capítulo - 36

91 6 0
                                    




Ana:





      Eu estou tão feliz, o médico deu alta para Coby. Disse que seria bom passar um tempo em casa, pois o tratamento poderia continuar por lá mesmo. Ele está animado em voltar pra escola, e nosso pai já está vindo nos buscar. Estou arrumando a mala e o quarto, pra não esquecer nada, e deixar o lugar arrumado antes de sair.  Ele colocou sua mochila e a mala levei eu mesma, fechei a porta do quarto e e peguei na mão dele, assim fomos até o elevador, e ao sair esperamos o papai na porta. Vimos o carro chegando, mas não era ele, e sim a Márcia. Ela veio sorridente na nossa direção, pegou as coisas colocou no bagageiro e nos entramos no carro.  Ela não conseguia conter a alegria de levar meu irmão pra casa, e eu particularmente também não estava me contendo.

      — O que a gente vai fazer hoje? - Coby pergunta animado do banco de trás.
      — como assim? Vamos descansar em casa, o que acha?! - Márcia brinca.
      — Ah não mãe, eu quero brincar! - É, ele chama a Márcia de mãe. Ele sabe que ela não é a mãe de verdade dele, mas os dois de amam de verdade.
      — Eu não posso passear com você hoje por que tenho uns relatórios pra escrever em casa, mas eu dou dinheiro pra vocês irem se divertir no parque, e quando chegarem eu vou fazer um bolo recheado pra você o que acha?! - ela olha pra ele através do retrovisor.
      — Eu acho uma boa idéia, e você Coby? - pergunto virando pra ele.
      — PARQUE!! - ele pula no banco animado.


      Chegamos em casa e Coby correu direto pro quarto de brinquedos. Penduramos os casacos no cabide e eu fui com Márcia até a cozinha preparar um lanche. Fiquei curiosa pelo papai.

     — Cadê o tratante do seu marido? - pergunto brincando.
     — Não fale assim do seu pai! - ela me repreende também brincando - Ele teve uma emergência na loja e foi resolver. Daqui a pouco ele chega, a propósito, devia chamar seu amigo Ted pra ir ao parque com vocês!  -. Márcia era tipo uma melhor amiga, ela sabia que eu gostava do Ted.
     —   Não sei...  - falo com receio.
     — Sabe sim, vai, eu sei que você quer ir com ele! - ele me cutuca com o cotovelo.
     — (dhish)  Tá bom!




      No final deu tudo certo, Ted aceitou ir com nosco, e eu estava um pouco preocupada de Coby falar sobre o hospital  e a doença. Ninguém pode saber sobre isso, se não Jason vai acabar o tratamento do meu irmão.  Eu me arrumei, e esperei Marisa terminar de arrumar ele e me dar o dinheiro pra gente ir.
      O táxi que ia nos levar já tinha chegado, e assim a gente se despediu foi pro parque. Meu pai ainda não tinha chegado, mas a gente foi mesmo assim. Estava um pouco lotado, por isso agarrei forte na mão de Coby e sai a procura do carrossel, que foi onde combinei de encontrar com Ted.
      Meu irmão soltou da minha mão na mesma hora que viu o urso, e correu até ele. Os dois se gostavam muito, até por que Ted era sempre muito legal com ele, e quando se juntavam, eu era praticamente esquecida.
   

      — E aí campeão! Você cresceu tanto, olha só, tá quase do meu tamanho. - Ted fala segurando ele  nos braços.
      — Claro, vou Virar o Hulk e ficar maior que você! - Coby levanta as mãos acima da cabeça.
      — Nossa! Vai ficar muito grande! - Ele coloca Coby no chão e me cumprimenta.
      — vamos nessa! - Ted estende a mão pra ele.

       Quando meu irmão vai pegar a mão de Ted, erra a distância e não acerta se primeira pegar na mão dele. Esse é um dos princípios da doença, as vezes ele não tem a noção de distância. Ted estranhou a situação mas não deu atenção, e assim seguimos adentrando no parque e decidindo no que brincar. Carrossel, montanha russa, casa dos espelhos, carrinho de bate bate, casa fantasma e muitos outros. Era tão bom ver Coby se divertindo, de vez enquando, ele tropeçava, ou não conseguia alcançar as coisas direito, eu estava muito preocupada, mas graças a Deus Ted não notou nada de estranho.




       — Eu quero sorvete! - Coby fala quando nos sentamos pra descansar.
       — Vai lá que eu fico aqui com ele! - Ted fala sorridente.
       — Tá bom, você vai querer?
       — Ah, trás um refrigerante.





Ted:





    Não comentei nada com Ana, mas o irmão dela está muito estranho. Ele caiu umas cinco vezes seguidas, e não tinha nada pra fazer ele tropeçar, sem contar que sempre que eu dava alguma coisa pra ele ou tentava pegar em sua mão, ele não conseguia medir a distância entre mim e ele. Aproveitei que ela tinha saído e resolvi perguntar sobre ela, e se eles estavam tendo algum problema pra ela estar tão triste ultimamente. Além do mais, crianças quase nunca mentem.


      — se eu te perguntar uma coisa você me conta a verdade? - ele me olha curioso - Te dou um chocolate até! - ele arregala os olhos animado.
      — Se for pra saber se a minha irmã gosta de você, ela gosta! - ele estende a mão.
      — não era isso, mas valeu por contar! - depois seguro a mão estendida dele. - te dou dois chocolates se me responder a outra pergunta. - Ele balança a cabeça positivamente.
      — Por que sua irmã está tão triste ultimamente?
      — Por que... - ele hesita em me dizer - acho que por que, eu vou Virar um vegetal...



O que ? Como assim...


      — O que quer dizer com isso? - pergunto sem entender.

      — Aquela fila estava enorme, quase não consegui os sorvetes. - Ana chega de repente e eu fico obter a minha resposta.
      — SORVETE!! - Coby grita animado pegando o sorvete.
      — Acho que já está na hora de ir! - Ana olha a hora em seu celular.

       — A Não! - Coby protesta.
       — Anão é um homem bem pequenininho sabia? - brinco com Coby.
        — Verdade, e esqueceu que a Márcia tá fazendo um bolo maravilhoso pra você? Tem certeza que não quer ir? - Ana fala convencendo Coby a ir pra casa.





   Eu ainda não consegui entender o que ele disse com " virar um vegetal". Será que é coisa de criança?

  
 

     
   

Apenas Um ToqueOnde histórias criam vida. Descubra agora