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Capítulo 33: Cidade sob o Mar
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Audrey Gilbert passou por muita dor em sua vida. Ela sabia como era a dor de morrer, ela conhecia a dor de perder um ente querido, mas isso era diferente de tudo isso. Nos nove meses que antecederam esse momento, Audrey só conseguia imaginar como seria dar à luz, e foi muito mais agonizante do que todos os livros fizeram parecer. Ela deitou na cama no antigo quarto dela e de Elijah no complexo, enquanto um médico compelido a orientava durante o processo, respirando pesadamente enquanto ela agarrava firmemente a mão de Elijah.
Ele não saiu do lado dela por nenhum momento, e ele estava tentando esconder a dor que sentia ao vê-la sofrendo como ela estava. A cada contração, ele a deixava apertar sua mão tão forte quanto ela precisava, nem mesmo vacilando. Ele esfregou seus braços e acariciou seu cabelo do rosto, beijando sua témpora e constantemente lembrando-a de que ela era forte, de quão bem ela estava passando por tudo isso.
Logo, o médico anunciou que era hora de empurrar, e Audrey se sentiu aliviada e assustada ao mesmo tempo. Engolindo o nó na garganta, no segundo em que a última contração a atingiu, ela começou a empurrar com toda a força.
____ É isso, meu amor. - Elijah sussurrou enquanto afastava o cabelo do rosto dela, beijando sua tempora. - Você está indo muito bem.
____ Hm. - Audrey gemeu quando parou, lentamente começando a balançar a cabeça. - Elijah, eu não consigo. Acho que não consigo fazer isso.
____ Você pode. - Ele falou com conhecimento de causa, inclinando o queixo dela para que seus olhos se encontrassem. - Sim, você pode, Audrey. Eu sei que você pode. Você é a mulher mais corajosa que já conheci. Não há ninguém mais capaz de trazer nosso filho a este mundo.
Audrey sentiu lágrimas se acumularem em seus olhos.
____ Estou assustada. - Ela sussurrou. - Dáhlia...
____ Não deixaremos isso acontecer. - Ele jurou, apoiando a testa na dela. - Nós cuidaremos disso, eu te dou minha palavra. - Elijah prometeu com amor e determinação na voz. - Ninguém vai tirar nosso filho de nós, mas você precisa fazer isso, meu amor. Está na hora. - A garota Gilbert respirou fundo, algumas lágrimas caindo por suas bochechas enquanto ela o olhava, uma mistura de emoções em seus olhos. Apesar da dor e de tudo o mais que ela estava sentindo naquele momento, um pequeno e fraco sorriso se contorceu em seus lábios. - Eu te amo.
____ Eu te amo. - Ele a beijou brevemente, antes de acenar.
Respirando fundo, Audrey começou a empurrar novamente, fechando os olhos com força enquanto se concentrava apenas na tarefa em questão. Depois do que pareceu uma vida inteira, um pequeno choro encheu o ar, e Audrey soltou um suspiro enquanto descansava a cabeça contra o travesseiro. Os novos pais observaram enquanto o médico limpava cuidadosamente o bebê que chorava, antes de envolvê-lo e colocá-lo nas mãos de Audrey.
