Muitos surtos leves e tênis em? Até me adiantei..
Bom final de semana!! 💖- claro que não Bia!
- e porque ficou assim?
- é que não terminamos nada bem, vai por mim, ela não é alguém que você queira se envolver emocionalmente..
- mas eu não quero me envolver, eu só tava dizendo algo que é uma verdade. Eu sei de boatos sobre vocês duas, não sabia que ia mexer contigo assim ainda já que você tá em outra.
- me deu um leve pânico, só isso.
- relaxa, apesar de muito linda e gostosa, eu não quero confusão e loucura pra minha vida, nem tenho mais idade pra isso.
Bia descontraiu, me deixando um pouco leve, sim, tive um pequeno surto. E não, não por ciúmes, longe disso.
Eu tô tratando na terapia, mas ainda tenho gatilhos, afinal foram quatro anos de relação, existe muita coisa enraizada em mim ainda, eu não a amo mais, eu não a quero perto de mim, e eu não quero permitir que ela continue sendo um fantasma vivo. Mas pensar em Bianca ou qualquer outra pessoa que eu goste passando pelas coisas que passei com ela, me causa pânico.
- muito bem idosa, já temos problemas demais por aqui.
Joguei uma pasta pra mesma, ela pegou e colocou sobre a mesa enquanto digitou algo no computador.
- só cuidado tá? Passado é passado.. mas as vezes ele tem um poder enorme de estragar nosso presente e até o futuro.
Engoli em seco e assenti.
Eu sei que é verdade, e sei que não venho sendo a melhor pessoa do mundo para quem eu estou agora, infelizmente eu ainda estou um pouco quebrada, mas cumpro meu esforço diário de me curar.
Tenho total certeza do que não quero pra minha vida, assim como tenho certeza que Luiza, é o que eu mais quero. Mas eu respeito meu tempo e meu processo, não quero e nem vou me atropelar.
Meu pai entrou na minha sala, me entregando mais informações de um caso que estamos investigando juntos, sobre uma lavagem e desvio de dinheiro entre sócios de um dos maiores restaurantes aqui da cidade.
- rápido Valentina, não podemos perder essa conversa.
- calma, eu tô pegando a porra do meu rádio.
- você tem que andar com essa merda, eu já disse.
Respirei fundo e decidi ignorar, peguei minhas coisas e saímos os três às pressas em meu carro, seguido de mais um carro com o restante. Chegamos ao local que meu pai tinha marcado com o tal informante. Era um hotelzinho bem caído.
Descemos do carro, deixamos distante e montamos uma vigília em volta, meu pai estava com uma escuta, e eu com uma interligada a dele, assim como Bianca. No caminho ele me contou do acordo com o informante, ele era alguém de dentro, que obviamente estava envolvido, mas o que não fazem em troca de uma delação premiada?
- Marcelo? Estamos em volta, mantenha alerta, podem sair a qualquer momento.
- pode deixar, estamos na mira.
Falavam claramente quando e onde iriam introduzir uma nova remessa de dinheiro ilegal no restaurante, e que passariam de forma dividida para contas de laranjas. E seria nesse dia que iríamos descobrir o fundo ativo desse dinheiro ilegal, se seria tráfico, corrupção, ou qualquer outra sujeira.
Não iríamos agir hoje, era apenas uma sondagem e coleta de informações, a equipe estava ali por segurança. Assim que a conversa acabou, aguardamos todos saírem, e foi nessa hora que minha equipe iria entrar, tirando fotos dos rostos de cada um.