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Melina

Do lado de fora da casa caminho até Bruno e Andrea.

– oi chefe. - eles dizem em unisom.

– eu já sei de toda a história maluca. Sinto muito por não me lembrar de vocês. Eu sou uma chefe tão ruim. - encaro as duas figuras que sorriem pra mim.

– que nada, apenas seja a nossa chefe de antigamente e vamos te perdoar. Não pode ser uma chorona. - Bruno diz mas noto seus olhos ficarem cheios de água.

– sim, se você for fraca vai manchar o nome da antiga Melina. - Andrea fala.

Sem pensar muito já estou abraçando os dois. Eu tenho amigos, amigos de verdade no fim das contas. Sempre tive.

– eu deveria dar um aumento. Mas não tenho dinheiro pra isso. - falo me afastando. E os dois me encaram com o cenho franzido.

– quem disse? - Bruno coloca a mão no queixo.

– como...assim? - estreito meus olhos.

– você tem dinheiro. No começo o Cristian te ajudou com a fabricação mas quando começou a vender no mercado negro foi um negócio grande. Os Bryon já eram conhecidos no mercado mas você conseguiu criar algo melhor do que o Brendow. Mesmo que ele tenha te ensinado você superou ele. - Andrea comenta sério.

– mas...eu tive que trabalhar muito pra pagar minha casa. E a minha faculdade foi uma bolsa, eu ganhei uma bolsa. Nem se quer saia os fins de semana pra economizar dinheiro. - faço uma careta me lembrando de tudo que passei.

Trabalhar em bares de noite é uma experiência que muda vidas.
Os dois me encaram boquiabertos.

– Você não teve acesso a sua conta? O que aconteceu com ela? - meus lábios fazem uma linha reta.

Droga. Droga. Droga.

– quando eu acordei do hospital meu tio disse que foi apenas um acidente doméstico. Nada grave. Ele pediu a senha do meu cartão para pagar e disse que ele não tinha dinheiro mas eu havia de ter. Ele só devolveu 1 semana depois que eu tive alta. - coloco a mão no rosto. - a senha. Eu me lembrava da porra da senha.

Me agacho. Encarando o gramado...meu dinheiro...aquele puto.

– calma chefe. Você deve ter guardado algo em empresas fantasmas ou algo assim. - Bruno dá tapinhas nas minhas costas.

– mesmo se fosse o caso eu não iria me lembrar. Droga. Aaah. - grito e Andrea dá um pequeno pulo de susto.

– ela está voltando.

Sim eu estou voltando. E eu vou matar a porra do Brendow. Ele me roubou. Idiota. Eu sou idiota.

– quanto dinheiro ele pode ter pego? - enfio a cabeça entre as pernas.

– cerca de 400 mil dólares. Você não mantia o dinheiro inteiro.

Porra! Isso é muito dinheiro, 2 milhões. O suficiente para que eu não precisasse ficar com fome na hora dos intervalos da faculdade. Na verdade talvez eu comprasse a porra da faculdade inteira.

– eu era inteligente ao menos. - reviro os olhos.

Porque aparentemente agora eu sou uma burra. E ainda sou pobre. Que legal?

~

Mordo os lábios incrédula. Meu tio...imbecil. Corto o pedaço de carne com ódio e Cristian me encara horrorizado.

– quem você quer matar? Espero que não seja eu. - ele ergue as mãos em rendição.

– Brendow Byron. - sibilo.

– somos dois. Podemos fazer isso juntos. - ele comenta divertido.

Penso por alguns segundos e aponto a faca pra ele que por sua vez coloca a mão sobre o peito.

– eu...eu já matei alguém? - abaixo a faca prateada.

– não. - ele diz sério. - você não é uma assasina Mel.

Dou de ombros. Talvez agora eu devesse ser. Alguém tentou me matar.

– eu...não sei o que eu sou. - digo com um tom neutro.

– mas eu sei. Você é gentil, forte, engraçada e é minha. Você é tudo que precisa. Só tem que ver isso. - ele se inclina deixando um selinho em meus lábios.

Ouço meu coração em meus ouvidos.

– e também é fudidamente linda. Esse cabelo é a sua cara. Você sempre adorou a cor azul. - ele me abraça.

– as flores...você cultivou elas para se lembrar de mim...? - sussurro contra seu peito.

– tudo me lembrava você. Mas é...era um hobby. Não conte a elas.

Nois dois rimos. E agora tudo parece está ficando claro. Não há dúvidas. Essa é a minha casa.

~

Votem! Bjss.

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora