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6 anos antes.

Cristian

Melina me encara curiosa. Eu sorrio. Em breve ela terá 18 anos. Eu já comecei a liderar os negócios do meu pai. O tio de Melina perturbou muito para que ela não entrasse em contato comigo, mas isso não contou como nada.

As máfias Neville e Bryon são rivais, após a morte de Carlos e Maya que eram os pais de Melina  seu tio tomou a guarda, e assim os negócios também. No entanto agora que eu tomarei o controle dos negócios Neville nada vai impedir que fiquemos juntos. Os negócios do tio de Melina ficaram de fora.

– o que você fez? - ela me encara pensativa.

– seu presente. Eu comprei. - Melina me encara com a testa franzida.

– é uma garrafa de álcool? - faço cara feia. - tá. Tá.

Entrego a caixa pequena para ela. Ainda nos encontramos na cabana. Mesmo que agora eu more em outra cidade, nos vemos todos os finais de semana. No começo Melina não aceitou muito bem, disse que eu ia esquecer ela, mas ela amadureceu muito desde então.

Ela abre a caixinha e um sorriso de orelha a orelha brota em seus lábios.

– que lindo! Eu adorei. - ela encara o anel pretado. - sabe essa é minha cor favorita. Roxo.

– achei que fosse azul? - Nois dois rimos.

– também. - ela coloca o anel nos dedos. E logo me mostra com um sorriso galanteador. - ficou bom?

– claro. Claro. - ela pula em mim e nois dois caímos rolando na terra.

– eu aprendi uma nova receita! Cookies.  - ela diz em forma de confissão.

Tento ignorar o fato que nois dois estamos um encima do outro e que nossas bocas estão a centímetros de distância.

– cookies?? - repito.

– bem...eles não ficaram tão bons...quanto eu imagino. - ela sai de cima de mim se sentando ao meu lado.

– deve mesmo. Você é péssima cozinhando. - Mel me dá um olhar mortal.

– eu queria comentar uma coisa...sabe...

Ela me dá um olhar que diz que ela está aprontando. O quê...?

– meu tio me ensinou uma coisa. - ela me abraça. Se acomodando entre minhas pernas.

– Melina. - dou a advertência.

– eu aprendi a fazer...drogas. sabe. É até bem legal. - arqueio as sombracelhas.

– você disse que não deveríamos ser iguais a eles. - repito.

– você não pode ser hipócrita. Você também está vendendo armas que eu sei. Não sou idiota porra! - ela se levanta abruptamente.

– para de xingar. - reclamo.

– para de me tratar como criança. Eu vou fazer 18 anos amanhã. - A garota some entrando na cabana.

Melina, Melina. Você não sabe o quanto estou ansioso para 00:00, caso contrário suas palavras seriam diferentes.

~

Mais tarde Melina me entrega seu cookie.

– se estiver ruim você finge que está bom. - ela morde os lábios.

Coloco o cookie na boca e sinto o sabor amargo. Tento não transparecer o meu horror. Faço um joinha com os dedos.

– ficou ruim né. Que pena...não sei fazer bolo também. - ela se senta no balcão de madeira.

– posso fazer panquecas então? Eu comprei umas vela. - tiro do bolso a vela com o número 1 em formato de estrela.

– 1? - ela me encara em questionamento.

– 1. - sorrio. Me virando para o fogão.

– o que significa? - ela pergunta atrás de mim.

– significa nosso primeiro dia juntos oficialmente. Como namorados e também significa que não tinha vela com o número 8 no mercado. - me viro e vejo Mel sorrir.

– você não é nada romântico. - ela diz em tom brincalhão encarando seu anel.

– assim você me magoa. Me fala as horas. - ela liga seu celular.

– 23:30. - diz.

Faço a massa da panqueca depressa, colocando-a sobre a frigideira. Ela começa a fritar e eu viro. Alguns minutos depois está pronta. Coloco sobre um prato branco e deixo calda de chocolate por cima.

– parabéns chefe! - inclino minha cabeça em agradecimento.

– horas? - pergunto procurando o esqueiro.

– 23:57. - apago a luz da cozinha.

A única iluminação é luz natural da lua. 1...2...3. Coloco a vela sobre as panquecas e ligo o esqueiro. Melina me encara sorridente.

– parabéns pra Melina. Parabéns pra você, ela está ficando velha mas esqueceu de crescer! - bato palmos e ela revira os olhos. Recito a cação que cantei durante os últimos 11 anos.
– faça um pedido.

Ela fecha os olhos e sopra a vela. Em seguida nos encaramos.

– oi namorado. - ela começa se inclinando pra frente.

– oi namorada. Parabéns. - a abraço.

Junto nossas testas. A respiração de Melina é rápida.

– eu te amo. - Ela sussurra.

– EU te amo.

– agora me dê o presente real. - ela pede encarando minha boca.

A pucho pra mim. Nossas bocas são apressadas. Sem paciência. Ela arranha minha nuca com suas unhas.

~

Votem! Bjss

A moça do necrotério. Onde histórias criam vida. Descubra agora