Ela está certa!

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Violet

Andei pelas ruas até achar um petshop 24 horas, essa é uma das vantagem de morar em NY, a cidade que nunca dorme, você consegue tudo a qualquer hora, desde uma refeição à alguém disposto a esconder um corpo.

A caixa com os gatos pareciam pesar uma tonelada e antes de chegar ao local tirei alguns milhares de dólares de três caixas eletrônicos na rua e, sabendo que Stanley poderia me rastrear, fiz isso a muitos quilômetros distante de onde estou agora!

Entrei no prédio com cheiro forte de produto de limpeza e um rapaz com um sorriso me recebeu, desmanchando-o assim que viu meu estado.

- Moça você está sangrando! - ele afirmou o óbvio, revirei os olhos.

- Quanto é para cuidar dos meus gatos?

- Por quanto tempo?

- Não sei, talvez um mês ou seis!

- Não trabalhamos com períodos tão longos - coloquei um maço gordo de dinheiro em cima da mesa e ele arregalou os olhos. - só um minuto, vou ligar para o meu chefe!

Dinheiro compra tudo não é? Essa é uma verdade universal, todos têm seu preço, mesmo que neguem, qualquer um cede ao ver muito dinheiro a sua frente!

- Meu chefe me autorizou a recebê-los, mas não podem passar de três meses, ou serão encaminhados para a adoção!

- Entendi! - não te falei!

Fechamos negócios, caro pra caralho, eu sei que eles me extorquiram, mas preciso primeiro cuidar da porra da bala alojada no meu quadril, perto da virilha, sim, um dos tiros me acertou, eu percebi isso assim que sai vagando pela rua, eu não havia sentido pela adrenalina, enquanto corria para a casa dos meus pais, mas assim que meu corpo "esfriou" senti a dor queimar meu quadril.

Passei em uma farmácia antes de passar no metrô e pegar uma mochila em um dos armários que ficam por ali, fui ensinada a sempre ter um plano B em caso de urgencia, meu avô era um mestre em fugir, e me ensinou muito bem.

Andei até um estacionamento pago onde minha moto estava e dirigi alguns quilômetros até estar perto de uma mata, onde precisei deixar a moto escondida e ir a pé, para dentro do mato até chegar a uma cabana. Meus sentidos já estavam falhando quando abri a porta e o cheiro de mofo me atingiu.

Andei até a cama velha retirando o plástico de cima e acendi a lamparina em cima da mesa. Precisava ser rápida antes que a falta de sangue me apagasse. Retirei o kit de primeiros socorros da mochila, assim como a garrafa de vodka Coloquei um rolo de gaze na boca e esquentei a ponta do canvete.

Enfiei meu dedo no buraco, para ver até onde a bala foi, o grito agoniado que saiu da minha boca foi abafado pela gaze que eu mordia ao ponto de quase quebrar meus dentes, caralho, fui treinada para isso, mas esperava não passar por essa porra.

Achei a bala, estava poucos sentimetros de perfuração então dava pra ser retirada. Abri a garrafa de vodka e bebi vários goles até me sentir entrorpecer e voltei a gase para boca, derramei um bocado do líquido na faca e na ferida, sentindo queimar como o inferno, me fazendo derramar algumas lágrimas.

Enfiei o objeto dentro do buraco, gritando enquanto a faca perfurava a carne até sentir a bala, puxando-a para fora. A pior parte passou, agora só faltava costurar.

Pontos feitos bebi do resto da garrafa e deitei na cama esperando que não morresse e Senhorita Maria e Luke não fossem mandados para adoção, ele ja era da família, vi que os dois estavam realmente apaixonados, pois Luke a lambia tentando acalmar seus miados de medo, só esperava que ele não partisse o coração dela, Garfield que me perdoasse, mas eu não separaria os dois!

Unholy Girl - Entre a loucura e o prazer...Onde histórias criam vida. Descubra agora