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11 anos antes.

Cristian

Desde o dia em que matei um cara passou exatamente um ano, papai tem me tratado diferente, seus treinamentos ficaram mais pesados não conto para minha melhor amiga.

Melina tem andado estranha. Esse é meu último ano estudando na mesma escola que ela. Não sei o que fazer. Nós nunca mais comentamos sobre aquele dia...fingimos que ele não aconteceu. É melhor para ela. Meu pai acobertou a morte e ninguém sabe ao certo como aquele cara morreu. Anão ser Melina e eu.

– você vai embora? - Estamos sentados na varanda na cabana.

– não sei de verdade. - encaro as árvores.

– se você for...deve cumprir sua promessa depois. - nos nos encaramos.

Melina está ficando mais velha. Entendo as coisas. Seu aniversário de 13 anos será em breve.

– vamos fugir. Já disse. - passo o dedo sobre seus cabelos bagunçando os fios.

– você vai se esquecer de mim quando tiver uma namorada... - ela revira os olhos.

– não mesmo.

Eu sorrio de leve. A verdade é que eu gosto mais dela do que o normal para melhores amigos. Mas ela ainda é muito nova pra mim...vou esperar até lá.

– namore comigo então. - ela se vira me encarando completamente e eu arqueio as sombracelhas.

– sou muito velho pra você Mel. - ela faz beicinho.

– mas os namorados se amam. Eu te amo. Você me ama né? - ela morde os lábios como sempre faz quando está em dúvida.

– eu te amo. Mas namorados são algo mais sério. Eles fazem coisas diferentes. - Melina enrruga a testa.

– sei. Então prometa que só vai namorar comigo. - ela me dá o dedo mindinho.

– ok. Ok. Eu Cristian Louis Neville prometo namorar apenas a minha garota, Melina Bryon em toda a minha vida. - E fazemos assim outra promessa.

– ótimo. - ela sorri vitoriosa.

Eu esperarei ansioso por isso. É verdade. Ficarei esperando ansiosamente até lá.

– vamos banhar no lago? - ela dá a ideia se levantando.

– pode ser.

O lago perto da cabana essa época do ano deve estar congelando mas gosto de rir quando Melina fingi não sentir frio.

~

Papai grita comigo. Sinto o gosto de ferro na boca.

– você deve fazer um corte. Não sairá desta sala enquanto não fizer. - seus homens começam a inferir golpes em mim.

Levo um soco no rosto. Caio no chão. O segundo chuta minha barriga. E o terceiro tira uma faca deixando um corte no meu peito. Faço uma careta de dor.

– vamos Cristian. Levante. Eu estou te treinando pra isso.

Coloco força nos braços me forçando a ficar de pé. Cuspo um pouco de sangue no processo.
Papai joga uma de suas facas em minha direção. Bem. Preciso fazer apenas um corte. Eu consigo.

– agora! - papai grita e eu avanço.

Meus músculos se tensionam e doem. Não há o que fazer. Ou eu termino essa missão ou ficarei preso até conseguir.
Movo meus pés para frente indo em direção ao primeiro cara. Ele se esquiva e eu tento novamente, passando a lâmina em seu braço.

– 1.

– droga.

O segundo corre em minha direção e eu me abaixo, a lâmina corta sua perna.

– 2.

– porra!

O terceiro, é mais lento corpo maior. Tenho apenas um chance. Tento me aproximar mas a lâmina escorrega. Sou jogado contra a parede. Corto a lateral da testa com o impacto. Começo a sentir falta de ar.

– um garoto fraco não sobrevive no mundo forte Cristian. Você é a presa ou o caçador?

Papai caminha para fora do galpão. Meu peito bate acelerado. Me viro e encaro o homem grande. Agora.

– 3. - meu movimento é devagar mas o impacto é maior.

A faca passa pela barriga do homem que grune. Caio de joelhos no chão. Meus dedos tremem com a força usada.
Minha visão começa a embaçar. O corte no meu peito está sangrando muito. Merda. Não vou morrer enquanto eu não cumprir minhas promessas.

– e então? - papai se agacha ao meu lado. - O que você é?

– sou o caçador.

É tudo que consigo dizer antes de meus olhos se fecharem e tudo ficar escuro. Meu peito se contrai...

~

Votem! Bjs.

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora