Missão impossível

42 - Iria realmente acontecer.

12 de novembro; 2024
De madrugada
AMÉLIA MARTINEZ

Já no quarto, a tensão no ar era quase tangível. Quando nossas bocas se encontraram, tudo pareceu explodir, como se eu estivesse segurando a respiração há muito tempo e finalmente pudesse soltar. Nossas bocas se moviam com uma fome desesperada, e o toque de Gabi era tão habilidoso, tão ardente, que eu me perdi completamente. Seus dedos percorriam cada centímetro da minha pele com uma firmeza que me fazia arrepiar dos pés à cabeça.

No instante em que fui empurrada até a cama, senti meu corpo ceder completamente, entregando-se ao toque e à presença dela. Seus lábios exploravam cada parte do meu pescoço e ombros, e eu me segurava a ela como se fosse minha única âncora naquele momento. Seus dedos passeavam pelas minhas costas, suas mãos firmes, mas ao mesmo tempo, atenciosas, conhecendo cada limite, cada reação.

Quando seu joelho pressionou entre minhas pernas, senti o calor subir, um arrepio percorrer meu corpo inteiro. Um gemido escapou dos meus lábios, mais alto do que pretendia, e pude ver o sorriso de satisfação que se formou no rosto dela, como se soubesse exatamente o efeito que estava causando em mim.

— Espera, — sussurrei, empurrando-a suavemente, tentando me recompor. — A porta... está aberta.

Ela apenas ergueu uma sobrancelha, com aquele sorriso presunçoso que eu conhecia bem. Sem dizer uma palavra, seus olhos me desafiaram, me provocaram, como se estivessem dizendo: "É isso que te preocupa agora?"

Então, ela se levantou sem tirar os olhos de mim, caminhou até a porta e a trancou, com um clique que ecoou pelo quarto, um som simples, mas que parecia definitivo, encerrando qualquer chance de recuo. Quando ela voltou a me encarar, seus olhos castanhos estavam ainda mais escuros, intensos, e, em um movimento fluido e provocante.

Minha respiração ficou presa na garganta. A visão dela, a confiança com que se movia, a maneira como seus olhos me percorriam, carregados de desejo e uma certeza serena, tudo aquilo me deixava completamente entregue. Eu nunca havia me sentido tão vulnerável e tão segura ao mesmo tempo. Aquele olhar dela, cheio de intensidade e fascínio, me desarmava de uma forma que eu nem sabia ser possível.

Gabi se aproximou, cada movimento dela era lento, quase como uma dança suave e calculada, tomando cada segundo para aumentar minha expectativa, para me fazer ansiar pelo que estava por vir. O quarto estava mergulhado em uma tensão doce, uma mistura de antecipação e urgência que pulsava entre nós. Quando ela finalmente parou à minha frente, pude sentir sua respiração quente contra a minha, e meu coração disparou ainda mais, como se estivesse tentando acompanhar o ritmo da conexão que se criava entre nós.

Ela inclinou-se, suas mãos firmes e delicadas repousando nas minhas, e então sua boca encontrou a minha, trazendo uma intensidade renovada. Era como se ela estivesse ali, no ápice do momento, tão entregue quanto eu. A sensação dos lábios dela nos meus era como um choque de energia e ternura, uma combinação perfeita entre o fogo do desejo e a suavidade do cuidado. A cada segundo daquele beijo, era como se ela estivesse se permitindo e me permitindo explorar algo novo, algo que sempre quisemos, mas que só agora encontrava a coragem para existir.

Depois, seus lábios começaram a descer, deslizando pela linha do meu maxilar até o ponto em que minha pele se arrepiava com o toque suave e quente. Ela se deteve em cada detalhe, explorando cada centímetro com uma delicadeza que me tirava o fôlego. Quando sua boca encontrou a cicatriz em meu pescoço, perto da orelha, eu senti meu corpo inteiro estremecer. Gabi a beijou com uma suavidade inesperada, seus lábios tocando minha pele como se fossem uma carícia, quase um sussurro, mas o impacto era profundo. Era como se cada toque dissolvesse a insegurança que aquela marca me trazia, preenchendo-me com uma onda de aceitação e conforto.