" remédio para as dores"

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Narrado por Helena

Doeu tanto ver meu Bento daquele jeito, ele chorava feito criança, eu imaginava que ele guardava sua dor, mas só pude ver o tamanho dela com aquele choro tão doloroso, e agradeci aos céus por ele ter um pai tão incrível que o abraçou o acolheu e disse olhando nos olhos do filho : " Eu irei dar todo o meu amor ao seu filho, ao meu neto, de forma tão imensa que ele não sentirá falta de mais nada...", foi lindo, é sabíamos que aquilo era verdade. Já estávamos em casa , Bento dormia e eu velava seu sono, mas precisava de alguma explicação a minha mãe e ao meu pai, beijei de leve seus cabelos e desci para sala, eles estavam preocupados.

O: filha, o que houve com o Bento? ( Aflita e preocupada, sento ao lado do papai e ela senta ao meu lado, me deixando no meio )

Lu: o que aconteceu? Ele chegou com cara péssima, parecia que havia chorado...

H: chorou papai, chorou muito... ( Digo chorosa e deito a cabeça no ombro do papai e faço mamãe me abraçar ) doeu tanto ver aquilo...

O: o que meu amor ? ( Me dá carinho e a olho )

H: ainda bem que nosso bebê tem a senhora...( A abraço chorando em silêncio e ela me abraça com todo amor ) Bento desabafou... Ele não suportava mais guardar tudo o que a gente sente e ele também... Ele desabafou pra mãe dele...

O: ohh meu Deus...

H: ele disse que a verdade é que todos sabiam que a mãe dele não amava nosso filho, que ela tinha desprezo por ele... Era indiferente, nunca iria conseguir amar o filho dele, o nosso filho...

Lu: que dor por ele... ( Sincero )

H: ela jogou na cara dele que ele não a cuida como antigamente, que até parece que quem é a mãe dele é a senhora... ( Acariciei a face de minha mãe e ela me dá carinho, sempre atenciosa e cuidadosa ) E ele disse que sim , porque a senhora amava nosso filho, ama e cuida dele mesmo na barriga... Que era graças a senhora que a dor dele diminuia, porque ele sabe que pelo menos amor da avó materna ele vai ter de sobra...( Mamãe concorda com os olhos lacrimejando)

O: vai, vai ter muito... Vocês são meus amor... ( Me abraça)

H: ama o Bento também mamãe... Ama ele muito, ele merece muito amor, e eu só vejo um amor saudável vindo da parte do pai dele... Ele merece ser muito amado, mamãe, ama ele... Ama ele... ( Começo chorar e mamãe me abraça forte, me sentia impotente e inútil por não conseguir dar aquele amor a ele )

O: é óbvio que amo, meu amor... Ele é um filho pra gente!

Lu: é verdade filha, ele é nosso filho homem... ( Sorrio concordando e fico com eles, ele me cuidavam com todo o amor que tinha , eu nunca vou conseguir reclamar disso, eu tenho e sempre tive o melhor amor de meus pais)

Narrado  por  Bento

Abro meus olhos em meio a escuridão do quarto vejo os raios de luz entrando pela frecha da cortina, olho para o lado e vejo Helena abraçada a mim , sorri e inalo o perfume suave de seus cabelos e acaricio com cuidado sua barriga, sinto minha cabeça doer , a muito tempo não tinha chorado como chorei ontem, as últimas coisas que me recordo e os carinhos de minha Helena e seus sussurros positivos dizendo que iria passar e que iria dar tudo certo, aaah Helena, como é bom te ter... Levanto com cuidado sem acorda-la, tomo um banho quente e coloco uma roupa, ainda era bem cedo, vejo o celular diversas mensagens do homem que me orgulho chamar de pai, suas mensagens preocupadas, perguntando se eu estava melhor , dizendo que já estavam em casa e sua última mensagem e dizendo que ja ia dormir e que eu dormisse bem, pelo horário ele foi dormir bem tarde. Escuto barulho da cozinha e estranho pelo horário, mas desci para ver quem seria e ao chegar sorrio ao ver Olívia sovando a massa de pão.

B: bom dia... ( Ela toma um leve susto devido o horário, mas dá um sorriso caloroso ao me ver )

O: Bento meu querido, já acordado ? ( Sorrindo por a massa na forma de pão e me dá um abraço sem me sujar )

B: sim, e pelo visto a senhora também... ( Brinco e rimos)

O: sim, acordei cedo pra fazer aquele pão que você gosta ! ( Sorrio ) Você está bem  ? ( Vejo preocupação e carinho em seus olhos, eles viram o estado que cheguei ontem )

B: estou sim... Muito obrigada, oli... Obrigada por tudo!!( Ela sorri com carinho)

O: não agradeça, você é nosso filho homem!  ( Sorrimos e logo ela coloca o pão no forno e retira um que já estava pronto, pondo assim o outro ) Sente aí, coma um pão quentinho com aquele cafezinho que você gosta! ( Sorrio e sento e ela corta o pão e me dá um pedaço e depois coloca café para mim ) Vou pegar a manteiga que você gosta, eu fiz ela ontem noite também! ( Sorrio )

B: obrigada, a sua manteiga é a minha favorita! ( Ela sorri feliz e me dá a manteiga caseira e começo comer )

Aquele momento com a Oli foi como um remédio para as dores que estava em meu coração, eu meio que nunca tive momentos assim com minha mãe, não que eu lembre, confesso que tudo que eu precisava a Oli me deu naquele começo de manhã... Ela me deu atenção, amor, cuidado e todo o carinho que conseguiu...

...
Continua....

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