(16 anos antes.)Cristian
Papai me encara furioso. Ele está bravo.
Ele não deveria estar bravo.- você é inútil garoto! Uma vergonha pro sobrenome Neville. - Papai continua a me bater.
Sinto o gosto de ferro na boca.
- Eu te dei apenas uma ordem! UMA! - Outro soco.
- eu não vou matar ninguém. - Seguro minhas lágrimas. Eu não devo chorar, nunca.
- aquilo era um animal! Um servo inútil. Sabe Cristian? Se você não for o caçador será a presa. - Papai pucha meus fios castanho claro entre os dedos.
Xingo baixinho por me parecer tanto com ele.
- ele...não fez nada de errado. Por que eu tenho que caçar ele? - levo um soco no nariz.
Meus ouvidos começam a zombir.
- as pessoas fortes não precisam de motivos. Aprenda isso garoto.
Sou largado do lado de fora da casa. Meu corpo inteiro dói.
- E fique sabendo que amanhã seu castigo vai aumentar. Você não irá caçar um servo! - o home grita do outro lado. Seu olhar é de puro ódio.
Cambaleio em direção a floresta. Encontro a casa abandonada que sempre venho quando meu pai me deixa do lado de fora...ele faz isso com uma certa frequência admito.
Abro as portas da casa empoeirada. E me sento na cadeira de madeira a frente, faço uma careta de dor. Isso dói...muito. desculpe Papai.Lá fora um temporal começa a se formar. Dias nublados. É assim que é as vezes. Mordo a bochecha.
~
A chuva começou a cair. Encaro o teto entendiado. A dor já começou a passar sozinha. Estou deitado em um colchão mofado.
- olá? - ouço uma voz feminina gritar do lado de fora.
Me ajeito no colchão. Deve ser coisa da minha cabeça. Os adultos não conhecem esse lugar. Por isso venho aqui.
- alguém...me ajuda? - a voz continua.
Deve ser real. Me levanto com dificuldade sentindo meu corpo voltar a doer. Vou até a porta da casa abrindo. Vejo uma garotinha igual a mim.
Seus cabelos são curtos preso em uma marinha chiquinha. Um castanho escuro. Seus olhos parecem mais escuro ainda, sua pele é bronzeada e algumas marcas também. Sua roupa está molhada e suja de lama.
- oi...eu posso entrar? - sua voz é mansa e fragilizada. Me identifico com sua agonia.
- ah sim. - dou um espaço e a garota entra.
Ela usa um vestido amarelo. E se senta no chão. Me encarando curiosa.
- você parece machucado. - ela me dá um sorriso carinhoso.
- você também. - aponto pro seu braço que tem uma marca vermelha.
- é. Eu vou ficar bem. E você? - ela meche em seus cabelos.
- também.
- legal. Eu estava perdida na floresta. Você sabe como sair? - ela parece desanimada.
- sei. Posso te ajudar depois que a tempestade acabar. - ela me dá um sorriso.
- você tem quantos anos? - a garota encara meu rosto. Deve ter um ematoma nele agora.
- 12. - estufo o peito. - e você?
- 7. Você é velho. - dou uma risada
- você que é baixinha. Uma criança. - me sento ao seu lado no chão.
- você também. - ela encara a janela.
- deve ser. - dou de ombros.
- essa casa é sua?
- não. - na verdade nunca soube de quem ela pertence.
Mas aparentemente está abandonada.
- Você acha os adultos legais? - mordo a bochecha.
- não. - ela sorri após responder
- nem eu. - sorrio também.
- deveríamos fugir então. - a garotinha parece falar sério.
- não pode ainda. - pucho seu nariz entre os dedos e ela faz cara feia.
- então no futuro vamos fugir? - penso um pouco.
- acho que sim. Mas tem que ser um lugar secreto. - dou o meu dedo mindinho.
Ela faz o mesmo e nossos dedos se cruzam.
- agora você prometeu. Deve fugir comigo. - a garotinha balança as mãos
- certo.
E assim fizemos nosso pacto secreto. Nenhum adulto podia nos fazer mal ali. Naquele momento era apenas a gente, no nosso pequeno mundo.
~
Votem! Bjss.
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A moça do necrotério.
RomanceAqui vocês irão encontrar a história de uma garota que trabalha em um necrotério. Em um dia entediante um corpo lhe chama a atenção. Seria esse o início da história de amor? Ou o final..? Os Neville uma máfia que contrabandea armas. OS Bryon uma fa...