extra, part 1.

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De volta com capítulo extra que eu tinha comentado em meu perfil que possivelmente faria.

Leiam com calma e atenção e interagem comigo me dizendo o que acharam. 💛




Sábado, 23:36 da noite.

Eu estava sentada na sala, agarrada em um tecido  de pano tão firme, que minha mão parecia que iria se quebrar a qualquer momento.

Minha mandíbula estava travada, meu corpo fervia, e minha respiração se fazia descompassada.

De raiva.

A porta da sala se abriu, lá estava minha esposa.

Ela ligou a luz, e sua cara não foi das melhores assim que seus olhos pararam nos meus, culpada, era isso que ela parecia.

Estava pálida, os olhos arregalados, e seu corpo se agitou  em nervosismo.

Valentina fechou e trancou a porta com sua digital, deu alguns passos em minha direção, jogou a jaqueta que estava em seu ombro no sofá, colocou as mãos na cabeça e apertou o seu próprio cabelo.

- tá nervosa?

Perguntei friamente enquanto a olhava, ela não conseguia me olhar de volta nos olhos, Valentina não é burra, ela sabe que errou, e antes disso, sabe a esposa que tem.

- seria implorar por um milagre pra você não brigar comigo, não é?

- não quer que eu brigue com você? Por que você dá motivos então?

- me desculpa, tá bom? Eu deveria ter avisado, deveria ter retornado as ligações, eu fui uma estupida, eu só não quero uma briga.

- encosta aqui.

Ela me olhou sem entender, receosa, mas obviamente obedeceu. Me levantei do sofá, também ficando de pé em sua frente.

Encostei ainda mais meu corpo ao dela, eu podia sentir sua respiração, seu nervosismo, assim como o cheiro de bebida, e principalmente, aquele perfume, que não é o dela, nem tanto o meu, mas que me é familiar.

- tá com medo, Valentina?

- eu deveria?

- me diz você.

- Lu, era só pra ser algo rápido como eu te disse, a comemoração daquele caso enorme que solucionamos, mas aí, o Marcelo nos contou que iria se casar, estava radiante, então decidimos estender a noite, acabamos bebendo, e jogando sinuca.. e eu esqueci de tirar o celular do silencioso.

- e esqueceu também que eu estava sozinha em casa esperando por você? Esqueceu também do quão ansiosa eu fico quando você passa do horário e não se comunica? Você se esqueceu que eu quase morri quando você foi baleada Valentina? Para de fazer isso cara, para!!

- me desculpa, eu fui uma otaria, eu sei.

- você sabe?

- sei Luiza, eu tenho total noção disso, e não posso fazer nada além de te pedir desculpa.

Fiquei em silêncio, eu tinha tanto a dizer, mas não queria perder a cabeça, não queria sair da razão.

Mas posso ser sincera? Que me perdoem, inclusive que eu me perdoe por isso, mas não posso mentir.

Que vontade de mata-lá agora.

Meu corpo ardia em raiva e mágoa, e eu se quer enxergava um palmo em minha frente. Eu só enxergava uma mulher estupida que eventualmente se colocava em situações do qual não deveria, e no final, só tinha desculpas a me pedir.

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