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Cristian

Acordo derrepente. Encaro o teto...onde estou? Olho pro lado e vejo uma cabeleira azul encostada na minha barriga. Sorrio levemente. É um hospital.

– Querida? - chamo. A garota se levanta imediatamente.

Noto uma olheira e sua cara de choro levanto meu braço e ela vem até mim.

– você deveria ter comido. Olha só...tiveram que te dar vitamina na veia. - ela sussurra contra o meu peito.

– desculpe.

– tudo bem. Eles vão te dar alta hoje. Mas essa bota imobilizadora vai ficar até o mês que vem. - ela ergue o rosto deixando um selinho em meus lábios.

– onde estamos? - pergunto.

– Nova York. - ela me dá uma piscadela. - somos oficialmente procurados. Então devíamos...

– Cristian! - as portas se abrem e Olivia aparece. Ela está aos prantos. - você nunca mais faça isso.

Olivia me abraça. Eu posso dizer que...essa sim é minha verdadeira mãe. Mesmo que eu nunca vá dizer.

– eu estou bem agora. - Dou batidinhas em seus ombros.

– claro. Você é forte. Bem...eu e Melina escolhemos uma casa nova...mas...não sabemos se você irá gostar. - Olivia sorri nervosa.

– eu vou gostar desde que a minha família esteja comigo. - pucho a mão das duas.

– ok ok. - Olivia revira os olhos e Mel me dá um sorriso terno.

Eu não poderia ser um homem de mais sorte essa é a verdade. Olivia saí da sala para buscar comida. Me sento na cama e chamo Melina que se acomoda no canto da cama. Dedilho o corte em sua testa.

– ficou feio? - ela diz tímida.

– na verdade...eu achei sexy. Quer dizer...minha mulher é durona. Mas...sabe...você matou algumas muitas pessoas aparentemente. - arqueio minhas sombracelhas.

– não sou um ser humano muito bom. - ela dá de ombros.

– vou te castigar por isso outra hora...

– se recupere primeiro. - ela corta. Franzo o cenho.

Desço minha mão para sua cintura. A puchando pra mim. Ela faz careta.

– o que... - subo sua blusa. Há um corte ali também. Alguns pontos mas não está sangrando.

– bem...eu também tenho que me recuperar afinal de contas. - ela dá uma risada.

– certo. Desculpe. - abaixo a blusa. Eu me aproximo sentindo o cheiro do seu pescoço cheiro doce. Beijo aquela área quente.

– mas...se você continuar com isso...vou acabar cedendo a tentação. - ela encara a minha boca.

– mas. Eu não vou deixar você se esforçar enquanto isso não estiver cicatrizado. - pucho seu nariz.

Ela faz cara feia mas depois começa a rir.

– você já parece bem. Está até sendo mandão. - seu tom é brincalhão.

– claro. - dou de ombros.

– e afinal...eu recuperei a memória. - ela morde os lábios.

Era isso. Meus olhos se arregalam. Era isso que eu estava esquecendo.

– sério?

– sim. - pucho seu rosto entre as mãos.

– qual minha cor favorita então? - encaro seus olhos castanhos.

– Azuxorelo.

Nois dois rimos. Está tudo igual. Nada mudou apesar de tanto tempo. Ela se lembra. E eu não poderia está mais feliz.

~

Chegamos na casa escolhida. É grande. Estilo rústico. Dois andares, quintal e piscina. Há também uma área de jogos. Paredes azuis e brancas.

– e então? - Melina pergunta apertando minha mão que está em cima de seus ombros.

– é linda Mel. - sorrio.

– ótimo. Porque se você não gostase íamos ter que morar separados. Eu adorei essa casa. - ela encara o lugar.

– garota mal. - brinco.

– a melhor parte é lá encima. - Melina me ajuda a subir as escadas lentamente. A bota não ajuda muito.

O corredor é cheio de fotos nossas. Em quadrinhos brancos.

– e então? - ela diz ansiosa.

– é perfeito. Ficou lindo querida. - beijo sua testa.

– aqui encima tem cinco quartos. Contando com o nosso que é um suíte. E tem um banheiro solitário no fim do corredor. - ela me guia até o quarto que é mais afastado dos demais. A borta é branca.

Melina abre e vejo logo de cara que tem pouca decoração. Apenas uma luz baixa. Cama de casal com forros em tom escuro. Paredes cinzas que contrastam com detalhes brancos. Uma instante de livros. Guardas roupas gigantes, e uma TV em frente a cama prendida na parede com luzes de lede azul. Então andamos até o banheiro. Não tem porta.

– bem...esse detalhe é o mais legal. - ela me dá um olhar de perversidade.

– interessante. - lá dentro há uma pia quadrada e grande. Banheira e um Box com chuveiro elétrico prateado.

– tenho certeza que será legal. E o mais importante...vamos dormir juntos claro.

A pucho com cuidado. Me inclino. Nossas bocas se tocam. Um beijo lento, carinhoso e devagar. Sinto seu piercing gelado. E este é o meu lar.

~

Votem! Bjss

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora