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4 anos antes

Cristian

Os negócios estão indo bem. Meu pai ainda não está aceitando sua derrota. Após eu ter sido escolhido como chefe da máfia Neville ele está se escondendo. Em vão. Brendow não parece tão preocupada quanto imaginava pelo sucesso de Mel.

– Cristian - Melina me mostra sua arma.

– você não vai usar isso. - faço cara feia.

– eu consigo. Ela é linda veja os detalhes... - encaro a arma com suas iniciais gravadas.

– Mel. Você não é um assasina. - me aproximo segurando sua cintura.

– é...mas eu devia ter uma arma para me proteger. - ela faz biquinho.

– tudo bem. - coloco uma de minhas mãos em seu pescoço.

– o Brendow me ensinou a usar uma arma...eu não contei. Ele não parece tão ruim vai? Ele está quieto. Os negócios estão indo bem. - Melina encosta seus lábios nos meus devagar. – talvez tenhamos derrubado eles já. Podemos descansar...

– você tem o coração bom de mais. Já se esqueceu da forma que ele te tratava? Ele é um idiota. - comento me afastando um pouco.

– seu pai também é a porra de um idiota. - ela franze o cenho.

– e olhe só nois dois. Somos melhores. Mas por favor deixe seu tio longe disso. - Melina vira as costas caminhando para fora da casa.

– você se lembra do primeiro cara que matou? - ela para de andar.

– eu nunca me esqueci disso. - comento sério. Ela se vira.

– seu pai mandou ele atacar a gente. O seu pai. Meu tio não era perfeito, longe disso. Ele era um imbecil, me bateu a infância inteira me culpando por mortes que eu não tinha haver. Maya e Carlos. Meus pais morreram nesse negócio, e um dos culpados por isso é o seu. - Ela cospe as palavras irritadas.

– eu não sou a porra do meu pai Melina.

– não. Não é. - sua voz fica fria. Seu tom me atinge.

– Me desculpa por tudo que meu pai fez. Me desculpa se ele matou praticamente sua única família. 

– isso não é sua culpa. Entenda essa parte. Droga. - ela balança as mãos.

– Mas Brendow não é confiável. Você não vai até aquele lugar sozinha pegar o carregamento que foi trazido por ele. - encaro seus olhos castanhos.

– você está se ouvindo? O que o torna tão ruim?

– sério? Você quer que eu te lembre das inúmeras vezes que você fugiu pra cabana porque estava com medo do seu tio? Porque não conseguia dormir? Seus pesadelos?

– é diferente. - ela sussurra.

– não, não é. Seu tio pode não ter matado ninguém mas com certeza ele te fudeo o suficiente. Porque será que você odeia chuva? A porra do barulho de faz chorar. Você odeia porque o dia que seu tio te bateu até você perder as forças de andar estava chovendo.

– ele só me bateu...ele não matou os meus pais! - ela limpa as lágrimas. E me sinto quebrar.

– você só está desesperada para que seu único parente vivo goste de você. Mas você se esqueceu de quem esteve ao seu lado sempre. Eu. Eu estive! - aponto pro meu peito.

– Você não achou o seu pai ou você não consegue? Não consegue matá-lo. Você tem medo dele. Admita. - ela arqueia as sombracelhas. Seus olhar mudou. Ela não está mais triste.

– Eu matei aquele homem a anos atrás por você. Eu faria de tudo por você. Você sabe disso...eu...

– mas você não mataria seu pai por mim. Mesmo sabendo que é culpa dele o meu sofrimento. Mesmo sabendo que você também sofreu nas mãos dele. - ela termina voltando a andar. – eu vou me vingar Cristian. Queira você ou não. Eu vou vingar a porra das mortes dos meus pais.

E assim ela entra em seu carro azul brilhante. Sumindo. Me deixando aqui. Porra. Passo meus dedos pelos cabelos puchando os fios. Ele vai machucar ela. Ele vai. Ele vai surtar se ela for atrás dele. Merda. Merda. Merda.

~

Votem! Bjss.

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora