capítulo-66

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Jena:

       — Por que todos estão indo embora? - Sally pergunta inconformada agarrada em um travesseiro da minha cama.
       — Para de ser dramática. Você sabe que volto em dois anos! - digo colocando minhas roupas na mala.
       — O Luke, você... E até aquele idiota sem noção do Brant!
       — Sally, você estava sempre brigando com ele, e agora que o Brant foi embora da cidade fica aí deprimida?! Não te entendo.
       — Não tô deprimida. É só que as pessoas entram nas nossas vidas, bagunçam ela toda, e acham que tem o direito de sair do nada...
       — Ele vai voltar... Eu sei disso, e você também. Assim como eu e Luke. - sento ao lado dela. - Vai ver que esse tempo vai passar voando, além do mais a Sam, o Ted, Ranz e Ana ainda estão aqui.
       — Nunca ficamos tanto tempo assim separadas... Vou sentir sua falta!
       — Também sentirei saudades.

         Antes de viajar, combinei de sair com Ranz, já que acabamos nos tornando melhores amigos.  Ter lembranças de como tudo começou, me faz ter um sentimento caloroso no coração. É engraçado pensar em como eu o achava esquisito, e no fato de que, mesmo sabendo tão pouco sobre ele, tinha uma grande confiança em seu caráter. Quando meus pais biológicos, ou simplesmente pessoas que me geraram apareceram, minha vida ficou de cabeça pra baixo, e mesmo sem demonstrar, Ranz estava me apoiando  e dava um jeito de fazer eu me sentir melhor. Revendo meus conceitos do que significa amar alguém, acho que na verdade o que eu senti por ele foi gratidão, ou como diz o grego: Filia, amor que significa amizade. Estou sendo um tanto egoísta, pelo fato de que existem pessoas que estão comigo à muito mais tempo, porém, nenhuma delas mudou tanto a minha vida como Ranz, até por que ele foi a primeira pessoa que realmente me apoiou moralmente, inclusive meus sonhos. Digo isso por que, os outros, me viam como a "criança" do grupo, e por isso não me levavam de nenhum jeito a sério, o que me deixava tão irritada.

        Deixei tudo arrumado, me arrumei e saí de casa pra encontrar Ranz. O dia tinha um aspecto incrível, sabe, como aqueles dias em que você se levanta e acha tudo lindo ao seu redor, as cores parecem mais vibrantes e tudo soa como uma bela canção feliz de um musical animado.
É a sensação que se tem, quando consegue-se alcançar seus sonhos.

          Não especifiquei pra ele onde era o local do encontro, só mandei o endereço e esperei que se surpreendesse. Há um parque na cidade,  feito apenas de camas elásticas e piscinas de bolinhas, sempre quis ir lá, vai ser divertido ver alguém com aquele gênio em uma coisa supostamente direcionada pra crianças. Me aproximando do local, vi  Mayson com o carro  parado na entrada do parque, paguei o taxista e corri até onde ele estava.

       — Oi Mayson! - O cumprimentei quase gritando.
       — Boa tarde senhorita, como está?! - Ele me abre seu tradicional sorriso amistoso.
       — Estou muito animada, onde ele está?! - Não tinha localizado aquele vampiro do Paraguai ainda.
       — Foi até o banheiro. Ah, olha ele alí! - Mayson aponta pra atrás de mim.

         Não contive meu riso ao ver a expressão indignada de Ranz como se dissesse "Sério que me trouxe aqui?!". Abracei-o a fim de fazer ele ficar menos inseguro com o local.

         — Que lugar é esse Jena? - Ele me questiona com aversão ao local.
         — Para de ser chato. É minha despedida, então eu queria uma coisa memorável, tipo ver você em uma piscina de bolinhas. - Rio em imaginar a cena.
         — Vamos acabar com isso logo então. Tenho coisas mais importantes pra fazer, tipo me jogar da ponte depois que isso acontecer. - Ele se vira e caminha adentrando o parque.
         — Adoro esse cara! - Brinco com Mayson apontando com o polegar na direção do parque.

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