✶ Capítulo cinquenta e quatro ✶

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— Minha mãe jamais se jogaria da torre

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— Minha mãe jamais se jogaria da torre. Mas, sim, eu gostaria de saber por que você a empurrou. — Damon não recuou. Seus olhos escureceram, e sua resposta veio fria.

O rei ergueu uma sobrancelha, um pequeno sorriso distorcido surgiu em seus lábios.

— Sua mãe... — começou ele, lentamente — ficou obcecada por respostas, por Loren. — Ele lançou um olhar novamente para a mesa, repleta de pergaminhos sobre a sacerdotisa. — Foi isso que a levou à loucura.

Com um movimento deliberado, o rei juntou os documentos em suas mãos e começou a caminhar em direção à lareira. Damon o observou atentamente, os músculos de seu corpo se enrijeceram quando seu pai jogou os pergaminhos no fogo.

— O que você está fazendo?

O rei observou as chamas subirem com uma calma perturbadora, como se estivesse eliminando uma ameaça invisível.

— Estou evitando que você destrua tudo o que eu construí. — A voz dele soava quase paternal, como se estivesse fazendo um favor ao filho.

— Eu ouvi suas ordens a Don. Sei que você o enviou para investigar a torre. Você sabe, assim como eu, que tudo isso está ligado à garota. Então, me diga... — Ele se aproximou perigosamente. — Por que eu não posso ajudá-lo?

O rei soltou uma risada baixa e debochada.

— Ajudá-lo? — Ele virou-se para o príncipe, os olhos cheios de escárnio. — Eu dei a ordem a Don porque conheço bem o meu filho. Ao contrário de você, ele sabe se controlar, além do mais, ele não aceitaria sua ajuda nem se você implorasse.

A provocação foi um golpe injusto, aquilo cravou no coração do príncipe.

— Se controlar? — Damon cuspiu as palavras, seus olhos fixos nos do pai. — Você realmente conhece seu filho? Don é a encarnação da raiva. O desgraçado é regido pela fúria, você mesmo gosta de tacar isso na cara dele quando tem a oportunidade e agora vem me dizer que o acha controlado?

— E por que você acha que a sacerdotisa pertence a Don e não a você? — as palavras do rei pareciam espinhos, infeccionando feridas já abertas.

— Don precisa da proteção dela.

O rei soltou uma gargalhada seca e cruel, Damon sentiu o chão sumir por um breve momento.

— Não é ela quem protege Don, garoto. — Ele se inclinou ligeiramente para frente, os olhos cravados no filho, transbordando desdém. — É ele quem a protege, algo que você jamais conseguiria... você no lugar dele já teria devorado a garota. Porque você é fraco.

Damon sentiu o impacto, mas não demonstrou, ele permaneceu imóvel.

— Você não poderia estar mais errado — ele despejou.

— Cuidado com suas palavras, garoto — o rei sussurrou — Don pode ser regido pela raiva, mas ao menos ele sabe qual é o seu lugar. Você... — Ele deu uma pausa, medindo o filho com um olhar de desprezo. — Está se deixando levar por algo muito maior do que consegue entender.

O príncipe sentia seu controle vacilar, mas não cederia. Não diante de seu pai.

— Maior do que eu consigo entender? — ele deu um passo à frente, seus punhos se cerrando ao lado do corpo. — Eu sei muito bem o que está em jogo. Se você está tentando me proteger, está falhando miseravelmente. Ninguém irá me manter no escuro.

O rei inclinou-se ligeiramente, até que seus rostos ficassem próximos o suficiente para que Damon pudesse sentir a respiração lenta e controlada de seu pai.

— Sua mãe estava obcecada — murmurou. — A busca dela por respostas sobre Loren a levou à loucura. O que você acha que vai acontecer com você se continuar assim? Acha que é forte o bastante para suportar a verdade? — Um sorriso frio se formou em seus lábios. — Ou será que quer terminar como ela?

Damon sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O rei recuou um passo, ainda com o sorriso frio, mas algo em seu olhar endureceu, antes que ele pudesse continuar.

— Você não entende, Damon. Loren não é apenas uma garota... Ela é a chave para algo muito mais sombrio. E se você continuar nessa busca insana, será consumido e cairá de joelhos para a escuridão.

A sala parecia apertar-se ao redor deles, até finalmente o rei recuar, satisfeito com o efeito que havia causado. Assim que se viu sozinho novamente, a raiva que Damon havia contido por tanto tempo explodiu.

Ele se virou com rapidez, o coração acelerado, com um grito rouco de frustração, ele ergueu o punho e o lançou contra a parede de pedra. O impacto foi brutal. O som surdo de ossos se partindo ecoou pela sala, seguido pelo estalo agudo da carne se rasgando. O sangue brotou de sua mão, escorrendo pelos dedos e manchando a superfície áspera da parede. Mas o príncipe não se importava. A dor física era um alívio bem-vindo comparado à tempestade de raiva e impotência que fervia dentro dele.

 A dor física era um alívio bem-vindo comparado à tempestade de raiva e impotência que fervia dentro dele

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