14 anos antes
Cristian
Papai comenta sobre o orfanato. A verdade é que apesar de tudo ele não parece ser tão amoroso na vida real. Ele não é. O orfanato Louis foi invenção da minha mãe...quando ela estava viva pelo menos.
– vai ser o dia de ação de graças. Você não deve se atrasar garoto. - encaro minha calça preta.
– porque eu devo ir afinal? - pergunto cabisbaixo.
Sem a mamãe não faz sentido ir todo ano.
– sua mãe. Devemos ir por ela.
Hipocrisia. Papai tinha outras mulheres. Muitas na verdade.
– sério? Desde quando? - sussurro.
Mas logo me arrependo pois papai me dá um olhar de ódio.
– se não quiser ir tudo bem...
– sério? - sorrio.
– claro...mas saiba que você não vai mais naquela floresta. Seja lá o que esteja fazendo lá, você será proibido.
Pisco devagar. Não. Eu não posso...ele não pode fazer isso.
– eu...eu vou. - papai sorri.
O evento é sempre chato. Adultos que me encaram com dó. E perguntas sem graça sobre como vai a escola...eu nem tenho amigos lá. Os garotos do orfanato achando que meu mundo é perfeito. Eu também acharia se fosse eles.
~
O local é grande. Cheio de pessoas grandes. Papai comprimenta todos e eu corro em direção aos corredores. Subo os degrais e observo o salão grande, vejo uma cabeleira castanha que eu conheço bem. Ela está aqui. Sorrio. Ela olha em volta parecendo perdida. E seus olhos castanho escuro encontram o meu.
– olá. - mecho os lábios ela me dá uma piscadela.
Tempo depois ela aparece a minha frente.
– você está aqui. - conclui.
– você também. - digo.
Seu vestido é branco dessa vez. Está fofa.
– eles são chatos. - a garota comenta olhando em volta.
– é. Quer brincar? - ando em direção a um dos quartos que eu já conheço. É sempre vazio.
– claro. - ela me segue saltitante.
Fecho a porta após ela entrar. Penso em uma brincadeira.
– vamos brincar de esconde esconde? - ela dá a ideia.
– pode ser. - penso nos locais. Conheço todos, vou ganhar.
– você conta!
– não. Por que eu? - estreito meus olhos.
– tá. Tá. Eu conto. - ela se vira indo perto da cama. - só vale aqui dentro.
Eu saio de fininho e me escondo debaixo da cama. Sem fazer barulho.
– 1...2...3. - ela começa a contar.
Tempo depois ela para no número 25. Dizendo que só sabe contar até ele mas duvido que seja verdade? Quer dizer ela tem 9 anos. Vejo apenas seus sapatos por baixo da cama. Ela vai até o banheiro me procurando e depois volta.
Muito ruim nessa brincadeira. Penso eu.
– eu vou encontrar você. - ouço sua voz.
Alguns minutos depois vejo a garotinha se agachar debaixo da cama.
– achei você! - Ela grita animada.
Sorrio saindo de baixo finalmente.
– você é péssima nessa brincadeira! - digo brincando e ela fecha o rosto.
– você que é muito bom.
Começamos a rir. Desde que nos conhecemos na cabana, a gente vem se encontrando e brincando. Já passou 2 anos desde então. Ela se tornou minha primeira amiga de verdade.
– não revelarei os meus segredos. - me inclino fazendo reverência.
– bem...como vão as coisas? - Ela se senta na cama e eu me sento ao seu lado.
– o mesmo de sempre. Quando você ficar...um pouco maior eu te explico melhor. - ela entende mesmo quando não digo nada.
E é por isso que vou protegê-la quando crescer.
– e você? O que faz aqui? - encaro seus olhos escuros.
– meu tio disse que deveríamos ser legais com aqueles que não tem lar. Mas sabe...ele não é legal comigo...eu não deveria ter um lar então. - passeio meus dedos pelos seus cabelos.
– já disse. Os adultos são difíceis. Mas...lar nem sempre é uma casa sabe? - ela morde os lábios.
– não sei se entendi.
Nois dois rimos. É legal assim...simples quando estamos perto. Eu gostaria de nunca crescer então. Ficaria preso aqui nesse momento pra sempre.
~
Votem! Bjss
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A moça do necrotério.
RomansaAqui vocês irão encontrar a história de uma garota que trabalha em um necrotério. Em um dia entediante um corpo lhe chama a atenção. Seria esse o início da história de amor? Ou o final..? Os Neville uma máfia que contrabandea armas. OS Bryon uma fa...