✶ Capítulo sessenta ✶

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— O que você faz aqui? E o que era aquela criatura? — O príncipe andava de um lado para o outro, exigindo respostas de Kalandor, sua paciência prestes a desaparecer

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— O que você faz aqui? E o que era aquela criatura? — O príncipe andava de um lado para o outro, exigindo respostas de Kalandor, sua paciência prestes a desaparecer.

— Estou aqui para proteger a caverna. A criatura que atacou vocês escapou de lá — o velho mago apontou para o portal no fundo da caverna e, voltando-se para Loren, acrescentou: — Ela sentiu sua presença, sacerdotisa, sua aproximação desestabilizou o portal, rompendo-o e liberando aquela coisa grotesca.

— Se você está protegendo, então por que permitiu que aquele monstro saísse e nos atacasse? — Don disparou a pergunta, a raiva tomando conta dele.

Mesmo diante da fúria do príncipe, o mago permaneceu calmo.

— Loren está desviando todo o fluxo de magia para si. Fui drenado por um momento, incapaz de agir. E você, meu jovem príncipe — ele pausou, seus olhos brilharam em chamas ao fixar Don — não faz ideia do esforço que estou fazendo agora para manter minha magia dentro de mim e não deixar que ela roube tudo.

— Eu não estou fazendo nada disso! — Loren tentou se defender.

Kalandor se aproximou da garota, sua expressão intensa e inquisitiva. Havia algo nele que buscava respostas mais profundas, algo que Loren mal compreendia em si mesma.

— Como você está se sentindo, jovem sacerdotisa? — ele sondou, vasculhando a alma dela. — Diga em voz alta, para que eu possa te ouvir. Como você está se sentindo? Mais forte? Mais poderosa? — Ele insistiu.

Um calafrio percorreu todo o corpo de Loren. Seus olhos buscaram refúgio nos de Don, ansiando por conforto, mas tudo o que encontrou foi uma sombra fria em seu olhar, uma escuridão refletida que a fez sentir ainda mais sozinha.

— Don...eu não causei nada disso, eu não estou "roubando" a magia dele, eu juro, por favor acredite em mim — tentou se justificar para o único homem que realmente importava, ele, no entanto não respondeu.

Loren sentiu a culpa a consumindo. Se o que Kalandor dizia era verdade, então o ataque da criatura foi consequência de sua presença. Ela começou a relembrar cada momento dessa noite — a sensação esmagadora que a envolveu durante a viagem, o fluxo de magia aumentando em seu corpo conforme se aproximavam da montanha... Agora, até mesmo aquele vômito fazia sentido. Seu corpo, em resposta a intensidade da caverna, havia expelido parte da energia maligna que ele concentrava, e talvez isso tenha guiado a criatura até eles.

Mas então por que o monstro parecia tão atraído por Ryan? O pensamento corroeu sua cabeça, uma verdade amarga de engolir, o mago não deveria ter drenado parte de sua magia; ao fazê-lo, ele se tornara um ímã para o monstro. Loren olhou para Ryan, a sentença pesada cravada em seu peito. O ataque deveria ter sido direcionado a ela, não a ele. Se o mago não tivesse se aproximado para ajudá-la...

— O que ela é? — A voz de Don feriu o ar, a forma como ele se referiu a ela como "o que" e não "quem" ela é, atravessou Loren como uma lâmina afiada.

A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora