Mais um capítulo com muito carinho, espero que gostem. Beijos e falem comigo. 🤍
Demorou bastante tempo até Valentina se acalmar. Se era difícil pra mim digerir tudo aquilo e imaginar aquela cena, eu não me imagino o quanto esteja sendo difícil pra ela.
- meu amor, você quer alguma medicação?
- não, eu tô bem, precisamos conversar ainda.
- tudo bem, pode me dizer o que quiser.
- tem a Jade, a irmã do Marquinhos.
- eu queria perguntar, mas fiquei com receio.
- ela tem uma tia, ela se negava cuidar deles dois por achar ser culpa do Marquinhos a morte da irmã, mas acredito que a Jade esteja com ela, eu pedi para meu pai localizar as duas, as tirar de lá, e eu irei providenciar um lugar pra elas morarem.
- acho que não entendi Valen, você quer comprar uma casa, pra essa garotinha morar?
- eu quero evitar que ela tenha o mesmo destino que o irmão.
- você não acha radical demais? Existem outras formas de impedir isso.
- que outras formas? Ela tem familiares, que não tem o que fazer além de aceitar a realidade em que vive e esperar, eu me envolvi nisso Luiza, me envolvi muito, e se eu posso ajudar, eu vou.
- mas meu amor, você já ajudou, me desculpa, mas eu acho radical essa sua alternativa.
- e o que você sugere?
- eu sei que ela tem familiares, mas você tem meios de provar que esse familiar é disfuncional, que essa tia não tem condições de cuida-lá, isso facilitaria o processo de ida dela para um orfanato.
- você acha mesmo que a porra de um orfanato se importa com uma criança de favela Luiza? Ainda mais que ela tem a porra de um familiar que deveria cuidar dela.
- eu não sei meu amor, só acho que é a opção mais viável, você precisa pensar um pouco com a cabeça em vez de somente com o coração.
Valentina deu uma risada sarcástica e me olhou diferente. Eu me afastei na poltrona, me colocando centímetros mais longe.
- eu não te chamei aqui pra pedir sua permissão em nada, só pra te comunicar.
- você não tá se relacionando sozinha.
- e nossa relação não é a porra de um comercial de margarina, onde você é a esposa feliz porque tem um capacho que obedece tudo que você diz.
- a nossa relação é algo unilateral pra você então? Onde você decide sozinha e faz?
Valentina estava com o maxilar travado, sua pupila dilata e um olhar frio e raivoso sobre mim. Não faço ideia do porque, mas ela estava com raiva.
- sai do quarto.
- o quê?
- SAI DO QUARTO.
- você me chama pra conversar e quando não concordamos com algo você se acha no direito de me tratar mal?
- SAI CARALHO.
- o que é isso Valentina?
Marcos e Catarina entraram rapidamente, eu fiquei paralisada e em uma distância segura de Valentina, que nesse momento estava sentada sobre a cama e quase vindo pra cima de mim.
- TIRA ESSA, TIRA A LUIZA DAQUI.
Catarina veio até mim e me afastou, indo comigo para perto da porta e me abraçou, eu estava tão atordoada e confusa pela reação repentina dela, que não conseguia prestar atenção em nada ao meu redor.