✶ Capítulo cinquenta e sete ✶

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Loren avançava desesperadamente pela floresta, o frio mordia sua pele, a neve era pesada, os músculos queimavam, os pulmões ardiam, mas a determinação em encontrar seus amigos a mantinha em pé

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Loren avançava desesperadamente pela floresta, o frio mordia sua pele, a neve era pesada, os músculos queimavam, os pulmões ardiam, mas a determinação em encontrar seus amigos a mantinha em pé. Nem mesmo a dor sufocante poderia detê-la.

Com um suspiro profundo, a sacerdotisa fechou os olhos e deixou sua magia fluir. Apesar de Ryan ter drenado boa parte daquela energia, Loren ainda se sentia carregada de poder, ela estendeu as mãos, conectando-se com o solo gelado, pois sabia que como manipuladores, eles podiam sentir as assinaturas mágicas uns dos outros, e essa habilidade agora era sua única esperança.

Concentrando-se, filtrou as distrações do ambiente ao seu redor — as energias da floresta, das criaturas que se escondiam entre as árvores, o próprio solo que a sustentava. Tudo era um caos, mas em meio a isso, ela buscava uma coisa: o padrão energético único de Ryan. E então, como um sussurro quase apagado, sentiu uma pulsação. Fraca, distante, mas inconfundível.

Ele estava vivo, e então os outros poderiam estar com ele.

Seus olhos se abriram, e seguindo o frágil fio da conexão mágica, ela atravessou a floresta com o coração transbordando esperança, seus passos se tornaram ágeis, as árvores pareciam se afastar enquanto ela avançava, a natureza entendia sua urgência.

Finalmente, ela chegou a uma clareira, o mago estava ajoelhado no chão, suas roupas impecáveis agora completamente rasgadas, profundas lacerações causadas por garras cruéis desciam de seu pescoço até o peito, a neve ao redor estava tingida de vermelho, absorvendo seu sangue de uma forma macabra. Suas mãos tremiam descontroladamente, como se o choque de sua própria condição o estivesse destruindo por dentro.

Mas o que realmente chamou a atenção foram os olhos... ou melhor, a ausência deles. Onde antes brilhavam os olhos verdes de Ryan, agora havia apenas uma laceração grotesca. As garras da criatura haviam deixado uma marca terrível, roubando-lhe a visão e parte de sua beleza. O horror da cena atingiu Loren como uma onda fria, fazendo seus passos vacilarem. 

Por mais poderosa que fosse sua magia, ela sabia que não poderia desfazer aquele dano. Podia curar as feridas, fechar os cortes profundos, mas o que fora tirado dele jamais poderia ser restaurado. Ryan nunca mais veria a luz do dia.

Com o coração despedaçado, a garota despencou de joelhos ao lado dele, abraçando-o com uma ternura que escondia sua própria dor. Ela deixou o calor de seu corpo o envolver, tentando aliviar sua agonia como uma retribuição ao favor que ele mesmo havia oferecido mais cedo.

Ryan permitiu seu corpo desabar contra o dela, a garota o segurou com firmeza, mantendo-o agarrado a ela enquanto ele afundava seu rosto na curva de seu pescoço, ele soluçava, o pobre mago parecia chorar, mas não havia por onde sair lágrimas, os tremores de seu corpo gritavam a perda devastadora que acabara de sofrer.

Loren então, permitiu sua magia fluir de maneira constante, envolvendo o mago como uma onda de cura. Aos poucos, as lacerações profundas em seu corpo e seu rosto começaram a se fechar, o sangue parando de escorrer, e a carne, antes exposta, se regenerava lentamente sob o toque delicado da magia dela. No entanto, nenhum dos dois trocava uma única palavra. O silêncio era apenas preenchido pelos gemidos baixos e dolorosos que escapavam dele.

O mago havia se tornado tão vulnerável quanto uma criança ferida, os tremores de seu corpo diminuíram conforme as feridas físicas desapareciam, mas de repente sua expressão mudou, sua respiração, antes irregular devido à dor, tornou-se repentinamente curta e agitada. Ele subitamente se levantou e se afastou, e tomado pela completa escuridão, cambaleou para trás cada vez mais ofegante, como se estivesse sentindo algo além da magia de cura, aquilo era poderoso, e muito, muito perigoso.

— Ryan? — Ela se levantou para alcançá-lo novamente, confusa com o que via. 

Assim que ele sentiu as mãos da garota se aproximando, sem aviso, empurrou-a com força. Loren tombou para trás, completamente surpresa. O impacto da queda foi doloroso, mas o que a feriu mais profundamente foi vê-lo agir daquela maneira.

Mesmo sem os olhos, o rosto contorcido do mago era um misto de pavor e confusão, como se estivesse tentando afastar não apenas a dor, mas também algo que ele não conseguia entender.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, o silêncio da floresta foi interrompido por um gemido abafado, vindo de entre as árvores próximas. Loren ergueu o olhar na direção do som, seu coração acelerou com uma nova onda de urgência. Sem hesitar, ela correu em direção à origem daquela voz. 

— Sua desgraçada! — o mago murmurou para si mesmo, a voz embargada pela incredulidade. — O que você fez comigo? — Ele colocou sua mão em seu coração, como se o problema estivesse ali, sua vida nunca mais seria a mesma, não apenas pela perda da visão, mas porque Loren o havia atingido diretamente onde não deveria.  

  

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