capítulo-5

162 21 5
                                    

Sam:

O inverno já está chegando, nos últimos dias tem chovido muito... Eu sempre mando mensagens pro Ranz, ele não responde animado mas eu fico feliz só em ele responder. Ted sempre vai na casa dele jogar, é bom poder estar ajudando ele assim.

Mas eu tenho medo, ultimamente sinto um aperto enorme no coração... Tenho medo de acabar me apaixonando, por que a cada dia que passa eu só sinto mais e mais vontade de cuidar dele... E proteger ele... Mas eu sei, que seria um sentimento frustrado e platônico, e se esse sentimento me machucar mesmo que eu queira fugir disso eu não vou poder, por que eu prometi nunca abandonar ele até que ele possa estar feliz de novo. Igual aquela foto de quando ele era criança e sorria alegremente.

- Sam!! - Jena me tira dos meus pensamentos. - to te chamando à um tempão.
- desculpa Jena, eu tava com a cabeça longe. O que foi?
- É só que Sally pediu pra te dar isso. - ela me entrega o caderno de Sally - ela ta com cólica e não quis vir pra escola hoje e pediu pra você anotar tudo pra ela.
- ta bom!

Como a professora de redação faltou hoje, vamos ter 1 h vaga. Vou aproveitar e ler meu livro que já faz um bom tempo que não leio.

Eu desço e me dirijo ao pátio da escola. Acho que hoje vai chover muito o céu está completamente cinza.

Quando estou chegando ao pátio vejo o Ranz lá longe olhando um ninho de passarinhos vazio. Espera... Ele...está...

Sorrindo.....

O vento sopra forte fazendo meu cabelo voar sobre meu rosto, mas eu não consigo me mover... O sorriso dele é tão bonito, nem parece aquela casca vazia que eu sempre vejo... Por que ele não sorri assim sempre, eu adoraria poder ver o sorriso dele sempre que olhasse em seu rosto. Nunca vou me esquecer desse sorriso.

Deu vontade de chorar de novo... Eu acho que, eu acabei gostando dele. E a partir de agora eu tenho que estar consciente que vou acabar me machucando pra valer.

- os pássaros.... - Ranz começa a falar sem desviar o olhar do ninho e desmanchando o sorriso - eles um dia, aprendem a voar e se tornam independentes, eu queria saber...quando é que vou poder abrir minhas asas e voar.

Ele olha pra mim com a expressão de dor que sempre carrega com ele.

- Não se preocupe, um dia sua asa machucada vai se curar e você vai voar e ser feliz. E poder voar pró horizonte sem nenhum medo ou dor.

- você não entende Sam...

- você tem razão... Eu nunca, vou poder entender a sua dor, mas eu vou me esforçar pra que você possa se curar dela. Como uma garotinha que acha um passarinho machucado no quintal e cuida dele até que possa jogá- lo pro céu e ver ele voar totalmente curado.

- você vai se cansar de mim... - ele fala virando as costas.
- nem que eu quisesse, eu não iria cansar de você, e bem muito menos desistir.

Nossa! O que eu estou dizendo? Meu Coração vai voar pela garganta assim... Eu falei mas por puro impulso... Eu preciso sair, sinto que estou ficando vermelha e é melhor não deixar ele perceber.

Eu apenas me viro e saio caminhando enquanto seguro minhas pernas que estão bambas.

Jena:

Apenas Um ToqueOnde histórias criam vida. Descubra agora