A moça do necrotério.

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Melina

Encaro a arma em minha mão. As iniciais gravadas, minhas memórias ecoam como vozes.
Me coloco de pé devagar. Ele tinha razão eu não era uma assasina antes...mas acabo por me tornar agora.

– e então? - encaro Bruno que meche no computador.

– sem sinal de entrada em hospitais. Procurei em todos os 10 da região e as próximas cidades. - mordo os lábios brincando com o piercing.

Essa foi a única decisão inteligente que você tomou Melina de 23 anos. Essa porra de piercing.

– eles devem ter contratado um médico particular. - penso um pouco.

Cristian procura seu pai a anos. Ele deve ter alguma pista.

– já sei. - caminho até o guarda roupa de Cristian. Entro lá dentro.

– o que está fazendo? - Bruno pergunta atrás de mim.

Passo do outro lado. Isso. Meus olhos se estreitam. A gaveta que estava trancada deve ter algo, e o computador de Cristian também. Caminho até sua mesa, olho em volta. Me sento em sua cadeira. Bruno e Andrea ficam ao meu lado.

– quem diria que ele sabia se esconder. - Bruno comenta distraidamente.

– ele sempre soube. - dou de ombros.

– você sabe a senha? - Andrea se inclina observando os livros.

Ele estudava nervos neurais e coisas sobre o cérebro por mim. Droga. Ele estava tentando descobrir como me fazer se lembrar dele.

– a Melina que perdeu a memória achou que a senha seria algo como o aniversário dele. Mas ela era inocente. A senha é exatamente 25 de Janeiro de 2019. O dia que começamos a namorar. Consequentemente o meu aniversário.

– ele é realmente obcecado. - Bruno arregala os olhos quando a tela do computador brilha.

Senha correta.

Vamos ver...arquivos...pasta...ele é organizado. Lindo meu bem...sempre me ajudando. Há 3 arquivos bloqueados.

– Qual deve ser a próxima senha? - Andrea diz em espectativa.

– Azuxorelo. - começo a rir.

Senha correta.

– o que isso quer dizer? - os dois dizem em unisom.

– azul é minha cor favorita e roxo também mas Cristian adora o amarelo porque lembra a nossa infância, eu sempre usava amarelo. Então quando eu perguntava sua cor favorita ele dizia isso.

– vocês são brega. - Bruno revira os olhos.

Vamos ver...os nomes.

– Nell. Bluebê. Arquivo S.

– qual vemos primeiro? - Andrea quer saber.

– Nel deve ser Nevile. Arquivo S, Santiago. Vamos ver seu pai primeiro.

Tento não rir com "Bluebê" sério. Ele é péssimo escolhendo nomes.

Clico no arquivo que abre uma série de números. Nomes e cidades. Desço a aba e mais embaixo. Várias transferências bancárias feita por empresas fantasmas. Alguns nomes de contrabandistas e parte riscado de vermelho.

– a maioria está morto. - concluo.

– dá pra rastrear as contas.

– ele já deve ter desativado. Vamos focar no meio. As cidades do mapa. São Francisco, San Diego, Las Vegas...Chicago. Seguindo a lógica ele está em Chicago.

– você é inteligente chefe. - mordo a bochecha.

– vamos ver os próximos arquivos. - Andrea diz.

Neville. Clico no arquivo. Meus olhos se estreitam.

– casal é morto a sangue frio. Suspeita-se que foi briga entre máfias família Bry... - ele para de ler e eu encaro a tela.

– tudo bem. Pode ler. - coloco a mão sobre os olhos.

– Os Bryon deixam a filha de 4 anos. Melina Bryon Valênci. De acordo com o instituto legal do adolescente sua guarda ficará com o tio. Brendow Bryon, irmão da falecida Maya Bryon. O pai Carlos Valênci não tem parentes vivos. - Bruno termina.

– ele estava pesquisando a morte dos meus pais. - todo esse tempo ele ficou pensando no que eu disse. Idiota. Eu falei que não era culpa dele. Encaro o teto.

– vamos te deixar sozinha um pouco. E faremos contato com o restante do pessoal. Vamos te arrumar um avião. - Andrea comenta saindo da sala secreta.

Me recomponho vejo o último arquivo. Bluebê. A grande maioria são fotos minhas. Nos últimos 4 anos. Fotos de lugares que eu fui e de onde eu trabalhava. Ele sempre disse que gostava de fotos...olha só. A porra de um Stalker. Deixo uma risada sarcástica. O meu Stalker. Passo minha mão sobre os cabelos.

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Votem! Bjs.