Preciso que escutem a música, precisamente quase no fim do capítulo. Caso não consigam por aqui, a música é "Come Back When you can - Barcelona." Coloquem no Spotify, e sintam o momento.
Capítulo feito com muito carinho. 🤍
De repente tudo ficou escuro, a voz da minha irmã se fez distante, e meu corpo se chocou ao chão.
- LUIZA!!!
Acordei no sofá, me sentia zonza e ainda fora da realidade, Igor estava andando de um lado pro outro, com o telefone na mão, e minha irmã estava sentada do meu lado.
- Lu?
- em que hospital ela tá?
- você desmaiou e bateu a cabeça, tá sentindo algo?
Me levantei e me segurei pra não cair, olhei o Igor, ele parecia distante mesmo estando em minha frente, ele saiu e voltou pro corredor.
- onde a Valentina tá?
- no Albert Einstein.
- ok, vamos pra lá.
- Luiza, ninguém tá em condições de dirigir, respira, olha pra mim.
- tá, eu vou pedir um uber e vou pra lá!
- Lu, não tem nada que você possa fazer lá agora, se acalma, vem toma esse remédio.
- não quero remédio nenhum Carol, eu quero a Valentina.
Uma dor incomum tomava conta do meu peito, meu corpo todo estava pesado, minha mente não parava e não formava um pensamento por completo se quer, eu me sentia atordoada, sem chão.
- eu sei, e ela vai voltar pra você, ela tá sendo cuidada no melhor hospital do Brasil agora, eu preciso que você tenha calma.
- o que aconteceu?
- não sabemos ainda.
- quantos tiros foram?
- Lu..
- me diz Carol.
- dois.. ou três, eu não sei exatamente.
- ah meu Deus!
Um choro que veio da minha alma tomou conta de todo meu corpo, me senti fraca e cai de joelhos no chão, Carol rapidamente se levantou e veio me segurar em um abraço, eu não conseguia me conter, só chorar.
- calma, eu tô aqui.
- eu não sei mais viver sem ela Carol, eu não sei e eu não quero, meu Deus, porque isso tá acontecendo? Ela me prometeu que iria voltar pra casa hoje, ela me prometeu.
- ela vai voltar assim que estiver recuperada Lu, ela vai voltar.
- eu preciso ir pra lá agora.
- Luiza não tem nada que você possa fazer agora, só ter fé. Por favor, calma!!
Igor voltou e nos disse que Valentina ainda estava em cirurgia, que ninguém sabe ao certo ainda o que aconteceu, mas que Valentina não estava em campo com agentes da delegacia, que ela havia saído, e que horas depois foi encontrada desacordada em um local bem distante de onde costuma transitar.
Tudo ficava ainda mais confuso pra mim, depois de muita insistência de ambos, eu aceitei tomar um calmante, na verdade eu não estava mais consciente de nada, a única certeza que eu tinha, era de não suportar mais aquela situação.
Apaguei, pelo remédio, por cansaço, por medo ou exaustão, mas apaguei. E minha mente mesmo assim não parava, a todo momento meu subconsciente era invadido por lembranças de Valentina, dela se despedindo de mim hoje de manhã, me dizendo que não iria se desgrudar de mim assim que voltasse pra casa.