capítulo-51

75 6 5
                                    

Ranz:

      Em um campo cheio de flores, Sam estava lá, ela sorria alegremente.  Ela veio correndo até mim e segurou minha mão, nós caminhavamos, e o sol brilhava intensamente naquela aquarela de cores. Do nada, todas as flores começaram a murchar, pareciam tristes, o sol se escondeu atrás de uma grande nuvem cinza, e de repente estávamos a beira de um precipício. Sam soltou minha mão e começou a correr em direção aquele buraco enorme cheio de pedras rochosas e ponte agudas. Eu gritei seu nome, mas ela não parava, eu corri atrás dela enquanto forçava minhas cordas vocais cada vez mais pra fazer ela parar, mas ela não parava. Quando eu já estava quase agarrando a mão dela, Sam se jogou e eu vi ela caindo lentamente em direção ao beijo da morte, mas antes que a visse ser atravessada por aquelas rochas ouvi a voz de Jena gritando sem parar até que acordei.

       — RANZ, NÃO É HORA DE DORMIR! ACORDA! - ela me suga do pesadelo com um tapa no meu rosto.
       — O senhor está bem, se sente mal? - vejo Mayson com seu uniforme de trabalho também do meu lado.
       — Foi só um pesadelo... - me levanto do chão meio desnorteado.
       — Ranz, não foi um pesadelo. Precisamos ir pro hospital. - Jena me olha com desespero.
       — Vamos Mayson, precisamos ir! - falo indo em direção a saída da loja.

        A chuva já estava quase parando, entrei quase que correndo no carro e Jena entrou junto. Mayson dirigia devagar por causa da pista molhada, e eu já estava quase que indo a pé de tanta aflição. Eu sacudia minha perna tentando diminuir minha ansiedade e eu já estava quase vomitando. Já estava quase dando meia noite, chegamos na entrada do hospital, estava agitado. Descemos na entrada e Mayson foi procurar onde estacionar o carro, eu e Jena corremos pelos corredores entramos no elevador que andava mais devagar ainda que o carro, cheio de pessoas apressadas, enfermeiros cuidando de gente ensanguentada.  Finalmente quando chegamos na recepção, todos já estavam nos bancos de espera, Sally, Ana, Victoria e Caio não paravam de chorar. Luke  e Ted correram até mim e Jena foi até a irmã abraça-la, Rachel estava sentada do lado de uma senhora e também estava inconsolável.

      — Cadê ela?! - perguntei desesperado.
      — Não sabemos de nada ainda, estamos esperando o médico. - Luke explica - Olha, ele está vindo!

      Ted aponta, e nos viramos pra um homem alto e que mesmo de aparência jovem, tinha cabelos grisalhos. Ele caminhava devagar em nossa direção com as mãos dentro dos bolsos do jaleco e trazia um semblante  vazio e triste. Meu coração disparou esperando o pior, Rachel e a senhora correu em direção a ele, e todos nós fomos juntos.

       — Quem está responsável pela paciente Samanta Watson? - ele perguntou olhando em volta pra todos nós.
       — Eu sou a mãe dela, Rachel Watson. E essa é a avó Sandra Watson. - Ela aperta a mão do médico.
       — Prazer senhora Watson, sou o médico Alexandre. Sou neurocirurgião e cardiologista, pode me acompanhar até a minha sala pra falarmos do estado de sua filha?
       — Não! Pode falar tudo aqui, qualquer coisa que quiser dizer pra mim, os amigos dela devem saber, também são da família.
       — Compreendo.  - ele respira fundo - Bom, os médicos nunca devem dizer o que eu vou falar pra vocês, mas... A garota está em um estado muito crítico, eu vou fazer o melhor que eu posso pra manter ela viva. Mas não posso garantir pra vocês que ela vai sobreviver. O senhor que dirigia o carro que bateu nela, disse que ela atravessou a rua correndo, e que por causa da chuva ele não viu quando ela entrou no meio da pista. Ele só se lembra que ela parecia assustada quando ele foi socorre-la, parece que ela estava com muito medo de alguma coisa. Houveram várias lesões, uma das costelas perfurou o pulmão e houve uma seria hemorragia. Drenamos o sangue o mais rápido o possível quando ela chegou, ela fraturou a perna esquerda e a bacia, e também houve um grave traumatismo craniano. Mas o que me deixou preocupado, foi o fato de que os exames revelaram uma pequena lesão na terceira vértebra lombar da coluna, e dependendo dessa lesão isso pode afetar gravemente o movimento das pernas.
   

Apenas Um ToqueOnde histórias criam vida. Descubra agora