capítulo-23

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Sam:

        Acordei quando já estava quase de noite. A luz do poste iluminava um pouco o quarto, eu estava meio mole ainda, quando senti que estava com as pernas em cima de Ranz, e ele estava com a mão envolta na minha cintura.
Ainda olhei seu rosto antes de me levantar, e lhe dei um beijo na testa.
Olhei na tela do celular e já eram 18:32, ele ainda dormia profundamente e preferi não acordar ele, também não achei que seria bom sair sem ele saber. Aproveitei e liguei o notebook dele, pra pesquisar sobre os monstros que violentaram ele,tenho que admitir que tenho medo de que queiram se vingar dele ou da família dele. O sobrenome da família era conhecido, então pesquisei por " Caso de moléstia da família dos médicos Houston". Apareceram várias páginas com reportagens e mais reportagens sobre o caso.

      — Minha mãe deve ter visto sobre isso na TV... Acho que ela não se lembra. - falei comigo mesma.

       Mas tinha uma matéria que havia sido postada recentemente sobre a liberação dos acusados. Abri, e antes de ler olhei pra Ranz, pro caso de ele acordar enquanto eu estivesse naquela página.

         " À treze anos atrás, a família dos médicos mais conceituados de Seatlle passou por uma profunda tragédia onde o filho mais novo do casal, Ranz kyle de 4 anos, sofreu os mais violentos tipos de abuso da babá Carolina Bake de 19 anos e do namorado Jorge Atan de 25, por um longo período de meses até a mãe do garoto Marisa Houston desconfiar de algo, e a infeliz notícia que seu filho estava sofrendo moléstias. A dois meses o advogado de Carolina entrou com um pedido de liberdade provisória por bom comportamento, que logo foi aceito pelos juízes. Uma parte da população está revoltada com a decisão, e revoga a prisão da mesma, que está vivendo escondida com medo de ataques, e ameaças de morte." Desde o ocorrido, não se tem notícias da vítima, e infelizmente a notícia caiu como uma bomba para a família e para os defensores da criança. Os pais do garoto agora entram na Justiça, para anular o pedido de liberdade."

          — Droga...

     Assim que termino de ler ouço Ranz se mexer na cama e apago o histórico do computador depois fecho a tela é vejo que ele acorda.

       — Oi... Se sente melhor? - pergunto guardando o computador.
       — Acho que dormi muito - Ranz se senta na cama - que horas são?!
       — Já são 19:02. Quer comer? - pergunto ficando em pé ao lado da cama.
       — Não me sinto muito bem... Pode desligar o ar condicionado?  Tô com muito frio.
       — Claro - pego o controle em cima da mesinha de cabeceira e depois volto pra perto de Ranz que parece estar tremendo - Com licença - pego em sua testa e em suas bochechas que estão extremamente quentes - Meu Deus Ranz... Está ardendo em febre! Preciso chamar sua mãe, você precisa de remédio agora! - Me viro e ao meu primeiro passo Ranz segura meu braço.

       — Não. Por favor, não quero mais ninguém aqui agora... Eu tenho todos os remédios que preciso aqui. Tem uma caixa vermelha dentro do armário, pega pra mim por favor...
      

      O armário do quarto dele era uma porta do lado da porta do banheiro. Tinha um cabide, sequências de cinco prateleiras com caixas de sapatos e mochilas, entre outras coisas nas três paredes e dezenas de moletons e calças em pendurados nos cabides. Olhei prateleira por prateleira até ver a caixa vermelha na última do lado esquerdo, a mais alta, e com a minha altura nem pulando eu alcançava. Peguei um banquinho e finalmente ficando nas pontas dos pés consegui encostar os dedos no fundo da caixa fazendo ela se arrastar até poder agarrar com as mãos. Levei até Ranz, e ele abriu me dando a cartela de comprimidos amarelos. Peguei um, e depois peguei o Restinho de água que estava no copo da hora do almoço pra que ele pudesse tomar o remédio.

Apenas Um ToqueOnde histórias criam vida. Descubra agora