Como eu disse em algum capítulo atrás, nosso fim tá chegando. Leiam com calma e muito amor no coração. 🤍
Acordei na manhã seguinte surpreendendo até a mim mesma, 10h da manhã de um sábado, com no máximo 4h ou 5h de sono dormidas.
Me sentei na cama e me espreguicei tentando acordar o corpo, uma dorzinha chata se fez presente em lugares específicos em mim, suspirei e fui pro banheiro, fiz xixi, escovei meus dentes e tomei um remédio pra dor muscular que Valentina sempre deixava ali.
Voltei pra cama e ela ainda não tinha voltado pro quarto, pensei em ir atrás mas eu ainda me sentia tão cansada, que apenas me enrolei na coberta de novo, parece que fui atropelada por um trator, trator Valentina no caso.
Em poucos minutos ela adentrou o quarto, com uma bandeja linda de café da manhã em mãos.
- me sinto uma princesa toda vez que você faz esse banquete e traz pra mim na cama.
- você é minha princesa.
Ela me deu um selinho e me ajudou com as coisas.
- não vai comer?
- já comi amor, fica à vontade.
- que horas você acordou?
- acho que 40 minutos atrás.
- sua energia me choca.
- e você tá melhor?
- tô com sono ainda..
- só isso?
- uhum.
Menti, e enchi minha boca de comida, ela não perguntou mais, pegou o notebook e se sentou do meu lado, colocou uma mão em minha perna e ficou fazendo um carinho gostosinho ali.
Terminei de comer e coloquei a bandeja na mesa de cabeceira ao lado, a cama tava gostosa demais pra levantar. Abracei Valentina pela cintura da forma que deu, e fiquei ali deitada aproveitando pra espiar coisa do trabalho dela, não entendi merda nenhuma, infelizmente.
- vai na delegacia hoje?
- não, sou todinha sua.
- ótimo.
Ela continuou lendo coisas que provavelmente era relatórios de um caso de contrabando de grãos, de uma empresa bem conhecida por sinal, fiquei em choque e meu olho crescia cada vez mais a cada linha que eu lia.
Não que eu estivesse entendendo muito, mas muito bom a vida alheia, não consegui lutar contra o sono por muito tempo, apaguei novamente.
Quando acordei, Valentina também estava dormindo, agarradinha em mim. Peguei o celular com cuidado em baixo do meu travesseiro, e era 13h da tarde.
Ver Valentina dormindo tão serena, encheu o meu coração de certeza e de amor, mas minha cabeça foi bombardeada com certa insegurança.
Como eu iria contar para meus pais que vou sair de casa assim de repente? Como vou conseguir dar conta dessa mulher todos os dias? Do meu trabalho, desse apartamento, aulas de direção, família, amizades, meu futuro, sem SURTAR?
Não planejei literalmente viver uma vida de casada aos 23 anos de idade, assim como não planejei muita coisa, principalmente estar perdidamente apaixonada por uma mulher.
Olhei a aliança de compromisso em meu dedo, depois olhei mais uma vez pra essa deusa grega dormindo em minha frente, e toda insegurança se tornou pequena diante de toda imensidão que sinto por ela.
Não consegui me conter, agarrei Valentina e abracei apertado, ignorando totalmente que ela estava dormindo, distribuí infinitos beijos pelo seu pescoço, que nos incriminava sobre ontem à noite, mas quem se importa, não é?