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Melina

Saindo do lugar Cristian para de andar. O encaro contrariada. Ele guardou os dedos em um saquinho plástico.

– o que foi...? - pergunto com o cenho franzido.

– apenas...tenho que achar aquele imbecil. - entorto a cabeça.

– ok. Te espero lá fora. Vou ficar com a Hestia e o pessoal. - Cristian balança a cabeça e começa a andar.

Saio pela portas do fundos e dou de cara com quem eu menos esperava. Porra. O Diego está aqui e o Cristian foi pro lado errado desço a mão até onde minha arma está alojada.

– não faça isso. - ele avisa. Arregalo meus olhos encarando a faca em suas mãos. Ele a mira diretamente pro meu peito.

– o que você quer afinal? - reviro os olhos. - você não é tão corajoso.

– você e seus conhecidos estão me fazendo de bixo de estimação. Eu vou provar que tenho coragem.

– sério? Que motivo bosta. - zombo.

O homem se aproxima com a faca mas quando levanta ele não termina o serviço.

– eu disse. Diego. Você é muitas coisas mas definitivamente não consegue ser tão burro. E depois que supostamente me matar. Vai fazer o quê? - o homem pensa.

– eu te amo.

Dou uma risada seca. Amor? Nossa.

– porque? Nem quando a gente namorou você falou isso é já fazem 3 anos desde então. Sejamos sinceros você só era carente...e eu era outra aparentemente. - dou de ombros.

– eu andei bebendo. E perdi meu emprego. - mordo a bochecha.

– é. O álcool pode fazer isso. - descanso as mãos na cintura.

– então...eu não ligo em morrer. Com tanto que você vá comigo. Não vai ficar com aquele cara.

O homem se aproxima, ele bate o cabo da faca na minha cabeça e me empurra. Droga. Caio de bunda no chão frio. Sinto meu coração acelerar assim que ele ergue a faca de novo. Céus. Eu não posso morrer pelas mãos desse imbecil. Movo minha arma mas a sequência é rápida. Um corpo entrou no meio. Vejo sangue borrar o chão. Meu corpo gela.

– porra! - grito. Erguendo meu olhar.

Bruno. Droga. Droga. Droga. Ele cai de joelhos. A faca fincou no peito dele.

– ei não! Eu ia conseguir. Eu ia conseguir tirar a arma. - engatio até ele. Seu peito está sangrando.

– não...ia...não. - ele comenta.

– filha da puta idiota! - berro sentindo as lágrimas borrarem minha visão.

Ouço um barulho de tiro. Diego caí no chão. Cristian, Hestia e Andrea correm em minha direção. Seguro o corpo de Bruno no colo.

– era pra ter deixado... - passeio meus dedos pelos seus cabelos lisos.

– eu...sempre...achei legal ver essas cenas no cinema. - ele brinca.

Sua boca começa a sair sangue. Não. Não. Não. Não sei se estou gritando ou apenas pensando.

– você vai ficar bem né. Somos uma família. Não morra pelas mãos desse inútil. Não por minha causa. - Bruno ergue a mão limpando minhas lágrimas que insistem em cair.

– olha...se eu não ficar bem...saiba que foi legal ser seu meio irmão. Mesmo...que...você seja tecnicamente minha chefe. - ele começa a tossir.

– ei...não fale assim.

Andrea se agacha ao meu lado. E Hestia grita ligando pra ambulância.

– Vocês são foda. - abraço seu corpo.

– desculpa. Isso é culpa minha. Desculpa. Você vai ficar bem. Vai dar tudo certo. Lembra? Você é o piadista. - Rio e choro ao mesmo tempo.

– é um motivo...bom. - seus olhos começam a se fechar.

Não. Não. Não. Eu não aceito isso.

– fica vivo. Se você ficar vivo eu posso finalmente aumentar o salário. Droga.

Meu coração bate tão forte que o sinto nos ouvidos. Meu peito aperta. Ele é, com certeza é. O meu irmão.

– meu irmão. Desculpa. - estou tremendo definitivamente.

– eu... - ele não consegue terminar a frase. Seu olho se fecha.

– ei...não.

Os minutos parecem horas. A ambulância chega. Seu corpo é tomado de mim. Fico ali no chão por alguns minutos chorando. Cristian me escora em seu peito.

~

Votem! Bjss

Definitivamente eu escrevi
O Bruno pensando na morte dele.
Mas eu confesso
que não consegui matar ele.
Eu acabei me importando muito com ele. Desculpa quem gosta
De finais dramáticos mas eles sobrevivem. Juntos. Nesse livro. 

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora