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9 anos antes

Cristian

Melina me encara brava. E eu mordo a bochecha. Ela está em silêncio desde que contei sobre a minha mudança de cidade.

– sabíamos que isso ia acontecer. - tento amenizar o clima mas ela me fulmina com o olhar.

– você vai vir me visitar? - sua voz é baixa.

Me sinto quebrar. Lutei contra meu pai mas se eu não fizer isso nunca poderei ter Melina. Devo reconciliar a mafia Neville e os Bryon.

– claro. 4 vezes na semana. Tá bom? - a garota me encara e morde os lábios.

– tá bom. - uma lágrima solitária cai de seu rosto.

– te trago presentes sempre que vier. - sorrio levemente.

– droga. - ela revira os olhos contendo seu choro.

– vai ficar tudo bem. - abraço seu corpo pequeno. - e para de xingar.

– idiota. - ela se debate me afastando.

Melina limpa as lágrimas com a palma da mão.

– e se um garoto quiser namorar comigo antes de você? - arqueio a sombra.

– vou voltar apenas pra quebrar a cara dele. - Melina dá de ombros.

Mais tarde naquele dia nois dois começamos a jogar, uma forma de despedida enquanto comemos pizza.

– você está perdendo! - zombo de Mel que me lança olhares furtivos.

– você é um chato. - ela revira os olhos.

– você também. - vejo meu personagem ganhar.

– você está roubando! - ela avança pra cima de mim.

– você é ruim. - zombo de novo.

A garota usa uma mini blusa azul que começa a subir conforme eu faço cócegas nela. Eu paro o movimento e ela me encara.

– eu sou feia? - ela se afasta de mim ficando séria.

– longe disso. Seus olhos castanhos são lindos assim como seus cachos. - aponto. - incrivelmente linda Mel.

– então...você pode me dar um beijo? De despedida? Só um. - pisco devagar.

Isso é bem errado. E eu não conseguiria me conter depois de um beijo. Eu sou muito velho pra ela...isso é errado.

– você...vai mudar de ideia mais tarde.    E eu com certeza vou ser preso por isso.

– você vai ser preso por motivos piores. - ela comenta piadista.

– droga. - Rio sem graça.

– por favor! - ela se aproxima e eu me afasto.

Eu conheço o olhar que ela me deu agora. Vai fazer algo idiota. Vejo suas mãos brincarem com alças de suas blusas. E ela abaixar.

– Mel. Porra. Não. - xingo me virando imediatamente.

– sabe. Pra alguém da minha idade até que eu tenho peitos grandes, o problema é esse? - sua voz é fraca.

– não é isso. Veste a blusa. - meu corpo fica tenso.

– você vai embora e se achar outra garota? Se cansar de esperar por mim..? E se elas darem o que eu não posso... Eu posso fazer isso. A gente pode fazer isso, eu vou me esforçar, vai ser legal.

– vamos conversar, veste a roupa primeiro. - espero alguns segundos. - pronto?

– sim. - me viro encarando a garota que parece triste.

– olha, você não precisa provar nada pra mim. Eu te amo desde que nem sabia o que era amor, nada pode mudar isso. Vamos apenas esperar, quando for o tempo certo eu vou te tocar. Nenhuma garota vai ter o mesmo poder sobre mim, e independente do seu corpo. Você é perfeita. E eu sou seu. Entende? - aliso as bochechas de Melina.

– entendo.

– a única coisa que eu quero é você. E só vou aceitar se for você.

– tudo bem...desculpa. - beijo a testa da garota.

– somos só nós. Sim? - sorrio.

– sim. - ela me abraça forte.

– prometemos esqueceu? - sussurro.

– não. Desculpa.

– xiii. Esta tudo bem. Já falei.

A minha pequena garota. No nosso mundo. Nada nem ninguém poderia dizer o contrário. Eu manteria minha palavra, porque ela me entende, me aceita e acima de tudo, porque ela é ela. A minha garota. E sempre foi ela. É assim que somos. Melhores. Diferentes deles. Temos um ao outro.

~

Votem! Bjss.

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora