Apenas Um Toque

capítulo-55

Luke:

   

     

        Já fazem quase dois meses, não toquei mais no assunto meus sentimentos sobre Lisa, e Ranz respeitou isso, Sam não tem dado sinais de que vai acordar, Rachel foi pra casa tomar banho e buscar algumas coisas, e também checar se Victoria estava bem. A escola está desanimada, Sam era bastante popular, quase todos gostam dela, eu e ele ficamos com ela no quarto enquanto Rachel não chegava. Comprei dois refrigerantes, e levei um deles pro Ranz.  Não estava muito bem, realmente não entendo por que as pessoas que carregam as maiores tristezas, tem tendência a ter mais tristezas ainda. Acho que ele não merece nada disso, Ranz tem um coração bom, não sei se ele gosta de mim agora mas... Estou feliz por ter sido ele a descobrir meu segredo. No quarto, eu me sentei no sofá das visitas, e ele ficou sentado na cadeira ao lado da cama dela, ansiando como todos os dias pra que ela acordasse. Desde que ela veio pra cá, não tem um dia em que Ranz não esteja aqui com ela, mesmo quando não aguenta mais de cansaço, não deixa Sam por nada.

       — Você me acha estranho?- disse ao entregar a latinha.
       — Eu disse que não te julgaria,  - ele fala abrindo o recipiente - mas não deixa de ser inconveniente esse seu amor. Sei que você está sofrendo.
       — Sim...
       — Como começou? - Ranz pergunta.
       — Não sei bem, Lisa era o tipo de pessoa que não se encaixava em nenhum grupo. Ela chorava muito sempre que chegava em casa por causa do que as pessoas faziam. Eu era o único que via, que estava com ela nesses momentos ruins, mas... Não importa o que dissessem, eu achava Lisa tão linda. Odiava  todos que a machucassem, quebrei um braço uma vez tentando bater em um cara da turma dela. E sempre soube  que lá no fundo, meu amor por ela não era fraternal.
       — Já pensou em se afastar dela?
       — Não sei se mudaria. A propósito, quer saber por que Sam queria te encontrar aquele dia? - mudei de assunto pra não ficar mal.
       — Falando nisso, ninguém me disse ainda.
       — Ela ia se declarar pra você.
       — O que?! - ele pergunta incrédulo.
       — Ranz, como pode perceber sobre mim e não perceber uma coisa que está na sua frente o tempo todo?! Sam te ama, te ama tanto que ela é capaz de sofrer mais do que ela pode aguentar por você. Como não reparou? Eu só te ajudei com Jason, principalmente por causa dela, por que eu sabia que ela te amava, vocês dois se amam, isso é óbvio Para de ser burro meu!
        — Eu... - Ranz estava claramente sem palavras. - por que ela iria gostar justo de mim? Não entendo...
        — Você é muito melhor do que se vê. Sam viu o que você tem de mais bonito, cê é um cara legal, vai por mim. Não é muito difícil gostar de você.

  

         Assustado, era essa a expressão, não podia acreditar no que eu acabara de lhe dizer. Era difícil engolir a verdade que eu tinha dito, com a baixa auto estima dele, ouvir aquilo foi um grande impacto.  Parecia ser complicado pra ele entender, por causa do medo que sente, Ranz não pôde abrir os olhos pros verdadeiros sentimentos dela. É como dizem, você precisa primeiro se amar, pra depois ser amado. Amor é uma palavra difícil de compreender, mas ele sente, nesse momento mais do que qualquer pessoa ele ama Sam.

      — Vou deixar você sozinho com ela um pouco. Vou pra casa também, pegar os deveres com Ana e Sally ou Ted. Quem quiser me dar primeiro! - pego meu casaco e saio.

Ranz:

     O que Luke acabou de me dizer, é algo que ainda não consigo processar bem. Nunca fui ambicioso sobre isso, eu nunca desejei o amor dela, ou esperei qualquer sentimento desse tipo. Eu tinha sua amizade, se só com isso eu podia ficar perto da Sam, então não importava. Não me canso de dizer, o quanto sou grato por iluminar os meus dias sombrios e infelizes que pareciam não ter fim. Se eu soubesse, que ela me amava também, teria sido um cara melhor, tentaria abrir completamente os meus sentimentos.  Eu ainda não posso compreender como alguém pode chegar na vida da outra e tampar um buraco tão grande na vida cruel dela com Sam fez comigo. Comecei a gostar de verdade de viver, por que eu tinha um propósito: poder retribuir a bondade dela para comigo.  Deitada naquela cama, cheia de aparelhos, os braços e pernas estavam cada dia mais finos.