Apenas Um Toque

capítulo - 33

Ana:

    Eu estava andando pela escola quando senti uma mão pesada puxar meu braço com muita força. Olhei para trás e percebi que era Jason, e ele estava com um sorriso que não me agradava nem um pouco. Ele me arrastou até a quadra da escola e me fez sentar na arquibancada. Eu já estava me preparando por que sabia que alguma coisa estava por vir dele.

       — Você não me disse que Sam era apaixonada por aquele cara esquisito da sua turma! - ele sorri satisfeito com a descoberta.
      — Do que está falando? - pergunto já desesperada.
      — Não se faça de idiota Ana! Eu vi os dois juntos na enfermaria, não adianta tentar me enganar. - Ele me encara  de forma assustadora.
      —  O que você tem a ver com isso? - pergunto ficando com raiva.
      — O que tenho a ver?  Você não entende que eu quero fazer Sam sofrer?! Eu quero esmagar ela como um inseto nojento... Ela vai pagar pelo que me fez!
      — O que ela fez?! Sam nunca fez nada pra ninguém! - defendo com com confiança.
      — Não é da sua conta! Você vai me ajudar a separar aqueles dois, me entendeu?
      — por favor Jason, não faça isso! - suplico.
      — Você sabe que se não me ajudar, seu irmão vai sofrer por você né?! - ele me ameaça.
      — Entendi... - limpo as lágrimas que escorrem.

      Eu caminhava lentamente pela escola, pois eu já não sabia mais o que fazer. Ter que escolher entre cuidar da saúde do meu irmão, ou a amizade de uma grande amiga. E infelizmente, eu teria que magoar muito ela pelo meu irmão. Eu sei, por mais que a Sam não diga, o quando ela gosta dele, e o Jason, vai fazer de tudo pra separar aqueles dois, se eu não ajudar, isso vai afetar o meu irmão da pior forma o possível, e ele não tem nada a ver com isso. Enquanto os alunos caminhavam pelos corredores, eu estava lá no meio daquele monte de pessoas parada, sem rumo, sem saber o que fazer. Pessoas iam e vinham, esbarravam em mim e resmungavam alguma coisa, e eu continuava parada.  Até que eu senti alguém colocar a mão sobre o meu ombro, e me tirar do meu transe.  Era a Sally, ela me perguntou por que eu estava ali parada no meio do caminho, e ficou esperando alguma resposta minha. Eu não aguentei, e todas as lágrimas que eu estava segurando começaram a cair sem parar, eu coloquei a cabeça no ombro de Sally, e ela me abraçou tentando me consolar sem saber o motivo da minha tristeza. Algumas pessoas que nos conheciam passavam e perguntavam o que eu tinha, eu nem dava atenção, Sally apenas olhava e dava de ombros, sem saber como explicar pras pessoas o que havia de errado comigo, ela só continuava passando a mão na minha cabeça tentando me fazer parar de chorar. Até que Ted apareceu, e também ficou preocupado, ele perguntou a Sally, mas ela sacudiu a cabeça em sinal de não ter explicação. Ela me soltou e foi até um bebedouro pegar água pra mim, e enquando isso, Ted ficou em seu lugar e me abraçou tentando me consolar também. Eles me levaram até o pátio, e nos sentamos em um banco, eu bebi a água é já tinha parado de chorar um pouco, eles ficaram esperando um pouco antes de perguntar o que eu tinha.

       — O que aconteceu? - Sally pergunta pegando o copo e descansando ele no chão.

     Eu permaneço em silêncio, não conseguindo responder aquela simples pergunta.
      
         — Ana, se não disser, fica difícil ajudar! - Ted insiste.
         — É coisa minha, eu só não estou me sentindo bem... - eu minto.
         — E eu nasci ontem! - Sally fala irônica.
         — Vamos, fale a verdade. Pra você chorar Ana, algo muito sério aconteceu, por que você nunca chora! - Ted fala confuso.
         — Eu não posso falar... - Eu começo a chorar se novo.
         — Por que não?! Não somos seus amigos? Você sabe que a gente vai te ajudar se nos disser! - Sally fala inconformada.
         —  por que se eu disser, algo muito ruim vai acontecer. Então por favor, parem de perguntar! - me levanto e saio correndo pra evitar mais perguntas. Do jeito que estava, não demoraria muito pra acabar soltando a verdade.