31 - trêmulas

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5 de dezembro; 2024
AMÉLIA MARTINEZ

Depois que eu e Ária nos despedimos, caminhei até a área de imprensa, onde dei uma entrevista rápida sobre o jogo, respondi algumas perguntas dos repórteres e sorri para os fãs que me esperavam. Tirei algumas fotos, assinei alguns autógrafos, e depois segui para o vestiário para tomar um banho e me arrumar antes de encontrar minha família.

Agora estávamos em um restaurante aconchegante e familiar, especializado em comida italiana clássica. Era o lugar ideal para matar a saudade de casa — especialmente para o meu avô, que já comentava sobre o quanto sentia falta de pratos autênticos. Entre garfadas e risadas, o ambiente estava repleto de aromas familiares, com cheiro de molho de tomate fresco e manjericão pairando no ar.

Enquanto aguardávamos a próxima rodada de pratos, peguei meu celular, distraída, tentando finalizar a reserva de um Airbnb para a estadia deles.

— Minha neta, o que você tanto faz nesse telefone? — a voz do meu avô quebrou o silêncio, com um olhar misto de curiosidade e leve repreensão.

Sorri, um pouco envergonhada.

— Estou resolvendo onde vocês vão ficar esses dias aqui, vô. Achei um Airbnb aconchegante, pra vocês descansarem e terem mais conforto.

Minha avó, sentada ao lado dele, me olhou com carinho.

— Mas, querida, e o seu apartamento? Não tem como nos acomodarmos lá? — ela perguntou, com aquele tom delicado e sempre atencioso.

Suspirei, tentando explicar sem parecer desleixada.

— Até daria, vó, mas meu apartamento é bem pequeno, e queria que vocês se sentissem mais confortáveis, sabe? Lá vocês podem ter um espaço só de vocês.

Meu avô riu, balançando a cabeça.

— Ora, minha neta, não se preocupe conosco. Estamos aqui por você, não importa onde fiquemos.

Nesse momento, o garçom trouxe um prato de massas que o meu avô tinha pedido, e ele se animou como uma criança ao ver o prato favorito chegando. A conversa fluiu leve, cheia de recordações de casa e perguntas curiosas sobre minha vida na cidade.

Com o tempo, o laço entre mim e meus avós se fortaleceu. Eles não eram apenas figuras familiares, mas verdadeiros pilares de amor e sabedoria. Meu avô, sempre cheio de histórias e conselhos, e minha avó, com seu carinho e preocupação constante, se tornaram as figuras centrais da minha vida. O fato de que eu também tinha um padrasto e uma irmã mais nova tornava tudo ainda mais especial, mas era com os meus avós que eu sentia uma conexão mais profunda.

— O que vocês gostariam de fazer amanhã? — perguntei, animada.

— Ah, querida, que tal passear pelo centro? — sugeriu minha avó, olhando pela janela do restaurante, onde as luzes da cidade começavam a brilhar.

— E eu gostaria de comer um sorvete! — interveio minha irmã mais nova, Valentina, com um sorriso travesso. Ela tinha apenas cinco anos—com tamanho de dois anos, mas já demonstrava um espírito aventureiro e alegre.

—sorvete e um passeio pela cidade? Parece perfeito para mim! — respondi, rindo. — Vocês merecem um dia divertido.

Depois de terminarmos o jantar, deixamos o restaurante e fomos para o carro. A conversa continuava animada, repleta de planos e risadas, e eu não conseguia deixar de sentir uma profunda felicidade por estar cercada pela minha família, mesmo com as complicações da vida moderna.

Quando chegamos ao Airbnb, eles se instalaram confortavelmente no sofá enquanto eu me dirigia para a cozinha para preparar algo para levar amanhã. Meu coração se aquecia ao ouvir as vozes deles na sala, contando histórias sobre quando eram mais jovens e as travessuras que faziam.

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