e vejo que ela confia muito em você, inclusive, nos pediu pra te chamar.
- não somos casadas.. não ainda, mas muito obrigada, eu comuniquei a família e já estão vindo, poderia repassar tudo isso para eles?
- posso sim, e desculpe, notei a aliança e você ficou o tempo todo aqui.
- tudo bem, eu pretendo ser sim a esposa dela um dia.
- bem, qualquer coisa pode me procurar ou o restante da equipe, mas está tudo bem, não se preocupe.