2 de dezembro ; 2024
AMÉLIA MARTINEZMentira! Não estava, não.
o clima no ginásio estava pesado. O treino estava prestes a começar, e a quadra ecoava com o som das bolas quicando e os gritos animados das jogadoras. Eu entrei e procurei por Gabi, mas o meu coração apertou ao ver que ela estava cercada por algumas colegas, rindo e conversando, como se nada tivesse acontecido entre nós.
Tentei ignorar a dor que me atravessava. Em vez de me deixar levar pelas emoções, decidi focar no treino. Peguei a bola e me juntei ao restante do time, tentando entrar no ritmo. As instruções da treinador Daniele soavam distantes enquanto a frustração ainda girava na minha mente. O que eu poderia dizer a Gabi? Como eu poderia explicar que estava tão confusa?
As jogadas começaram e, apesar do esforço, minha mente estava longe. Cada vez que eu olhava para Gabi, havia um nó no meu estômago. Ela me lançou alguns olhares furtivos, mas não houve iniciativa de sua parte para conversar. O silêncio entre nós era ensurdecedor. Era como se uma barreira invisível tivesse sido erguida, e eu não sabia como derrubá-la.
Quando o treino avançou, a intensidade aumentou. Nós nos dividimos em equipes e começamos a jogar em pequenos grupos. Eu me forçava a dar o meu melhor, mas a cada ponto que eu ganhava ou perdia, sentia a tensão crescer. Os gritos de incentivo das minhas colegas eram abafados por uma sensação de desânimo que não conseguia afastar.
Gabi estava em uma das equipes adversárias e, sempre que ela fazia uma jogada boa, um misto de admiração e ciúmes tomava conta de mim. Eu queria aplaudi-la, mas, ao mesmo tempo, não queria demonstrar que ainda me importava. Precisava ser forte, precisava focar em mim mesma e deixar as coisas entre nós como estavam por enquanto.
No intervalo, enquanto as jogadoras se reagrupavam e pegavam água, eu me afastei um pouco, procurando um canto tranquilo onde pudesse respirar e organizar meus pensamentos. O ar estava pesado, e a tensão do treino apenas realçava a confusão que eu estava sentindo.
No fundo, eu sabia que precisava resolver isso com Gabi. Não era justo para nenhuma de nós continuar assim, mas o que eu diria? Eu ainda não tinha as respostas que precisava.
O treino continuou, e, apesar de nossas interações mínimas, eu podia sentir o olhar de Gabi em mim. Era uma mistura de preocupação e confusão, e isso apenas aumentava meu desconforto. À medida que as horas passavam, percebi que a distância entre nós estava se tornando insustentável.
No final do treino, enquanto as jogadoras se dispersavam, eu hesitei em ir embora. Sabia que precisava conversar com Gabi, mas, ao mesmo tempo, tinha medo do que poderia acontecer. Eu não queria estragar o que tínhamos, mas também não podia ignorar a tensão que pairava entre nós.
Com o coração acelerado, decidi que não podia continuar fugindo. Precisava encontrar coragem e me abrir para ela. Se houvesse alguma chance de resolver tudo, eu precisava tentar. Antes que eu pudesse mudar de ideia, respirei fundo e comecei a caminhar em direção a Gabi.
Enquanto me aproximava de Gabi e do restante do time, pude ouvir risadinhas e sussurros que tornavam a atmosfera leve e descontraída. O sorriso de Gabi era genuíno, e ela parecia completamente absorvida na conversa. Mas, à medida que me aproximei, a alegria no meu peito começou a se transformar em um nó desconfortável.
O assunto era Rebeca, a ginasta. Gabi estava falando sobre ela de um jeito que me fez sentir uma pontada de ciúmes. Suas palavras eram cheias de admiração e carinho, e a forma como ela se inclinava para mais perto das outras jogadoras, quase como se quisesse compartilhar um segredo, apenas aumentou minha insegurança. Eu não conseguia evitar o pensamento de que Rebeca ocupava um espaço que eu desejava ter.
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Missão impossível
FanfictionAmélie Martinez, uma jovem jogadora de vôlei talentosa, recentemente medalhista de ouro nas Olimpíadas, encontra-se diante de uma importante decisão em sua carreira: escolher o clube onde continuará a brilhar. Ela opta pelo renomado Imoco Conegliano...