26 - eu sentia e o que eu queria.

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30 de outubro; 2024
AMÉLIA MARTINEZ

Acordei com a luz do sol filtrando pela janela, e uma sensação de confusão ainda pairava na minha mente. A noite anterior foi uma montanha-russa de emoções, e eu ainda tentava processar tudo. A briga com Gabi ainda ecoava em minha cabeça, mas, por alguma razão, havia um alívio. Eu tinha me permitido sentir, confrontar minhas inseguranças. Mas, ao mesmo tempo, a ausência dela me deixava inquieta.

Levantei-me e fui até a cozinha, onde o cheiro do café fresco começou a invadir o ambiente. Fiz uma xícara e me sentei à mesa, observando o movimento lá fora. As pessoas passavam apressadas

Olhei pela janela, tentando encontrar uma resposta para o que eu estava sentindo. Gabi sempre teve uma forma especial de entrar na minha vida, como um raio de sol em um dia nublado. O jeito que ela se importava, como lutava por nós, me deixava emaranhada em sentimentos. Mas havia também um medo constante de me abrir completamente, de deixar alguém entrar de verdade.

Enquanto tomava meu café, peguei meu celular e olhei para as mensagens. A interação com Gabi tinha sido tão intensa que qualquer contato parecia complicado. Ao invés de enviar uma mensagem, preferi não falar nada. Eu precisava de tempo para refletir sobre o que realmente queria e como me sentia.

Decidi sair para uma corrida. O movimento sempre ajudou a clarear minha mente. Enquanto corria, o vento batia no meu rosto, e eu deixava as preocupações se dissiparem, uma passada de cada vez. A cada respiração, tentava entender se eu estava realmente pronta para encarar o que estava acontecendo entre nós.

Passando pelo parque, percebi como aquele lugar ainda guardava memórias nossas. Algumas eram boas, todas faziam parte de mim. Pensei na possibilidade de reencontrar Gabi, mas também na necessidade de me encontrar primeiro. Eu não poderia dar a ela o que não tinha em mim mesma.

Depois de alguns quilômetros, parei para respirar e observei as pessoas ao meu redor, notando como a vida continuava enquanto eu lutava com meus próprios sentimentos. Era um lembrete de que o tempo não parava por causa das minhas inseguranças. Decidi que, se quisesse que algo entre nós funcionasse, precisaria me abrir mais, mesmo que isso significasse enfrentar meus medos.

Ao voltar para casa, uma parte de mim queria pegar o celular e mandar uma mensagem para Gabi, mas hesitei. O que eu diria? Precisava de clareza antes de abrir o coração novamente.

Respirei fundo e me comprometi a ser paciente, tanto comigo quanto com Gabi. A vida estava em constante movimento, e, com o tempo, eu poderia encontrar o caminho certo para nós duas. O que eu precisava agora era tempo para descobrir isso.

 O que eu precisava agora era tempo para descobrir isso

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Cheguei cedo ao ginásio, como sempre. Precisava do treino para extravasar e limpar a mente. Coloquei meus tênis, ajeitei a tornozeleira e comecei a aquecer. Senti o impacto da bola em minhas mãos, o peso familiar, o ritmo do jogo. Aqui, pelo menos, eu sabia o que fazer.

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