meus atos

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Narrado por Helena

Era difícil ouvir tudo aquilo, estranhamente me incomodava ouvir pois a verdade realmente dói... Porém doeu mais saber que o Bento me conhece tão bem assim ao ponto de saber tudo que escondo no meu mais íntimo, doeu saber que ele sabe que nunca vou conseguir amar ele... Isso para mim era uma tortura, eu não queria perder ele , mas também não conseguia amar, eu gostava tanto do jeito que ele me trata , do carinho, da atenção que ele tem comigo... Ele disse que o amor dele daria para nós dois, ele me ama, é isso ?
Não sei ao certo quando dormi, só sei que apaguei depois de chorar em silêncio, acordo de manhãzinha no horário de sempre com o choro de Breno e quando abro os olhos o homem que Estou com vergonha de encara já estava com nosso filho no colo.

B: ele não tá parando de chorar, ele quer o peito, dá a ele por favor...

H: me dá ele , ele acordou a muito tempo ? ( O pego e lhe dou o peito )

B: desde cinco e cinquenta...

H: e que horas são ?

B: seis e dez, ele acordou e ficou comigo quietinho, mas agora a fome apertou por isso que ele tá chorando!

H: por que não me acordou?

B: você estava cansada, era melhor que dormisse um pouco mais... ( Como você ainda consegue cuidar de mim Bento? )

H: obrigada... ( Digo envergonhada)

B: desculpa por tudo que disse ontem, eu não tinha esse direito.... ( Senti dor em sua voz )

H: eu que te devo desculpas... E sobre o Felipe... Eu, eu não sei o que sinto... ( Confesso)

B: você só renega Lena , você tem amor ainda por ele... Só que tem magoa, raiva, tristeza e traumas causados por ele... ( Engoli o amargo da verdade)

H: É, mais eu gosto muito de você Bento... ( Cala a boca, Helena... Me repreendo quando vejo seu sorriso triste )

B: eu não duvido, nunca duvidei e gosto muito disso... Mas sabemos que gostar não é amar...( Acaricia meu queixo com carinho) Mais tudo bem, eu sempre soube disso... Me dá ele e pode dormir mais um pouquinho...

H: vamos ficar juntos... Deita com a gente, por favor... ( Sentia vontade de chorar)

B: tá, não chore por favor... ( Senta ao meu lado na cama e abraça a mim e ao nosso filho) Deita, com cuidado...

Pega ele e me ajuda a deitar e em seguida deita nos cobrindo e deixando nosso filho em seu peitoral, posso afirmar que é o lugar favorito do Breninho. Provavelmente dormi novamente porque de repente quando abri os olhos o quarto estava claro pela luz do dia que entrava da janela, estava sozinha no quarto, não vejo Bento e nem o Breno, pelo horário provavelmente devem estar tomando um pouco de sol, como recomendação da doutora. Olho em volta aos poucos sentei na cama, ainda estava cheia de pontos no pé da barriga, porém as dores eram menores, com muita custo levantei sozinha, doeu mas eu consegui e então fui tomar um banho e fazer minha higiene pessoal pós tudo isso coloquei uma das camisolas de resguardo e sai do quarto sempre andando devagar, precisaria de ajuda.

H: mamãe... ( A chamo ) Papai... ( Sem respostas também) Bento... ( Não conseguia gritar, pois doía , acho que me esforcei muito) Bento...

F: quer ajuda Helena? ( Felipe surge do quarto de Nay provavelmente)

H: quero, chame alguém pra mim por favor...( Coloco a mão no pé da barriga, estava doendo, acho que forcei demais)

F: eu te ajudo, vamos... ( Toca em meu braço com cuidado e olho nos olhos dele, há um ano e pouco não temos esse toque físico e muito menos essa proximidade)

H: não... Aí !! ( Sinto uma pontada forte no pé da barriga)

F: para de bobeira Lena... Vem, você está com dor, não quero te ver com dor, me deixa te ajudar... ( E de repente o Felipe doce que conheci estava em minha frente, segurando com cuidado meu braço) Vem... Se apoia em mim, você precisa sentar e comer algo...

Seguro seu braço, tinha esquecido como ele pode ser convencente... Mas naquela situação não teria outro jeito, né ?
Ele me ajudou com calma, descendo cada degrau com paciência, me segurando pelo braço e com uma mão na minha cintura, eu deveria o repreender...

F: desculpa por tudo que falei naquele dia no hospital... ( Descendo o último degrau ) Foi tudo da boca pra fora, no calor do momento devido a situação de mamãe... A última coisa do mundo que eu quero é te perder dessa forma... Eu já te perdi , mas consigo te ver de longe, não suportaria te perder para sempre...

H: para, por que está me dizendo isso ? Não quero ouvir! ( Ele ainda me segurava )

F: você sabe o porquê... Porque eu te amo ainda, minha Lena... ( Acaricia meu rosto e nego com a cabeça e esforço meu corpo a sair de perto do dele, mas é como se minhas pernas tivesse se desligado) O Breno é lindo... ( Sorriu para mim )

H: é, lindo igual o pai dele ! ( Me afasto dele, preciso manter ele longe )

O: filha, pelo amor de Deus o que está fazendo andando sozinha, como levantou da cama ? Como se vestiu sozinha ? Como desceu essas escadas ? ( Assim que entro na cozinha)

B: Helena? Como conseguiu descer ? ( Vindo da parte de fora com Breno, como previa eles tomavam "banho" de sol) Como levantou sozinha? Você desceu as escadas sozinha? Pelo amor de Deus você está costurada ! ( Preocupado e levemente bravo pela minha atitude)

H: tá gente, eu já me arrependi amargamente... ( Sentia muita dor )

B: vem, senta aqui... ( Põe Breno no carrinho e ele chora ) Espera filho...

O: filha você não pode fazer isso...

F: eu ajudei ela nas escadas sogra...

N: você o que ? ( O olha brava )

F: ajudei Nay, ela não podia descer sozinha!

N: eles que cuidem dela, não é da sua conta ! ( Brava )

B: vem Helena! ( O vejo sério com a informação, não tinha necessidade Felipe)

Ele me leva para parte de fora, para a poltrona reclinável e para tomar um pouco de sol também, aquele sol gostosinho, assim que sentei a dor aliviou um pouco.

B: próxima vez espere só um pouco, eu já ia subir para te ver! ( Falava sério me arrumando com cuidado na poltrona)

H: eu não queria da mais trabalho Bento ...

B: já disse mil vezes que não é trabalho, você é a mãe de meu filho Helena , eu vou te cuidar sempre... Prefiro eu do que o seu ex, que por ventura é meu irmão! ( Estávamos apenas nos dois na parte de fora , mamãe tentava calar Breno e o casal discutia na cozinha também)

H: Bento, ele só me desceu as escadas....

B: tem certeza Helena? Certeza que ele não quis puxar papinho, certeza que quando ele tocou em você você não sentiu nadinha ? ( Ele estava realmente bravo )

H: Bento... ( Tento tocar seu rosto mais ele sai me deixando confortavelmente na cadeira e ouço o choro de meu filho parar, provavelmente sentiu o colo do pai )

B: ele tá chupando o dedinho, acho que quer mamar... ( Fala sério coloca Breno no meu colo com cuidado) Cobre as pernas, está friozinho... ( Joga uma manta que também vinha trazendo em meu colo , cobrindo toda parte ) Vou trazer algo pra você comer... ( Fala e saiu)

H: eu não quero filho... ( Falo com Breno que mamava, seus olhinhos estavam abertos hoje me olhava ) É... Se eu não quisesse eu não teria aceitado, você tá certo! ( Meu filho provavelmente não me entendia, mas era como se seu olhar falasse comigo, ou era apenas meu subconsciente ) bom dia, mamãe te ama !

Lhe dou carinho e o beijo enquanto ele mama... Não consigo dar alguma explicação para esse acontecimento, e nem para meus atos...

...

Continua.....

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