Seduzindo!

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Violet

- Cadela maldita! - ele grita enquanto a espanca dentro do quarto.

Ela grita, pedindo socorro, pedindo ajuda, mas como posso ajudá-la, tenho apenas seis anos. Como posso ajudá-la, se o monstro é maior que eu!

Saio apressada pela mata, correndo no frio, sentindo meus pés dormentes, "vou conseguir mãe, vou achar ajuda!"

Quando chego à primeira cabana, Raquel me olha com nojo, ela me odeia, assim como todos na vila nos odeiam. Nós não temos culpa, não temos! Quando já não sinto minhas pernas, depois de correr, passando por cinco cabanas e recebendo os mesmos olhares de nojo, caio na terra fria, sentindo meu ar falhar.

- Me desculpe mamãe! - choro sentindo muito, por não poder ajudá-la.

Um tempo se passa e sinto alguém me balançar, me chamando, e colocar água em minha boca, é um homem, ele me olha preocupado. Tusso engasgando com a água e ele me acalma, dizendo estar tudo bem e me pergunta onde moro.

Choro suplicando que ele salve minha mãe e ele me garante que vai salvá-la, então nós corremos até lá, mas quando chegamos não há mais gritos de dor e o monstro sorri para o homem, mentido que eu estou mentindo.

Pelo olhar que ele me lança, sei que vou apanhar também, então me agarro as calças do homem e imploro que ele nos ajude. Mamãe vem até nós com minha irmã nos braços, me puxando para longe dele antes que o monstro faça mal ao homem.

Ele então vai embora depois que o mostro garante que era tudo fantasia da minha cabeça, o informado que sou louca desde que nasci, assim como minha mãe. Então ele saiu e eu fiquei com o monstro.

- Cadela maldita! - ele rosna vindo em minha direção e mamãe grita, assim como minha irmã chora desesperada. - Vou matar essa louca filha da puta...

...

Sento-me na cama sobressaltada, olhando ao redor e procurando minha arma, estou suada e tremendo. Porra, pensei já estar livre dessa merda! Porque caralho ele tinha que aparecer em meus pesadelos.

Lembro onde estou, ao reconhecer o quarto, e deito novamente suspirando audível, tentando controlar meu coração frenético. A porta abre e fecho os olhos, sentindo uma presença entrar e a porta ser fechada novamente. Talvez seja Jane, vindo me ver, então posso abrir meus olhos, mas se for o filho, com certeza iria me encher de perguntas.

- Porque está fingindo dormir?

Merda, é o Colt!

- Não estou fingindo! - afirmo abrindo os olhos e segurando o ar ao ver seus intensos olhos verdes me encarando em uma expressão séria. - E já estou de saída, não se preocupe! - me adianto antes que ele comece com o papo de "cai fora da minha casa" e me sento na cama, mas sou empurrrada de volta para ela. - o que caralho...

- Não se levante! - ele ordena de mau humor- o médico disse que precisa de repouso! - ele fala aquilo como se fosse um sacrifício o que estava falando.

- Médico? - questiono confusa.

- Sim o médico que precisou vir aqui depois que você apagou por dois dias! - ele resmunga cruzando os braços.

As veias grossas em seus braços saltam, me fazendo piscar e não foi com os olhos.

- Não preciso de repouso, já estou bem, já posso ir embora! - afirmo mais uma vez, quanto mais tempo eu fico, mais eu quero ficar. - onde sua mãe está? Posso sair sem que ela me veja!

- Ela viajou! - ele resmunga.

- Ótimo, então já estou indo!

Sento na cama, sentindo os pontos recém feitos repuxarem e seguro um palavrão. Pego a mochila ao lado da cama e a abro, vendo que minhas roupas não estão dentro, assim como as armas e o cigarro, só o dinheiro e os documentos sobraram. Levanto meus olhos para ele e arqueio a sobrancelha em um questionamento mudo.

Unholy Girl - Entre a loucura e o prazer...Onde histórias criam vida. Descubra agora